quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

UM ANO NOVO REALMENTE NOVO!


"E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas
as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e
verdadeiras." (Ap 21:05)

Contagem regressiva para 2009: 5, 4, 3, 2, 1... É isso aí, gente, a
passagem de ano mexe muito com os sentimentos humanos. No embalo das
emoções, sonha-se, planeja-se e profetiza-se um ano novo melhor.

O momento da virada da página do calendário parece injetar ânimo em
todas as pessoas! Entretanto, se não vigiarmos, na mesma velocidade
que passa e vai embora o ano velho, poderão passar também os nossos
sonhos e esperanças da noite de ano novo! Como assim, Danilo? Isso
mesmo! Para um Ano melhor não existe mágica! Nada vai mudar
simplesmente porque se virou uma página do calendário! Mas, com
certeza, com muita determinação e trabalho, e sob a direção de Deus,
você poderá fazer do novo ano um ano novo para a sua vida!

Assim sendo, ao sonhar os seus sonhos de ano novo, procure encontrar
respostas para as seguintes perguntas:
1) “O que eu devo fazer para ver os meus sonhos realizados?”;
2) “Devo renunciar a alguma coisa?”;
3) “Por onde devo começar?”;
4) “Quando devo começar?”; e
5) “Quais os primeiros passos a tomar?”

Não fique parado, apenas olhando e vendo as coisas passarem…
Revista-se de uma disposição nova! Lance-se imediatamente ao
trabalho! Não perca tempo! Inicie já nos primeiros dias do ano novo a
sua nova caminhada, confiando em Deus, e sob a inteira direção de
Deus!

Este é, com certeza, o caminho para a concretização dos seus sonhos
da noite de ano novo. Colocando-se nas mãos de Deus, e avançando ao
amparo e proteção do “braço” forte do Senhor, você não terá nada a
temer, porque o Senhor Deus Todo Poderoso será com você, por onde
quer que você for. Eis o caminho para você fazer do novo ano um ano
novo em sua vida! Afinal, como diz a letra de uma conhecida música de
final de ano: "Todo dia nasce novo em cada amanhecer".

Pois é, povo escolhido, viva a grande virada em vossas vidas. Um 2009
de grandes e efetivas possibilidades já está no forno para você!

Fiquem na Paz e em Paz! E quem sabe, até o ano que vem!

Danilo Souza

sábado, 27 de dezembro de 2008

Quando Ser Bom Não é o Suficiente


Ela quase perdeu o vôo. De fato, eu já pensava que tinha a fileira toda para mim, quando olhei para frente e a vi, bufando pelo corredor, puxando duas malas enormes.

- Odeio voar disse ela, pensando alto, enquanto se sentava. — Tentei adiar isso o quanto pude.

- Você quase adiou para além do que poderia — disse eu, sorrindo.

Ela era alta, jovem, loura, bronzeada e bastante desinibida. Sua calça jeans estava rasgada na altura do joelho, seguindo a moda. Suas botas pretas tinham apliques prateados. Descobri mais tarde que ela realmente odiava voar. Seu modo de superar o problema com os vôos era conversar com alguém.

- Estou indo para casa ver meu pai. Ele vai ficar surpreso com a minha cor. Meu pai acha que sou louca por morar na Califórnia, porque sou solteira, e tudo mais. Estou de namorado novo. Ele é do Líbano. Mas viaja muito e só o vejo nos finais de semana, o que de certa forma é bom, pois fico com a casa toda só para mim. Ela não fica muito longe da praia e...

Aprendi como agir quando uma mulher atraente e simpática senta-se ao meu lado. Assim que possível, revelo minha profissão e meu estado civil. Isto livra ambos de qualquer dificuldade.

- Minha esposa também odeia voar - disparei, assim que ela parou para respirar e, portanto, sei o que você está sentindo. Como sou um ministro religioso, conheço uma passagem bíblica que acho que você gostaria de ler quando decolarmos.

Tirei minha Bíblia da pasta e abri no Salmo 23.

Pela primeira vez ela ficou quieta.

- O Senhor é o meu pastor — disse ela, abrindo um grande sorriso enquanto lia. - Eu me lembro disso! - foi seu comentário, no exato momento em que o avião decolava. - Li isto quando era criança.

Ela continuou lendo. Quando falou novamente, havia lágrimas em seus olhos.

- Faz muito tempo. Isso foi muito, muito tempo atrás.

Ela contou-me como crera... uma certa vez. Tornara-se cristã quando ainda era bem jovem, mas era incapaz de se lembrar da última vez que fora a uma igreja.

Conversamos sobre fé e segunda chance. Pedi permissão para lhe fazer uma pergunta. Ela concordou.

- Você acredita no céu?

- Claro.

- Você acha que vai para o céu?

Ela olhou para o infinito por alguns instantes e depois, virando-se para mim, disse com segurança:

- Sim, sim, eu estarei lá no céu.

- Como você sabe?

- Como eu sei que vou para o céu? - enquanto pensava resposta, foi ficando cada vez mais quieta.

De alguma forma eu sabia o que essa jovem diria, antes mesmo de abrir a boca. Pude ver que a resposta estava chegando. Ela me apresentaria sua "lista" (todo o mundo tem uma).

- Bom, eu sou basicamente boa. Não fumo mais do que um maço de cigarros por dia. Faço exercícios físicos. Sou honesta, trabalho - ela contava cada um dos feitos com um dedo da mão e pedi para meu namorado fazer teste de AIDS.

Tchan, tchan, tchan, tchan! Ali estava sua lista. Suas qualidades segundo seu modo de pensar, o céu poderia ser alcançado por meio de hábitos saudáveis e de sexo seguro. Sua lógica era simples: sigo a lista aqui na terra e consigo um lugar lá no céu.

Agora, para não ser duro demais apenas com ela, deixe-me perguntar-lhe uma coisa: qual é a sua lista?

A maioria de nós tem uma. Muitos são como a moça do avião. Achamos que somos "basicamente bons". Decentes, trabalhador. Temos uma lista que prova isso. Talvez a sua não inclua cigarros e AIDS, mas você tem uma lista.

Pago minhas contas em dia.

Amo minha esposa e meus filhos.

Vou à igreja.

Sou melhor que Hitler.

Sou basicamente bom.

A maioria de nós tem uma lista. A lista tem um propósito: provar que somos bons. Mas há um problema com ela: nenhum de n& suficientemente bom.

Paulo abordou esta questão, quando colocou duas bananas dinamite com pavio bem curto no terceiro capítulo de sua Carta a Romanos. A primeira carga está no verso 10: "Não há um justo”, disse ele, "nem um sequer". Ninguém. Nem você, nem eu, nem ninguém. A segunda explosão acontece no verso 23: "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus".

Bum! Chega de listas. Chega de ser "basicamente bom".

Então, como é que se vai para o céu? Se ninguém é bom, se nenhuma lista é suficiente, se nenhum ato está de acordo, como é que uma pessoa pode ser salva?

Nenhuma pergunta é mais importante que esta. Para ouvirmos a resposta da boca do próprio Senhor Jesus, precisamos pensar no último encontro que Ele teve antes de morrer. Foi um encontro entre Jesus e dois criminosos.

Os três estão sendo crucificados.

Algumas pessoas gostam de pensar que estes dois ladrões são vítimas. Não mereciam tamanha punição. Homens bons que receberam um castigo muito severo. Patriotas morrendo como mártires. Mas este não é o caso. Mateus elimina qualquer uma dessas possibilidades com apenas um verso: "E o mesmo lhe lançaram também em rosto os salteadores que com ele estavam crucifica-dos" (Mt 27.44).

A tragédia revela o caráter de uma pessoa. E a tragédia da crucificação revela que aqueles homens não tinham nenhum caráter. Eles usaram seu último suspiro para caluniar a Jesus. Você consegue ouvi-los? Vozes distorcidas pela dor, zombando do Messias.

"Que droga de rei dos judeus você é?"

"A vida de Messias é dura hoje em dia, não?"

"Que tal um milagrezinho, judeu?"

"Os pregos lá de Nazaré também são desse tamanho?"

Você poderia esperar uma coisa dessas vinda dos fariseus. Ou, quem sabe, até mesmo da multidão. A zombaria dos soldados também não seria surpresa. Mas, dos ladrões?

Homens crucificados insultando outro homem crucificado? São dois homens com a corda no pescoço ridicularizando o momento difícil de um terceiro. São dois prisioneiros de guerra diante do esquadrão de fuzilamento zombando da sorte de seu terceiro colega.

Será que alguém pode ser tão cego assim? Ou tão vil?

Não é de se surpreender que esses dois estejam pendurados numa cruz. Roma os considera dignos de terrível tortura. Seu único valor perante a sociedade é servir de espetáculo público. Foram deixados nus para que todos soubessem que não se pode esconder o mal. Prenderam suas mãos com pregos para que todos soubessem que o iníquo não tem poder. Foram erguidos num lugar bem alto de modo que todos dissessem a seus filhos: "Isto é o que acontece a homens maus".

Cada músculo de seus corpos clamava por alívio. Os pregos como que injetavam fogo em seus braços. As pernas se contorciam e se viravam em busca de conforto.

Entretanto, não há conforto numa cruz.

Porém, nem mesmo a dor dos cravos foi capaz de silenciar suas línguas maliciosas. Aqueles dois iriam morrer como sempre viveram: atacando o inocente. Todavia, neste caso, o inocente não revidou.

O homem de quem zombavam não parecia grande coisa. Seu corpo estava cortado pelo açoite, com as carnes como que arrancadas dos ossos. Seu rosto era uma máscara de sangue e cusparadas. Os olhos estavam inchados e inflamados. "Rei dos judeus", dizia a placa acima de sua cabeça. Uma coroa de espinhos estava colocada sobre sua cabeça. Seus lábios estavam entreabertos. Talvez seu nariz sangrasse e um dente estivesse abalado.

O homem de quem escarneciam estava semimorto. Já havia apanhado. Mas, ainda assim, estava em paz. "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lc 23.34).

Depois da oração de Jesus, um dos ladrões começa a lançar insultos contra Ele: "Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo e a nós" (v. 39).

O coração daquele ladrão continuava duro. A presença do Cristo crucificado não significava nada para ele. Jesus era digno apenas do ridículo, inclusive por parte dos ladrões. O ladrão espera encontrar eco vindo da outra cruz. Mas o eco não veio. Em vez disso, ele foi desafiado.

"Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação? E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez" (vv. 40,41).

Incrível. A mesma boca que amaldiçoou a Jesus agora o defende. O que aconteceu? O que viu de diferente desde que foi colocado naquela cruz? Será que testemunhou algum milagre? Ouviu algum discurso? Leram para ele algum tratado sobre a Trindade?

Não, claro que não. De acordo com Lucas, tudo o que ele ouviu foi uma oração, uma oração de graça. E aquilo foi suficiente. Alguma coisa acontece ao homem que se coloca na presença de Deus. E alguma coisa aconteceu àquele ladrão.

Leia suas palavras novamente: "recebemos o que os nossos feitos mereciam... mas este nenhum mal fez'".

A essência do Evangelho em uma frase. O cerne da eternidade através da boca de um salafrário:

Eu estou errado; Jesus está certo.

Eu errei; Jesus, não.

Eu mereço morrer; Jesus merece viver.

O ladrão tinha pouca informação prévia sobre Cristo, mas o que sabia era realmente precioso. Ele sabia que um homem inocente estava sofrendo uma morte injusta, sem ter qualquer reclamação em seus lábios. E, se Jesus pode fazer isso, então Ele realmente é quem diz ser.

Assim, o ladrão pede ajuda a Jesus: "Senhor, lembra-te de mi quando entrares no teu Reino".

A cabeça de Jesus, pendente para a frente, levanta-se e vira para o lado. Os olhos de ambos se encontram. O que Jesus vê é um homem despido. Não digo isso em termos de roupas, mas em sentido figurado. Nada o cobria. Ele não tinha o que esconder.

Seu nome? Escória da sociedade. Seus grandes feitos? Morte por crucificação. Sua reputação? Criminoso. Seu caráter? Depravado até o último momento. Até a hora final. Até o derradeiro encontro.

Até agora.

Diga-me, o que este homem fez para ter direito a qualquer ajuda? Afinal, ele estragou sua própria vida. Quem ele é para pedir perdão? Zombou de Jesus publicamente. Que direito ele tem de fazer esta oração?

Você quer mesmo saber? O mesmo direito que você tem de fazer as suas orações.

Veja bem, ali estamos, você e eu, naquela cruz. Despidos, desolados, desesperados e distanciados de tudo. Aqueles dois somos nós. Nós é que estamos dizendo a Jesus: "Apesar de tudo o que já fiz, a despeito daquilo que você vê, há alguma possibilidade você se lembrar de mim quando voltar para casa?"

Não nos vangloriamos. Não fazemos nossas listas. Qualquer sacrifício parece loucura quando colocado diante de Deus na cruz

É muito mais do que merecemos. No entanto, estamos desesperados. Então, pedimos. Assim como muitos outros fizeram: o paralítico, junto ao tanque; Maria, nas bodas; Marta, no funeral; o endemoninhado gadareno; Nicodemos, à noite; Pedro, andando sobre o mar; Jairo, no meio da multidão; José, na estrebaria. E todos os outros seres humanos que ousaram se colocar diante do Filho de Deus e admitir que têm necessidade.



Tal qual o ladrão, nós ainda temos uma oração. E, como ele, a fazemos.

E nós, assim como o ladrão, ouvimos a voz da graça. Hoje estarás comigo no Paraíso.

E, do mesmo modo como o ladrão, conseguimos suportar a dor, sabendo que em breve Ele nos levará ao lar.

Max Lucado

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

A História de um Gigante


O poeta judeu e contador de histórias, Noé ben Shea, conta esta parábola:

Depois do jantar, as crianças viraram para o pai Jacó e pediram para ele contar uma história. “Que tipo de história?” perguntou Jacó.

“Sobre um gigante”, clamou as crianças.

Jacó sorriu, se encostou nas pedras aquecidas do lado da lareira, e a voz dele começou com um suave tom de reflexão.

“Certo dia um menino pediu ao pai dele que o levasse para ver o grande desfile que passaria pela aldeia. O pai, lembrando o desfile quando ele mesmo era um menino, logo concordou, e na manhã seguinte ambos partiram juntos.

À medida em que eles chegaram à rota do desfile, as pessoas começaram a empurrar de todos os lados, e a multidão se espremeu. Quando o amontoado de gente se tornou quase uma parede no caminho, o pai levantou o filho e o colocou nos seus ombros.

Logo o desfile começou e à medida em que passou, o menino falou para o pai dele como era maravilhoso e como as cores e imagens eram espetaculares. O menino, na verdade, ficou tão orgulhoso daquilo que ele viu, que ele desprezou os que viram menos, declarando, até mesmo para o pai dele, 'Se você pudesse ver o que eu vejo’.”

“Mas”, disse Jacó fitando os olhos diretamente nas faces das crianças, “o que o menino não deixou de enxergar foi porque ele conseguiu ver. O que o menino esqueceu foi que uma vez o pai dele, também, pôde ver.”

Então como se ele tivesse terminado a história, Jacó parou de falar.

“É só isso?” indagou uma menina desapontada. “Pensávamos que o senhor ira nos contar uma história sobre um gigante.”

“Mas, eu contei”, disse Jacó. “Eu lhes contei a história de um menino que podia ter sido um gigante.”

“Como?” clamaram as crianças.

“Um gigante”, disse Jacó, “é qualquer um que se lembra que nós todos estamos sentados nos ombros de outros”.

“E o que tornamos se não nos lembrarmos?” perguntou um menino.

“Um fardo” , Jacó respondeu.

Todos nós fomos ricamente abençoados por aqueles que vieram antes de nós. Como membro de uma família, reconheço que tenho avós e pais que, por meio de muito sacrifício e esforço, me deram a oportunidade de fazer coisas que eles sequer podiam sonhar em fazer. Como cidadão, eu tenho uma grande dívida de gratidão àqueles que deram suas vidas pelas liberdades que eu posso desfrutar. E como Cristão, eu olho atrás para tantos outros, tanto em anos recentes, como em tempos bíblicos, que lançaram um fundamento de fé que me encoraja a chegar perto de Deus. Eu oro para nunca esquecer que eu estou sentando nos ombros de outros.

“Uns foram torturados e recusaram ser libertados, para poderem alcançar uma ressurreição superior; outros enfrentaram zombaria e açoites; outros ainda foram acorrentados e colocados na prisão, apedrejados, serrados ao meio, postos à prova, mortos ao fio da espada. Andaram errantes, vestidos de pele de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos e maltratados. O mundo não era digno deles. Vagaram pelos desertos e montes, pelas cavernas e grutas.

Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta, tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus.” (Hebreus 11:35-28; 12:1-2)

domingo, 14 de dezembro de 2008

A VOZ DE DEUS


“Deus me falou”, uma frase repetida freqüentemente, deveria fornecer a última palavra sobre qualquer decisão ou assunto. Se Deus falou, está falado! A experiência confirma que não é bem assim. Ocorre muitas vezes que aqueles que afirmam que Deus falou para eles declaram depois que Ele falou outra coisa, contrária à direção anterior. A voz de Deus facilmente se confunde com a voz do ouvinte ou de um espírito qualquer. Essa é a razão pela qual João adverte contra simplesmente dar crédito a todo “espírito”. Ordena que os líderes examinem os espíritos para ver se eles procedem de Deus, “porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo” (1 Jo 4.1, NVI).

A.W. Tozer recomenda não encarar as Escrituras como alguma “coisa” que você pode torcer de acordo com a conveniência da hora. “A Bíblia é mais do que uma coisa; ela é uma voz, a verdadeira Palavra do Deus vivo.” Os evangélicos, quase sem exceção, concordariam.

Tão perigoso deve ser imaginar que se ouviu a voz de Deus, que cristãos sábios tomam cuidados para confirmar que o que foi ouvido tenha respaldo nas Sagradas Letras.

Outros mais tradicionais rejeitam qualquer voz viva hoje, preferindo confiar somente na Palavra escrita para receber orientação do Senhor. Cristãos carismáticos crêem firmemente em profecias e línguas que, uma vez entendidas pelo dom de interpretação, comunicam a voz de Deus, Muitos cristãos tradicionais ficam convencidos de terem recebido um chamado para ministério pastoral ou para servir no campo missionário. Mas, se indagarmos como receberam essa informação sobre o propósito de Deus para as suas vidas, respondem que o Senhor mesmo falou com eles. Por isso, é necessário distinguirmos entre o infalível e o falível, entre sugestões ou “vozes” na cabeça e a Palavra eterna de Deus.

A Bíblia é totalmente confiável. Foi inspirada por Deus e, portanto, é útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça (2 Tm 3.16). Todos os evangélicos aceitam essa realidade. Problemas surgem quando se procura orientação sobre decisões entre caminhos igualmente endossados pelas Escrituras. qual seria a vontade de Deus relativa `a escolha para o casamento entre dois jovens, ambos cristãos comprometidos ou entre duas carreiras, ambas úteis para o serviço do Reino? É comum “ouvir a voz de Deus” que nos orienta na direção de nossos desejos pessoais. Será que Deus sempre escolhe para nós uma vida mais prazerosa, mais confortável e mais preospera?

Segundo o relato de Lucas em Atos, a orientação de Deus para seus servos Barnabé e Paulo de Tarso foi para que saíssem de Antioquia para a obra para a qual Deus os tinha chamado. Essa obra trouxe para Paulo muito trabalho, açoites, prisões, naufrágios, apedrejamento e, no fim, decapitação. Certamente, Deus não falou sempre de acordo com seus desejos pessoais.

Outra maneira pela qual se ppode confundir a “voz de Deus” e o desejo do preoprio coração ocorre na prática de ler um trecho histórico da Bíblia e concluir que, da mesma maneira que Deus agiu na antiguidade, agirá novamente. Como exemplo, pense no caso de Gideão. Colocou uma porção de lã na eira. Se o orvalho molhasse apenas a lã, ele teria certeza de que Deus libertaria Israel. Se ocorresse o contrário, ele teria dupla certeza de que a libertação de Deus viria. Não podemos ter certeza de que, usando o mesmo método, Deus tambeem repetirá os milagres. Ele não tem nenhuma obrigação de nos dirigir tal como fez no passado.

George Muller, usado por Deus para cuidar de 9.500 órfãos, repassar milhões de libras para missões transculturais e publicar milhões de Bíblias e porções dela, também precisava ter certeza de que Deus estava dirigindo-o. Quando percebeu a necessidade de construir mais um prédio para abrigar os órfãos, orou buscando essa orientação durante seis meses. Se Deus estava garantindo o sucesso do empreendimento. Começaria a construção mesmo sem ter uma moeda no caixa.

Buscar a orientação de Deus é não somente positivo, mas imprescindível. Um grande perigo jaz nas decisões tomadas depois de se ouvir uma voz na cabeça ou sentir uma inclinação sem respaldo bíblico.

Revista Enfoque / Revista Enfoque

sábado, 6 de dezembro de 2008

Sonhos



Sonhos as vezes me assolam a alma. É comum que eu sonhe com algum evento de menor importância, e em questão de meses ou semanas, ou mesmo dias, eu o veja acontecendo diante dos meus olhos. Eu passei a escreve-los quando percebo certas características neles, que são reincidentes nos sonhos que se tornam reais. Tenho certa dificuldade em discernir tais sinais e evidencias, mesmo porque tenho comigo o cético pensamento de que se tratam apenas de coincidências. Mas de alguma forma, nossos sonhos carregam tantos traços de realidade que já sonhei com coisas que tiveram respostas físicas (e por favor, não to falando de poluções noturnas, então não me venha…).
Certa vez sonhei que eu, defendendo uma pessoa querida de um agressor desconhecido na rua, levei uma facada sobre o rim… e acordei sentindo uma dor imensa no lugar. Outra vez, em outro sonho, a queda de uma escada, durante um afazer doméstico me fez sentir uma dor no peito, pois eu havia despencado sobre uma mesa de vidro. Senti um impacto e indo ao banheiro percebi que a região do externo levemente avermelhada.
Mas como eu disse anteriormente, não tenho uma certeza, nem crença que defina a interpretação e os resultados deste tipo de sonho… Mas eu ainda gostaria de falar sobre sonhos. Um outro tipo de sonho que se assemelha muito com estes… mas que é diferente por se tratar de uma mistura de anseios e aspirações pessoais, de motivações e de objetivos… de ideais.

Às vezes queremos tanto algo, que acabamos efetivamente sonhando com isso. E as vezes Sonhamos com algo, por almejarmos demais esse algo. Tenho encontrado certa dificuldade , também, em separar esse sonho daquele sonho, pois no final tudo o que sonhamos/desejamos/vivenciamos durante o sono, tem uma carga muito grande de realidade, e uma outra imensa de distorções de realidade (resumindo a realidade em fatos e eventos verdadeiros, e também não querendo discutir aqui o que é a tal da realidade), de forma que “vivemos” os nossos sonhos… nos encontramos com todas ou algumas de nossas carateristicas pessoais, quer dizer, nos reconhecemos em nossos sonhos… sempre temos um papel, ainda que nos enxerguemos como um expectador dos nossos próprios sonhos.

Da mesma forma, podemos viver os nossos sonhos/desejos/anseios/vontades enquanto acordados e os vemos acontecer e lutamos por eles e criamos ( ou tentamos criar) condições para que estes se concretizem. Tendo tais coisas em mente, parto para o seguinte questionamento: O que é estar acordado?Estar acordado, significa estar consciente e também significa não estar dormindo. Mas será que estar acordado significa, não estar sonhando?!(Ao diabo esses gerúndios)… Penso que sonha-se acordado… penso que continuar sonhando é parte do despertar. Sonhar nesse caso, em estado consciente, acordado, significa muito mais do que simplesmente sonhar. Significa ter razões para viver, objetivos, e a busca por soluções, e em ultima instância, significa te motivos para movimentar-se. É um combustível. É o principio ativo das ideias e dos grandes feitos vistos em nosso mundo ( embora sejam todos vaidade e trapos de imundicia =P). Viver com sonhos significa ter razões para resistir tanto à corrosão do tempo, bem como aos dissabores da vida, ao gosto amargo do abandono e a todas as outras coisas às quais estamos sujeitos… todos nós, toda a criação.
Mas o que acontece quando essa força se esvai, escorre por entre nossos dedos, nos deixa, como a agua é absorvida pela areia? Viver sem sonhos representa perda de torque no nosso motor… tanque vazio, autonomia reduzida…e talvez viver sem sonhos possa até significar a perda do sentido de ser. Uma vez que se tiram os sonhos de um homem, roubam-lhe a alma. Vejo que, se sonhar é um fator decisivo de motivação, igualmente aponta para uma fraqueza: Uma vez que se rouba os sonhos de um homem, se nocauteia a sua alma, e o deixam semi-morto; Respirando, e não vivo.Sem perspectivas, não prosseguimos firmes.

Mas existe algo que traz à tona a força: a restauração e o renovo que vem do alto; o renascimento do amor, a redescoberta do primeiro amor. O amor tem o poder de “reconstituir o tecido do nosso coração”, nos fazer respirar novamente trazer consigo novos… novos sonhos (e eu me refiro primeiramente ao amor de e para Deus, mas em segunda instância também ao amor que sentimos uns pelos outros, e ao amor descoberto por um certo alguém que entra e é capaz de mudar e refrescar a nossa vida.Os bens são herança dos pais, mas uma esposa é herança de Deus…Lembram?)


“Quando o Senhor restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem sonha.
Então, a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua de júbilo; então, entre as nações se dizia: Grandes cousas o Senhor tem feito por eles. Com efeito, grandes cousas fez o Senhor por nós; por isso, estamos alegres”.
[Salmos 126:1-3]

A restauração promovida pela presença do amor, que é no mínimo evidencia da presença de Deus, nos liberta da falta de esperança e perspectivas, nos faz sentir novamente as mãos e os pés, nos faz levantar e caminhar. E por isso digo repetidamente para mim: A esperança jamais falha. Por isso tantas vezes eu repito que

“Quero trazer á memória, aquilo que me traz esperança: as misericórdia do Senhor não tem fim, e é essa a razão de não sermos consumidos.”
[Lamentações 3:21,22]

Aqueles que sonham e descansam sobre a esperança de algo melhor, tem diariamente algo novo para descobrir… Algo como a própria vida. Por isso eu acredito que aqueles que não sonham, não percebem que ainda estão dormindo e precisam acordar.

28 Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice.
29 Porque quem come e bebe, come e bebe para sua própria condenação, se não discernir o corpo do Senhor.
30 Por causa disto há entre vós muitos fracos e enfermos, e muitos que dormem.
[1 Coríntios 11:28-30]

Acorde. Venha para o agora, não deixe de sonhar e depositar sua esperança no único lugar onde ela eh guardada em segurança: em Deus. Saiba também que se pode descansar acordado quando se descansa em nEle.

Quer um outro bom motivo para se alegrar? Esse mesmo Deus, sonhou com você, e sabia o quanto você valia: nada. Mas sonhou em ver novas as coisas que haviam se corrompido e por isso alguém pagou um preço por você, para que você voltasse a sonhar acordado… e como sabemos essa história não acaba aqui, pois novos céus e terra virão a seguir.

Dreaming of Zion, Awake
Sleeping Awake
-P.O.D.

Liberte-se da espiral. Sonhe acordado… e não limite os seus esforços para ver acontecer.