segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Mulheres Chamadas para Liderar Louvor


Por que é tão importante escrever um artigo sobre as mulheres liderando louvor? Porque na maioria das igrejas através da história as mulheres têm sido vistas como menos capazes de exercer algum ministério do que os homens. Na verdade mesmo na época de Cristo as mulheres só podiam criar os filhos, cuidar da casa e basicamente isso. Felizmente, neste século, nossa cultura e a igreja em geral têm dado passos gigantescos em direção ao reconhecimento da igualdade das mulheres e dos homens como criaturas de Deus. Em muitas denominações hoje, mulheres têm sido ordenadas para ocupar cargos de liderança; o que nunca havia sido visto há cinqüenta anos atrás.

Poucas pessoas hoje questionariam que Deus criou homens e mulheres seres iguais, no intelecto e com a capacidade espiritual de conhecer a Deus. Mas algumas pessoas ainda questionam se é ou não apropriado para mulheres ocuparem cargos de liderança e autoridade. Liderar louvor é um ministério sacerdotal que envolve se achegar a Deus perante as pessoas e invocar a presença de Deus através de oração e músicas de adoração. Deus investe Sua autoridade naqueles que Ele chama para liderar a adoração.

Através desta autoridade, o Espírito de Deus chama homens e mulheres para submeterem suas vidas a Ele à medida que oferecerem louvor e ações de graças. Através desta autoridade o reino de Deus vem até a congregação, chamando seu povo para um concerto e arrependimento.

Mulheres no Novo Testamento

Em muitas igrejas hoje, ninguém discute se as mulheres são qualificadas para liderar louvor. Mesmo assim, por causa do legalismo e da discriminação contra as mulheres no ministério, nós precisamos chamar as mulheres para ministrar através da autoridade da Palavra de Deus.

Muitos de nós crescemos em denominações que limitavam a participação das mulheres em funções ministeriais. O poder e a procedência deste exemplo bloqueiam muitas mulheres de ativamente buscar um ministério. Como se não bastasse, existe uma dúvida persistente nas mentes de muitas mulheres e homens a respeito do lugar certo para a mulher no ministério.

Para afirmar o chamado de Deus para as mulheres, nós vamos olhar alguns exemplos significantes de mulheres líderes no Novo Testamento.Ambos Jesus e Paulo eram reformadores radicais em reconquistar a integridade das mulheres e o papel integral que elas têm no ministério na igreja.

Jesus incluiu mulheres entre os discípulos; elas O seguiram em Suas pregações itinerantes, e estavam presentes em Sua crucificação. Nos evangelhos, vemos mulheres proclamando as boas novas: a mulher samaritana, e aquelas mulheres para quem o anjo apareceu para anunciar a ressurreição de Cristo. Na narração de Lucas sobre o nascimento de Jesus, três mulheres – Isabel, Maria e Ana – falam profeticamente sobre Cristo pelo poder do Espírito Santo.

As mesmas mulheres que estavam no Cenáculo, esperando pelo Espírito (Atos 1:14) estavam presumidamente presentes no Pentecostes, cumprindo a profecia de Joel que “...derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão,...” (Atos 2:17; Joel 2:28-29). Este era o começo da liberação da igreja sobre as mulheres para falarem sobre Deus. Paulo diz em Gálatas 3:28 “Dessarte não pode haver nem judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.” Esta foi uma afirmação revolucionária para o contexto cultural de Paulo. Ele seguiu o exemplo de Jesus e deu o próximo passo abrindo a porta para as mulheres ministrarem.

Vemos mulheres dando assistência a Paulo em vários papéis como servas ou líderes. Já que 19% das pessoas listadas por Paulo como seus colaboradores são mulheres, podemos presumir que as mulheres tinham um papel importante e significativo na igreja. Entre as mulheres que trabalharam com Paulo temos Lídia, líder de uma igreja caseira. Priscila, citada como colaboradora ou líder (Grego: sunergos). Juntamente com seu marido, Áquila, ela instruiu Apolo, que se tornou mestre proeminente em Corinto. Paulo dizia que toda igreja deve a Priscila. Provavelmente por causa das ofertas financeiras e seu ensino.

Outro exemplo é Febe, descrita como uma diakanos, que significa diácono (diaconisa) ou servo (a). Sendo portadora das cartas de Paulo, ela o representava pessoalmente, uma função que carregava um certo status. Finalmente temos Júnias, descrita juntamente com Andrônico (provavelmente seu marido) como “notáveis entre os apóstolos” (Romanos 16:7). (Muitos comentadores deduzem incorretamente que Júnias é um homem. Na antiguidade, todos os 300 exemplos do mesmo nome estão relacionados à mulher, não a homem).

Do ponto de vista bíblico, as mulheres certamente deveriam ser incluídas no ministério liderando a adoração. De qualquer forma que você aplicar o ensino do Novo Testamento sobre mulheres mestras e líderes, certamente você encontrará lugar para elas também como líderes de adoração.

Aplicação prática

O que pastores e líderes de ministérios de louvor podem fazer para estimular o dom de liderar a adoração em mulheres e abrir caminho de quaisquer obstáculos que elas possam encontrar?

1. Peça a Deus que te dê olhos para ver as mulheres com talento e que têm potencial para liderar louvor. Por causa da predominância de homens na liderança, às vezes é fácil de achar que todos os líderes de adoração mais talentosos são homens. Não seja uma vítima de um preconceito súbito que venha limitar sua habilidade de identificar e encorajar mulheres com talento.

De forma justa, devemos sempre usar as mesmas regras para avaliar a liderança de louvor de homens e mulheres. Os critérios básicos são: caráter cristão, dom espiritual para liderar a adoração, talento musical, e a habilidade de liderar outros através de experiências práticas evidentes. Líderes de banda precisam saber como unificar um grupo de músicos tão bem quanto liderar a congregação. Não podemos colocar ninguém, seja homem ou mulher, para liderar a adoração se estes critérios não foram primeiramente cumpridos.

2. Afirme abertamente o lugar das mulheres liderando a adoração. Para que um grupo de louvor seja liderado efetivamente, o líder precisa ganhar a confiança das pessoas. Vamos encarar o fato de que ainda há homens e mulheres que encontram dificuldade de permitir que uma mulher os lidere em questões espirituais. Por esta razão, fica ainda mais difícil para algumas igrejas se entregar de todo coração num período de adoração sob a liderança de uma mulher.

Como esta situação pode ser remediada? Em primeiro lugar, o pastor pode deixar clara sua posição teológica de que as mulheres são chamadas e capacitadas por Deus para liderar a adoração. Em segundo lugar, levantando mulheres para liderar a adoração, o pastor mostra que sua confiança na liderança feminina não é só teórica, mas real e prática.

3. Procure encorajar mulheres líderes de louvor promissoras a desenvolver seus dons. Muitos homens chamados para o ministério integral são líderes relutantes. Continuamente Deus tem que bater em suas cabeças com a revelação e o encorajamento de outras pessoas antes de tomarem a atitude e iniciativa de um líder.

Eu vejo as mulheres líderes de louvor em uma posição similar. Algumas mulheres não têm certeza o suficiente se é correto buscar uma posição de liderança. Por causa do modelo de formação da maioria das bandas, elas se sentem mais aptas exercendo a função de backing-vocal (vocal) ao invés de líderes de louvor.

Um papel essencial no pastoreamento é o de trazer à tona o talento que você vê nas pessoas. Uma palavra de encorajamento de um líder primário na igreja causa um grande impacto em um líder em treinamento talentoso porém relutante. Nós não podemos prometer dar posições às pessoas, porque não sabemos como elas vão se desenvolver e amadurecer, e a menos que as encorajemos, elas podem nunca tentar.

4. Dê as mulheres uma oportunidade para aprender, colocando-as ao lado de um líder de louvor já estabelecido. Desta forma elas podem aprender muito observando todo o processo de liderar uma equipe – os aspectos técnicos do ensaio, trabalhar efetivamente com o sistema de P.A., e mesmo como liderar um período de adoração.

Se um líder de louvor, masculino ou feminino, não for instrumentalmente forte ele pode se apoiar na força musical da banda. Contudo, a afirmação, o status e o aumento de confiança que acontecem na co-liderança são muito poderosos. Se o líder de louvor responsável treinar um aprendiz para ocasionalmente co-liderar um período de adoração de domingo, a igreja vai levar aquele líder mais a sério.

O corpo de Cristo deve trabalhar junto como uma equipe. Através de uma variedade de dons, sejam dois homens liderando louvor ou um homem e uma mulher, a experiência da adoração é enriquecida pelos estilos musicais, unção, e vozes diferentes. Além disso, quando os homens e as mulheres cooperam na liderança do louvor, a igreja vê um modelo poderoso de liderança integrada que afirma o lugar das mulheres na igreja.

Por Andy Park

Andy é o pastor das Artes da Adoração na Vineyard em Anaheim. Ele tem liderado louvor por mais de 20 anos e tem escrito muitas das músicas de adoração da Vineyard, como Senhor, Te Quero, Santo Amor entre muitas outras. Andy e sua esposa, Linda, moram em Anaheim, Califórnia com seus seis filhos.

Artigo extraído do site www.vineyard.com.br

domingo, 27 de setembro de 2009

Vivendo o que cantamos


Certo dia eu cantava uma música do Ministério de Louvor Diante do Trono e instantaneamente meu espírito foi incomodado para prestar bastante atenção ao que eu acabara de declarar: “irei contigo, onde quer que fores meu Senhor, o teu chamado cumprirei na alegria ou na dor [..].” * Devido aos modismos muitas vezes, nós cristãos, temos cantado as músicas simplesmente por cantar. Será que você já se sentiu assim? Entramos na onda e sutilmente ignoramos o que proferimos.

Eu passei por isso! Fui confrontada. Eu pensei, será mesmo que eu irei? Passarei pela dor por Jesus? Nossa boca muitas vezes diz coisas que muitas vezes não estamos preparados para viver ou cumprir. Devemos lembrar que Deus vai nos questionar uma hora ou outra, pois se eu disse que estarei a disposição dele, chegará um momento em que ele vai me convocar. Isso é natural. Deus nos ensina e nos dá capacidade para realizar seus feitos, o que precisamos fazer é sempre estarmos convictos do que queremos e do que vamos fazer. Por isso é tão importante que vivamos o que cantamos e cantemos o que vivemos.

Depois desta situação, nunca mais cantei o que eu não me sentia preparada para fazer. Claro, que se tal atitude não era algo que Deus havia me questionado para fazer, caso contrário o melhor é obedecer sem questionar. Vou tentar ilustrar o que estou tentando expor com um exemplo: Se eu não estou preparada para morrer por Cristo, devo eu abrir a boca e falar para ele que eu estou preparada para ir como missionária para um país em que cristãos são perseguidos e mortos? Mas é claro que não. É isso que estou tentando dizer. Se eu falo tenho que cumprir. E isso serve para todas as coisas em nossa vida. Vivendo e aprendendo.

Isso não é uma tarefa fácil. Muitas vezes pecamos justamente naquilo que pregamos, questionamos ou aconselhamos. Além disso, ainda existe a pressão e as dificuldades mediante uma escolha positiva por Deus e sua vontade.

Que possamos abrir nossos lábios justamente para aquilo que estamos preparados para fazer. Se você se sente capacitado para dizer:“Cumprirei tua visão, cumprirei minha missão, morrerei se preciso for, por amor a ti” *, cante, mas cante com convicção.

Devemos lembrar que somos testados no que falamos. E é importante entender que buscar a Deus e fazer a sua vontade é muito valioso e vale a pena. Deus é maravilhoso e cuida de nós.

Portanto, amados irmãos, que possamos ser bons exemplos quando abrirmos os nossos lábios para proferir o que somos e o que prometemos ser ou fazer. Que Deus realmente possa contar conosco todos os dias de nossas vidas. Lembre-se que tudo aquilo que você se sente incapacitado para fazer é Deus quem vai lhe capacitar. E Deus jamais vai lhe exigir algo que você não poderá cumprir.

Tudo vai depender do que estamos dispostos a fazer por Deus!

Que o Senhor os abençoe cada vez mais!

Trechos de músicas utilizadas


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Eis-me aqui / Esperança – DT / Ana Paula Valadão Bessa

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Minha Paixão / Livre – Ministério Intimidade


::Por Vanessa Freitas
redacao@lagoinha.com

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Obrigada Por + um ano de vida em Tua Presença!



"Este día especial”

Si me preguntaras que regalo quiero
Que es lo que prefiero
Este día especial
Nadie me conoce como tú maestro
Ni mis pensamientos te puedo ocultar
En lo más profundo de mi corazón
Hay un gran anhelo, hay una gran pasión

Quiero ese día disfrutar
En tu presencia nada más
Y se vuelva realidad
Mis deseos de volverte a contemplar
Quiero contigo platicar
Quiero perderme en tu mirar
Y olvidarme de quien soy
Y perder mi humanidad en ti Señor
Este día especial
Es lo único que quiero
Es lo único que anhelo mi Jesús

Si me preguntaras que regalo quiero
Que es lo que prefiero
Este día especial
Nadie me conoce como tú maestro
Ni mis pensamientos te puedo ocultar
En lo más profundo de mi corazón
Hay un gran anhelo, hay una gran pasión

Quiero ese día disfrutar
En tu presencia nada más
Y se vuelva realidad
Mis deseos de volverte a contemplar
Quiero contigo platicar
Quiero perderme en tu mirar
Y olvidarme de quien soy
Y perder mi humanidad en ti Señor
Este día especial
Es lo único que quiero
Es lo único que anhelo mi Jesús




Jesús Adrián Romero

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

INVEJA


Gostaria de refletir com vocês, meus queridos amigos e leitores, sobre um tema um tanto quanto desconfortável: Inveja.

Não gostamos de falar sobre isso, é como se arrancássemos cascas de antigas feridas. Pronto, você já está na defensiva ou pensando: “Graças a Deus que eu não tenho isso”. Será que não tem mesmo?

Inveja é a insatisfação ou irritabilidade com a conquista do outro. Sabe aquela antipatia gratuita que você sente em relação a uma pessoa que nem conhece? Normalmente esta pessoa tem características que a destacam: É bonita, bem sucedida, tem uma bela voz ou fala bem em público, ou simplesmente se destaca no meio da multidão.

Então logo pensamos: “Ih! Que antipática! Pessoinha metida! Olha só, pensa que é o tal!” e desferimos contra o alvo todo o nosso veneno. “Inveja? De jeito nenhum, eu só acho que ‘fulano’ não está com essa bola toda não!”.

Algo libertador para mim foi o dia em que identifiquei o meu pecado de inveja, me arrependi e pedi a Deus que me ajudasse a ser agradecida pela maneira como Ele distribui seus dons, talentos, habilidades ou prosperidade financeira. Pedi ao Senhor que Ele me abrisse os olhos para que eu visse tudo o que Ele tem dado a mim, gerando assim gratidão e aceitação em meu coração.

Quantas vezes já escutei “Helena, tenho que te pedir perdão. Eu te achava tão metida!” O curioso é que as pessoas que me disseram isso nunca haviam trocado uma palavra sequer comigo. Como poderiam então me julgar desta forma? Metida? Por quê? Porque preciso usar óculos escuros devido ao fato de minha miopia tornar meus olhos sensíveis à luz solar, por exemplo?

Se você não gosta de alguém gratuitamente e essa pessoa possui algo que você gostaria de ter, talvez seja inveja. Se esse for o caso, eu encorajo você a reconhecer esse sentimento como pecado, confessá-lo diante de Deus e pedir que o Senhor te ajude a perceber o quanto você é valioso (a) e alvo do seu perfeito amor. Você nunca mais será o mesmo. Eu tenho conhecimento do que estou falando, pois fui liberta deste sentimento pecaminoso, vil e que aprisiona em um lugar de amargura e rejeição.

Coragem. Deus tem vitória para você também!

Helena Tannure.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

ESTÁ FEITO PARA SER FEITO!


Feito para que seja algo que cresça para ser meu próprio ser...
Jesus. Sim, somente Jesus!
Olho para mim como homem, e digo: somente Jesus.
Meu olhar de homem me mostra minha deformidade e minha incapacidade de ser como o Homem Jesus.
Sou discípulo Dele, busco andar como Ele andou, anseio por fazer o entendimento do Evangelho uma plenitude que domine todo o meu ser. Entretanto, eu não sou homem como Jesus. Por isto, como Paulo, estou tendo sempre que desistir de coisas que para trás ficam; e também de quem eu mesmo sou contra o que Nele já sou. Entretanto, mesmo assim, não sou como Jesus.
Um dia serei como Jesus; porém eu mesmo jamais serei como Jesus. Serei completamente como Ele é, quando o que em mim é mortal e animal for totalmente absorvido pela Vida Eterna; ou quando eu ganhar um corpo celestial. Assim, serei como Jesus porque Ele me fará ser como Ele; e não porque eu consegui me tornar como Ele.
Enquanto isto, em meio às minhas próprias indiosincrasias, confio que Nele já sou o que ainda serei.
Nele eu sou como Ele. Fora Dele, divorciado de Sua Graça pela descrença ou pela justiça própria — sou este mamífero humano tentando olhar perdidamente para o Nada. Falo de mim. Outros, entretanto, fora Dele, embora dentro da “religião” supostamente Dele, sem que saibam que Dele estão separados por duas próprias justiças ou descrenças, experimentam existencialmente o divórcio com a Graça como pânico, medo, juízo, ou ainda como certeza de castigo.
Eu, porém, sei que nunca NÃO estarei Nele. E isto não porque O siga como quem se fez igual a Ele no andar e no ser, mas exclusivamente pela confiança de que eu posso até ser infiel a Ele (e sou de muitas formas e maneiras; especialmente no coração e no trato das sutilezas da existência), que Ele próprio continuará fiel a mim; e isto exclusivamente porque Ele não pode desistir do pacto da aliança que comigo fez no Filho; portanto, Nele mesmo.
Ele jurou e não se arrependerá. Ele não pode ser infiel a mim, pois, se o fosse, implodiria como Deus; pois estaria negando a Si mesmo; estaria dês-sendo Deus.
Eu, todavia, acerca de quem Paulo diz que mesmo sendo infiel continuo objeto da fidelidade Dele, não posso, entretanto, negá-Lo. Se o negar, Ele por Sua própria vez me negará. Dirá que não me conhece.

E quando é que o nego?

Ora, num certo sentido eu o nego o tempo todo; isto porque minha existência não consegue encarnar em plenitude aquilo que confessa como entendimento e verdade; seja em meus sentimentos; seja em meus humores para com a existência; seja em meu próprio ser-profundo.
Posso não negá-Lo com a boca, mas, certamente, sempre que ando contra o entendimento do Evangelho em relação ao meu próximo; ou em qualquer que seja o sentir e pensar em relação à vida, e que em mim aconteça de forma contrária ao que sei ser o Modo Dele — O estou negando!
Então, como posso ser infiel e ainda assim continuar objeto de Sua fidelidade, enquanto se diz que se eu o negar, Ele me negará? Sim, como pode ser isto se eu também o nego com a vida?

O que significa não negar Aquele que é fiel aos infiéis, mas que nega aos que O negam?
Para mim, salvo entendimento completamente equivocado (Deus me livre!), esse negar que provoca a negação de Deus, é a descrença no que Jesus fez e realizou por nós; descrença essa que não é medida por confissões verbais de natureza doutrinária; mas sim pela confiança que nós mesmos venhamos a ter acerca de nossa justiça-própria. Sim, nega a Jesus não quem, em sinceridade, busca andar como Ele andou e nem sempre consegue isto conforme já entendeu; mas sim Aquele que em razão disso se diz “afastado” Dele; pois, nesse caso, não se está confiando na fidelidade Dele para conosco, mas na nossa fidelidade para com Ele; e, assim, afirmando que quem banca a nossa própria relação com Deus somos nós mesmos; fazendo-nos, desse modo, descrentes da Cruz; e, além disso, tomados pela presunção de que somos o deus de Deus; pois, quem assim pensa e sente, nunca creu e nunca descansou na fidelidade de Deus; e nem tampouco confiou em Sua Palavra; ou em Seu próprio Juramento feito em Cristo, o qual diz que aquele que Nele crer, TEM a vida eterna e TEM o Deus da Vida; e é somente porque pela fé o TEMOS que pela fé SOMOS DELE. Nesse caso, não apenas o temos e somos Dele, mas se diz que “Ele vive em mim!”
Ora, tudo isto nada tem a ver com nossas contabilidades de erros e acertos; as quais sempre são presunçosas e mal malcriadas como a fala do Irmão Mais Velho do Filho Pródigo, o qual brigou com o Pai por não concordar com Seu amor e perdão para com o Irmão.
Portanto, também se O nega quando não concordamos com a Graça Dele em favor de qualquer que seja o outro ser humano!
Nada significa um desacordo maior com Deus do que ter raiva de Seu amor e de Seu perdão!
Afinal, o princípio inteiro da Graça opera no sentido de que quem foi perdoado, perdoe; e quem foi objeto de misericórdia, se torne misericordioso; e quem sabe que é infiel-no-próprio-ser, mais ainda ande em amor (ou então diga que “nem todos pecaram”, por isto “nem todos carecem da glória de Deus”) — pois quando não se consegue amar de modo pleno a fim de nunca transgredir, deve-se pelo menos ter amor e misericórdia para com todo aquele que, como nós mesmos, é apenas um pecador já salvo da morte buscando andar conforme a Vida.
Ora mesmo quando o outro (próximo) não manifesta qualquer desejo de Vida, ainda assim tem-se que amá-lo na medida da consciência do amor e do perdão que, como inimigos de Deus, recebemos de modo unilateral da parte Dele antes de qualquer coisa; posto que ninguém sabia, quando aquela Cruz era erguida, que “ali” Deus mesmo estava se reconciliando de modo unilateral com todo o mundo; conforme Paulo.
Afinal, todos nós ainda éramos completamente inimigos de Deus, tanto no nosso entendimento, como também em nosso próprio ser e suas variadas frutificações, quando Ele se reconciliou conosco em Cristo.
Sem tal certeza em fé, até a nossa busca de auto-justificação pela via da justiça-própria, aparece como fruto do mal que brota de nós; pois crê que do próprio homem pode eclodir aquilo que o faz próprio, justo e humano aos olhos de Deus.
Entre-tanto, digo: Não sou como Jesus, embora, em Jesus, já seja como Ele!
Toda-via, ainda existe esse hiato que acontece entre o “não sou como Ele” e “já sou Nele”. Esse hiato é a presente existência; é o dia de hoje. Por essa razão pergunto: Como viver o que desejo ser, se de mim mesmo não consigo ser?
O que o Evangelho ensina é que nesse hiato o que tem de existir é um caminhar descansado e, ao mesmo tempo, confiante no que já Está Feito e finalizado em nosso favor. Afinal, só se pode começar a provar o amor de Deus como bem que nos vai curando a alma e todo o ser, se, de início, já nos virmos mortos em Cristo.
Somente aquele que, pela fé, se entrega à morte em Cristo, é que começa a andar o caminho do discípulo; vereda na qual se mortifica a nossa própria natureza, mas sem neurose de auto-justiça; bem como se vai encontrando o caminho Estreito da Vida em nossa própria existência. Ora esse Caminho é a entrega de nossa consciência ao Evangelho, concordando com Deus pela fé.
Neste ponto a tendência humana é escolher pólos.
Sim, porque há aqueles que enganam-se julgando que o que Está Feito em Cristo não tem necessidade de se tornar realidade em nós desde hoje; ainda que saibamos que tudo isto é um processo. Para esses o que Está Feito não é para se tornar Feito, crescentemente, neles mesmos; e isto à partir do Dia Chamado Hoje.
De outro lado, há aqueles que pensam que receberam de Deus uma ajuda para começar, mas que daí para frente tudo o mais depende deles mesmos; e, assim, voltam ao ponto de onde haviam saído; ou seja: à sua própria justiça, anulando, desse modo, para si mesmos, a paz com Deus, mediante a qual o ser pode ter tranquilidade para ser sem arrogância pessoal.
O Caminho terreno desse andar no Hiato, busca chegar àquele ponto de compreensão, em fé, no qual Tudo Já Está Feito para ser Realidade Crescente em nós!
Ora, sem que se desista de si mesmo pela confiança no fato de que já morremos em e com Cristo, jamais poderemos morrer para nós mesmos sem que isto não seja um morrer-virtuoso, e, portanto, possuído de justiça própria. Sim, até para poder morrer para minha própria disposiç ão mental essencialmente contrária ao Evangelho (nosso ser não tem prazer natural no Evangelho; amá-lo é dom de Deus!) — eu tenho antes que já estar morto em Cristo. Do contrário, até a busca de me negar a mim mesmo a fim de seguí-Lo, se não for porque Nele eu já estou-feito, não gerará nada além de um esforço que não produz a justiça de Deus em mim; e, nem tampouco, me salva de minha própria disposição mental reprovável; posto que esta se alimenta sempre de minhas próprias certezas independentes da Graça.
Desse modo se pode dizer que nossas justiças próprias, ou o seu oposto, que é o nosso descaso por toda e qualquer justiça — sempre nascem de nossa própria presunção. Porém, em ambos os casos, o que habita o solo de nosso ser é a incredulidade.
Desse modo, até para morrer e ter vida, já tenho que estar morto pela fé, a fim de que qualquer que seja o ato praticado por mim mesmo, permaneça como fruto da Graça em mim; e não como graça minha para satisfazer as demandas aflitas de um Deus justiceiro.
É somente depois de dizer que morreu pela fé com e em Cristo, e que também Nele e com Ele ressuscitou — é que Paulo nos diz: “Cristo vive em mim!”
Ora, Paulo completa dizendo: “E este viver que agora vivo na carne; vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou; e a si mesmo se entregou por mim”.
Assim, até aquilo que parece depender de mim, nada tem a ver comigo; mas tão somente tem a ver com o Filho de Deus que me amou, e que se entregou por mim. Ora, sem tal confiança e certeza em fé, tudo o que eu faça — e tenho muito para fazer, conforme o Evangelho — deixa de ser o que, estando eu em Cristo, é; e passa a ser justamente aquilo que não é; pois, o que quer que eu faça, se não o fizer pela fé no Filho de Deus, mesmo que eu realize como ato exterior de bondade, todavia, para Deus, não é.
De fato só é para Deus aquilo que é feito em fé. E é a fé no fato-existencial de que “Cristo vive em mim” o que me pode fazer ser e fazer sem que tais feitos sejam contra mim.
Afinal, se sem amor nada aproveitará, também sem que Cristo viva em mim nenhuma boa ação que pretenda ser feito-meu, tem qualquer sentido para Deus. Pois se só posso agradar a Deus em Cristo, também só posso viver e crescer em Deus se o fizer pela fé no Filho de Deus.

Está Feito para que seja Feito!

Está Feito antes da fundação do mundo, pois Deus sempre faz antes que a coisa seja!

É por esta razão que eu já sou, embora eu mesmo ainda não seja. Afinal, o mundo está sendo criado em mim; em Cristo!

Assim, Está Feito para que seja algo que cresça para ser meu próprio ser; e isto não começa depois da morte física, mas sim agora, com a morte de minhas presunções; e, sobretudo, com minha decisão de viver por amor ao Filho de Deus que vive em mim. Somente Nele as minhas obras boas aparecem como Graça. Do contrário, elas se tornam a minha própria arrogância.

Jesus. Sim, somente Jesus!

Nele, que me amou e me ama; e sobretudo, que vive em mim — busco ser para Ele o que Nele já sou; pois Ele vive em mim; e é de Sua vida em mim que me vem o poder para ser e viver!

Caio

terça-feira, 1 de setembro de 2009

OS SÍMBOLOS DAS ESCRITURAS


Márcio Klauber Maia
Texto Base: 1Cor 10.1-6;11

A linguagem simbólica, na Bíblia, tem a função didática: é utilizada para tornar mais claro o significado de uma expressão. Através de coisas materiais, do nosso cotidiano, podemos conhecer, em figuras, verdades espirituais mais profundas. A Bíblia emprega uma linguagem simbólica, muitas vezes, para apresentar a si mesma, para que, por meios dos símbolos, possamos conhecer melhor o efeito da leitura do texto sagrado, em nossas vidas.

a) Espelho
Um destes símbolos é apresentado pelo apóstolo Tiago: “Porque, se alguém é ouvinte da palavra, e não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural; Porque se contempla a si mesmo, e vai-se, e logo se esquece de como era” (Tg 1.23,24).
Tiago esta querendo nos apresentar o poder revelador da Palavra de Deus. Ele queria nos mostrar como a Bíblia é eficaz em mostrar quem somos, e como estamos, a fim de que possamos buscar um aperfeiçoamento, através da correção dos nossos atos e atitudes, conforme a orientação bíblica. Por esta razão, compara a Bíblia a um espelho.
A utilidade do espelho
Pensemos na utilidade de um espelho, e o quanto ele faz parte da nossa vida. Levantamos pela manhã e quem é a primeira imagem que procuramos? O espelho! Ou melhor, a nossa imagem refletida no espelho. Imagine um adolescente, em cuja face começam a sair espinhas. Quantas vezes, por dia, ele olha-se no espelho? E a mocinha arrumando-se para encontrar-se com o namorado? E a irmã aprontando-se para uma festa de casamento? E o senhor, cuja cabeça começa a branquear e as rugas começam a aparecer? Quantas vezes por dia, ou por hora, eles consultam o espelho?
Como podemos avaliar a nossa aparência, sem o espelho? Como saberemos se estamos adequadamente vestidos, ou se a roupa está combinando com os acessórios? De que maneira poderemos verificar se estamos bem penteados ou se o cabelo está bem dividido ou a gravata não está torta? Como podemos identificar se limpamos completamente o rosto ou se não ficou algo sujo na boca, no rosto ou nos dentes, se não consultarmos o espelho?
E como que regularidade o consultamos? Será que uma rápida olhada no espelho, só de passagem, para uma consulta ligeira, uma vez por semana, é suficiente? Se nos olhamos demoradamente pela manhã, ao nos vestirmos, isso já será suficiente pelo resto do dia? Ou nos miramos no espelho todas as vezes que achamos que algo está fora de lugar? Quem resiste ao apelo de uma verificação do seu visual, sempre que se depara com um espelho?
O uso do “espelho” espiritual
Precisamos, de igual modo, de avaliarmos a nossa “aparência espiritual” constantemente, através da Bíblia Sagrada. Uma olhada rápida no texto áureo da lição dominical não é suficiente; somente a leitura “oficial” que fazemos nos cultos, também não. Sendo a Bíblia um espelho, e tendo, cada um de nós, a necessidade de verificar a nossa situação, para corrigirmos os nossos “desvios de rota”, precisamos consultar o nosso “espelho divino” diariamente, constantemente.
Somente através desta leitura cotidiana da Bíblia e da aplicação diária de suas verdades em nossas vidas poderemos identificar as nossas falhas e debilidades e, assim, buscar a ajuda do Senhor para corrigirmos a nossa atitude diante dele. Sem isto, vamos viver sem saber se estamos agradando a Deus, ou se o desagradamos.

b) Alimento
O profeta Jeremias faz uma declaração simbólica a respeito da Palavra de Deus, dizendo: “Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome me chamo, ó SENHOR, Deus dos Exércitos” (Jr 15.16). Há um símbolo semelhante no livro do Apocalipse, quando o anjo dá um livro ao apóstolo e ele o come, e é doce à sua boca, mas torna-se amargo no ventre (Ap 10.8-10).
Porque nos alimentamos?
Há pelo menos duas realidades que envolvem a degustação de alimentos: prazer e nutrição. Prazer é o deleite que é produzido ao saborear um delicioso alimento. Diz respeito à sensação agradável provocada pela ingestão de guloseimas e outras iguarias. Nutrição diz respeito ao valor nutritivo dos alimentos. São os ingredientes necessários à manutenção da vida do corpo e que nos dão sustento e saúde.
Prazer
São muitos os cursos e as técnicas utilizadas para extrair os melhores sabores dos alimentos, com a finalidade de preparar os melhores pratos, para atrair os amantes da boa culinária. Cozinheiros famosos fazem sucesso pela capacidade de preparar as melhores iguarias. Isto tudo pelo grande prazer de degustar um bom alimento. Dois sentidos do corpo humano são utilizados neste processo: o olfato identifica o cheiro dos alimentos e o paladar o sabor. Juntos, enviam ao cérebro os impulsos que identificam o aroma e o sabor.
Imagine aquele prato especial que a mamãe prepara e que tanto nos agrada! O simples fato de trazê-lo à memória nos causa uma sensação de desejo e salivação. Quando sentimos o agradável odor que ele exala e percebemos o sabor prazenteiro que possui, comemos com muita satisfação e alegria. A sensação de gozo é que nos leva a querer repetir o processo. Razão pela qual sempre aceitamos o convite para degustar aquele prato.
Como é triste uma pessoa que perdeu o paladar ou o olfato, e não consegue mais sentir o cheiro e saborear o gosto dos alimentos. Quase sempre, quando sentimos fastio e perdemos o prazer pela comida, isto está associado a uma doença ou mal-estar. Pode ser uma gripe forte, que afeta o olfato, ou alguma inflamação ou reação alérgica, que altere o sabor dos alimentos à nossa boca, e que nos faz perder o prazer de degustá-los.
A leitura da Palavra de Deus deve produzir também uma sensação agradável ao nosso espírito. O salmista declara, a respeito do homem bem-aventurado no Salmo 1: "...tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite" (v.2). O salmista também afirma: “Venham sobre mim as tuas misericórdias, para que viva, pois a tua lei é a minha delícia” (Sl 119.77). Ele não está falando que lê a Bíblia porque está sendo obrigado por alguém ou pela exigência do cargo ou compromisso, mas de um leitor movido pelo prazer da leitura da Palavra de Deus.
Nutrição
A outra realidade envolvida no alimento é a nutrição. Tratam-se dos nutrientes, fornecidos pelos alimentos que são fundamentais para a realização das funções vitais de cada ser vivo. Com uma boa alimentação, através de uma dieta balanceada, podemos fornecer às células do corpo não só a quantidade como também a variedade adequada de substâncias importantes para seu bom funcionamento. Às vezes, comemos um alimento que não é tão saboroso, mas sabemos que é necessário, pelo seu valor nutricional.
A Palavra de Deus é o alimento que vai fornecer à alma os “nutrientes espirituais” necessários para dar força e robustez à vida espiritual. Falando sobre a necessidade de alimento espiritual de cada um de nós, Jesus falou: "Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus" (Mt 4.4). Ele também nos incentivou a trabalhar “pela comida que permanece para a vida eterna” (Jo 6.27).
Estes dois fatores se completam, no tocante à degustação dos alimentos: quando somos atraídos pelo prazer, ingerimos o alimento que nos fornece a nutrição. Isto nos dará a saúde para continuarmos com os sentidos funcionando, o que fará com que o desejo de alimentar-se não deixe de existir. Prazer e nutrição; vontade e necessidade. É um ciclo maravilhoso, responsável pela manutenção da vida.
O fastio espiritual
Se não temos prazer na leitura constante da Bíblia Sagrada, e sentimos um “fastio espiritual”, certamente temos alguma dificuldade. Uma pessoa pode não desejar comer um alimento, em geral, por duas razões: não conhece o sabor ou valor do alimento, pelo fato de nunca tê-lo provado, ou está com algum problema, que muda o sabor do alimento ou provoca fastio. Em ambos os casos, só há um remédio: ler a Bíblia. Quanto mais ler, mais conhecerá as riquezas deste tesouro e mais terá desejo de descobrir este sabor.
Por outro lado, a leitura da Bíblia fornecerá o vigor espiritual que necessita para manter um bom desenvolvimento espiritual, a fim de ter saúde para resistir aos ataques espirituais que querem debilitar o espírito e alquebrar a alma, provocando uma fragilidade diante das tentações.
Há, porém, uma grande diferença entre o alimento espiritual e o material: o alimento material produz saciedade, quando ingerido na quantidade certa, e pode provocar problemas, se ingerido em demasia. O alimento espiritual, entretanto, não possui nenhuma contra-indicação e nunca nos sentimos saciados suficientemente, porque quanto mais o buscamos, mais sentimos fome de Deus.

c) Água
A água é o composto químico mais abundante da Terra e é um elemento fundamental na constituição do corpo humano, sendo também fundamental para todas as formas de vida existentes. Sem ela não haveria vida e as dificuldades de se obter água potável para toda a população mundial tem sido uma grande preocupação para as autoridades, pois milhares de pessoas estão morrendo, a cada ano, principalmente crianças, por falta de água ou por doenças causadas pela ausência de água pura.
Limpeza e higiene
A água é também o principal elemento para a limpeza e higiene. Nada como um bom banho para eliminar toda a sujeira do nosso corpo. No banho, é importante o uso do sabonete, do shampoo, e de outros produtos de limpeza, mas nenhum deles pode substituir, de forma eficaz, a água. Por ter a capacidade de dissolver a maioria das substâncias que existem, a água é considerada um solvente universal.
Na Bíblia Sagrada temos várias referências importantes à água e algumas delas mostram porque ela é comparada à Palavra de Deus. O apóstolo Paulo escreveu aos crentes da cidade de Éfeso: “Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef 5.25-27 – ênfase minha).
O apóstolo estava dizendo que, assim como a água é importante para a saúde e higiene do corpo, a Bíblia é importante para a saúde e higiene do espírito. Ele fala sobre a santificação: o processo de aperfeiçoamento da vida espiritual de cada crente, que é efetuado pelo Espírito Santo, através da leitura da Bíblia. A palavra de Deus é o elemento santificador, através do qual o Espírito Santo estará trabalhando em nós. Por esta razão, Jesus orou, dizendo: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17).
O mundo em que vivemos está infestado de pecado. A luxúria e a impureza sexual estão presentes na mídia, permanentemente; a violência campeia em todos os lugares; guerras e inimizades são constantes no relacionamento entre as pessoas; a intolerância e animosidade estão se tornando o padrão, na relação interpessoal; a desonestidade e a corrupção viraram modelo dos que estão em evidência. Vivemos em um mundo cada vez mais pecador e estamos sujeitos a sermos influenciados por ele.
Quando lemos o jornal, ou assistimos à televisão; quando caminhamos pelas ruas, ouvindo as conversas, lendo os out-doors, vendo as revistas e relacionando-nos com as pessoas, podemos perceber a influência que o pecado quer exercer sobre a nossa vida.
Limpeza espiritual
Quando, porém, lemos a palavra de Deus, a nossa alma pode ser limpa de toda essa ação mundana e, ao invés de sermos influenciados pelo mundo, podemos influenciá-lo através da nossa vida pautada pela Bíblia Sagrada. Por isto o apóstolo Tiago recomenda-nos: “Pelo que, rejeitando toda imundícia e acúmulo de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar a vossa alma” (Tg 1.21 – ênfase minha). Da mesma forma que você tem a necessidade de limpar o seu corpo todo dia, também a nossa alma e espírito têm necessidade de limpeza diária. E isto se dá com a leitura da palavra de Deus e sua meditação. Aprendamos o exemplo do salmista e façamos das suas palavras a nossa oração: “Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia!” (Sl 119.97).
De igual modo, assim como o corpo não sobrevive sem água, o espírito necessita do poder do Espírito Santo para continuar saudável. Falando sobre a vida espiritual de cada pessoa, Jesus afirmou: “Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre” (Jo 7.37,38). Ele disse também à mulher samaritana: “aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna” (Jo 4.14).
Leia a Bíblia para ter vida, saúde e higiene espiritual. Assim como as pessoas não gostam de estar ao lado de alguém que não toma banho, por causa do mau cheiro que exala, a nossa necessidade de limpeza espiritual também pode ser notada, porque “cheira mal às narinas de Deus” e de seus santos. É isto que faz a diferença entre o crente que é espiritual e o que é carnal.

d) Luz
Ao falar sobre Deus, a Bíblia declara que “Deus é luz, e não há nele treva nenhuma” (1Jo 1.5). Este paralelismo é encontrado em toda a Bíblia: luz contrapondo-se a trevas. O apóstolo Paulo declara que “Ele nos tirou da potestade das trevas e nos transportou para o Reino do Filho do seu amor” (Cl 1.13) e que agora somos “filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas” (1Ts 5.5). Para deixar clara a oposição da luz às trevas, ele pergunta: “que comunhão tem a luz com as trevas?” (2Co 6.14). Por esta razão, nos convida: “noutro tempo, éreis trevas, mas, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz” (Ef 5.8). O apóstolo Pedro também nos diz que Jesus nos “chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe 2.9).
Aquele, portanto, que anda distante de Deus e não conhece a verdade, anda em trevas. O apóstolo João afirma que alguém que diz estar na luz, mas não pratica aquilo que Deus ordenou, é mentiroso e, na verdade, anda em trevas (1Jo 1.6; 2.9,11). Ele diz isto para entendermos que só é possível enxergar a luz da verdade através dos mandamentos divinos, que são a verdadeira luz que alumia (1Jo 2.8). O que está em trevas só enxergará a realidade se houver luz sobre si. E a luz que dissipa as trevas da mentira é a Palavra de Deus, que é a verdade.
O salmista afirmou, sobre a Bíblia Sagrada: “Lâmpada para os meus pés é tua palavra e luz, para o meu caminho” (Sl 119.105). O escritor do livro dos Provérbios também afirmou: “Porque o mandamento é uma lâmpada, e a lei, uma luz, e as repreensões da correção são o caminho da vida” (Pv 6.23). Falando sobre a capacidade de iluminação que as Escrituras Sagradas possuem, disse o salmista: “o mandamento do SENHOR é puro e alumia os olhos” (Sl 19.8). O apóstolo Pedro afirmou que a palavra dos profetas é “como a uma luz que alumia em lugar escuro” (2Pe 1.19).
Luz e liberdade
As pessoas que vivem na escuridão, não tendo a capacidade de enxergar o que está o seu redor, não possuem a liberdade de movimento e estão limitadas ao que está próximo. Não há a possibilidade de correr, de arremessar objetos à distância, de dirigir um meio de transporte, por exemplo. Os que conseguem enxergar mas não possuem conhecimento para interpretar símbolos também estão obscurecidos pela ignorância, vendo os símbolos, mas desconhecendo o significado. É assim, por exemplo, aquele que desconhece o alfabeto: enxerga, mas não interpreta. Há uma antiga fábula a respeito de seis hindus que tocavam um elefante. Um cego tocou o lado do corpo do elefante e pensou que era um muro. Outro cego tocou a orelha do elefante e imaginou que era uma grande folha de árvore. Outro segurou uma das pernas do elefante e pensou que fosse o tronco de uma árvore. Outro ainda segurou a tromba do elefante e afirmou que era uma cobra. Outro cego tocou uma das presas de marfim e pensou que se tratava de uma lança. Finalmente, outro cego tomou a cauda do elefante nas mãos e julgou estar segurando uma corda. Eles estavam tocando a mesma realidade, mas compreendiam-na de maneiras diferentes, porque não tinham a conhecimento do todo.
O homem que não conhece a Deus está aprisionado pelas trevas espirituais, precisando ser iluminado pela Palavra de Deus, para romper com a prisão. Daí porque Jesus afirmou: “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.32).
Na idade média, quando o mundo estava imerso nas trevas da falta de conhecimento, em uma época de retrocesso do pensamento, de atraso intelectual, científico e cultural, quando a feitiçaria e a superstição dominava a razão, Deus levantou Martinho Lutero, para promover a Reforma Protestante, enfatizando a verdade das Escrituras e traduzindo a Bíblia para a língua do povo, para que todos tivessem acesso ao texto bíblico, tirando, assim, o povo do obscurantismo espiritual e religioso que os dominava.
É o conhecimento da Palavra de Deus que faz com que a luz do evangelho resplandeça sobre os que andam em trevas, porque não conhecem a Deus, pois, como disse o salmista: “a exposição das tuas palavras dá luz e dá entendimento aos símplices” (Sl 119.130).

e) Espada
A espada é uma arma mortal e muito perigosa. Ela serve como instrumento de ataque e de defesa, e pode ser utilizada para tirar ou preservar a vida. Mesmo sendo uma arma antiga, utilizada há muitos séculos, ainda é eficaz no combate corporal, por ser rápida e silenciosa.
Na linguagem simbólica utilizada pela Bíblia Sagrada, a espada está associada, algumas vezes, com a boca, para fazer referência à palavra falada. O profeta Isaías afirmou: “fez a minha boca como uma espada aguda” (Is 49.2). A descrição que João faz de Jesus, no apocalipse, diz que “da sua boca saía uma aguda espada de dois fios” (Ap 1.16). À igreja em Pérgamo, o Senhor adverte: “arrepende-te, pois; quando não, em breve virei a ti e contra eles batalharei com a espada da minha boca” (Ap 2.16). E na grande batalha do Armagedom, o Senhor dos senhores, marcha triunfante sobre um cavalo branco e a sua vitória é assim descrita: “os demais foram mortos com a espada que saía da boca do que estava assentado sobre o cavalo, e todas as aves se fartaram das suas carnes” (Ap 19.21).
Para falar do poder da Bíblia Sagrada, como arma utilizada nos embates espirituais, o apóstolo Paulo nos recomenda: “tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus” (Ef 6.17). Ela é a principal arma da “armadura espiritual” do cristão. E para exemplificar o poder de penetração que ela possui, o escritor aos Hebreus, declara: “porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4.12).
A utilização eficiente da espada, como arma, entretanto, depende da habilidade daquele que a manuseia. Uma boa arma na mão de um soldado despreparado é totalmente inútil. É por esta razão que o apóstolo Paulo recomendou ao jovem obreiro Timóteo: “procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2Tm 2.15). O Espírito Santo é o instrutor, que nos orienta no uso da espada, mas se faz necessário o contato e manuseio constante com a Bíblia Sagrada, para sermos hábeis em utilizá-la, para enfrentar a batalha contra os falsos ensinos da mentira e do engano, a fim de proteger a igreja das heresias e combater os inimigos da verdade.

Bibliografia

GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática. São Paulo, Vida Nova: 1999, 1ª edição.
DUFFIELD, Guy P., VAN CLEAVE, Nathaniel M. Fundamentos da Teologia Pentecostal. Vol 1. São Paulo: Quadrangular, 2000.

Márcio Klauber Maia é ministro do evangelho, servindo como Presidente da UMADEN – União de Mocidade da Assembléia de Deus em Natal-RN. É professor da ESTEADEB-RN. É casado e pai de quatro filhas.