quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

UM ANO NOVO REALMENTE NOVO!


"E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas
as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e
verdadeiras." (Ap 21:05)

Contagem regressiva para 2009: 5, 4, 3, 2, 1... É isso aí, gente, a
passagem de ano mexe muito com os sentimentos humanos. No embalo das
emoções, sonha-se, planeja-se e profetiza-se um ano novo melhor.

O momento da virada da página do calendário parece injetar ânimo em
todas as pessoas! Entretanto, se não vigiarmos, na mesma velocidade
que passa e vai embora o ano velho, poderão passar também os nossos
sonhos e esperanças da noite de ano novo! Como assim, Danilo? Isso
mesmo! Para um Ano melhor não existe mágica! Nada vai mudar
simplesmente porque se virou uma página do calendário! Mas, com
certeza, com muita determinação e trabalho, e sob a direção de Deus,
você poderá fazer do novo ano um ano novo para a sua vida!

Assim sendo, ao sonhar os seus sonhos de ano novo, procure encontrar
respostas para as seguintes perguntas:
1) “O que eu devo fazer para ver os meus sonhos realizados?”;
2) “Devo renunciar a alguma coisa?”;
3) “Por onde devo começar?”;
4) “Quando devo começar?”; e
5) “Quais os primeiros passos a tomar?”

Não fique parado, apenas olhando e vendo as coisas passarem…
Revista-se de uma disposição nova! Lance-se imediatamente ao
trabalho! Não perca tempo! Inicie já nos primeiros dias do ano novo a
sua nova caminhada, confiando em Deus, e sob a inteira direção de
Deus!

Este é, com certeza, o caminho para a concretização dos seus sonhos
da noite de ano novo. Colocando-se nas mãos de Deus, e avançando ao
amparo e proteção do “braço” forte do Senhor, você não terá nada a
temer, porque o Senhor Deus Todo Poderoso será com você, por onde
quer que você for. Eis o caminho para você fazer do novo ano um ano
novo em sua vida! Afinal, como diz a letra de uma conhecida música de
final de ano: "Todo dia nasce novo em cada amanhecer".

Pois é, povo escolhido, viva a grande virada em vossas vidas. Um 2009
de grandes e efetivas possibilidades já está no forno para você!

Fiquem na Paz e em Paz! E quem sabe, até o ano que vem!

Danilo Souza

sábado, 27 de dezembro de 2008

Quando Ser Bom Não é o Suficiente


Ela quase perdeu o vôo. De fato, eu já pensava que tinha a fileira toda para mim, quando olhei para frente e a vi, bufando pelo corredor, puxando duas malas enormes.

- Odeio voar disse ela, pensando alto, enquanto se sentava. — Tentei adiar isso o quanto pude.

- Você quase adiou para além do que poderia — disse eu, sorrindo.

Ela era alta, jovem, loura, bronzeada e bastante desinibida. Sua calça jeans estava rasgada na altura do joelho, seguindo a moda. Suas botas pretas tinham apliques prateados. Descobri mais tarde que ela realmente odiava voar. Seu modo de superar o problema com os vôos era conversar com alguém.

- Estou indo para casa ver meu pai. Ele vai ficar surpreso com a minha cor. Meu pai acha que sou louca por morar na Califórnia, porque sou solteira, e tudo mais. Estou de namorado novo. Ele é do Líbano. Mas viaja muito e só o vejo nos finais de semana, o que de certa forma é bom, pois fico com a casa toda só para mim. Ela não fica muito longe da praia e...

Aprendi como agir quando uma mulher atraente e simpática senta-se ao meu lado. Assim que possível, revelo minha profissão e meu estado civil. Isto livra ambos de qualquer dificuldade.

- Minha esposa também odeia voar - disparei, assim que ela parou para respirar e, portanto, sei o que você está sentindo. Como sou um ministro religioso, conheço uma passagem bíblica que acho que você gostaria de ler quando decolarmos.

Tirei minha Bíblia da pasta e abri no Salmo 23.

Pela primeira vez ela ficou quieta.

- O Senhor é o meu pastor — disse ela, abrindo um grande sorriso enquanto lia. - Eu me lembro disso! - foi seu comentário, no exato momento em que o avião decolava. - Li isto quando era criança.

Ela continuou lendo. Quando falou novamente, havia lágrimas em seus olhos.

- Faz muito tempo. Isso foi muito, muito tempo atrás.

Ela contou-me como crera... uma certa vez. Tornara-se cristã quando ainda era bem jovem, mas era incapaz de se lembrar da última vez que fora a uma igreja.

Conversamos sobre fé e segunda chance. Pedi permissão para lhe fazer uma pergunta. Ela concordou.

- Você acredita no céu?

- Claro.

- Você acha que vai para o céu?

Ela olhou para o infinito por alguns instantes e depois, virando-se para mim, disse com segurança:

- Sim, sim, eu estarei lá no céu.

- Como você sabe?

- Como eu sei que vou para o céu? - enquanto pensava resposta, foi ficando cada vez mais quieta.

De alguma forma eu sabia o que essa jovem diria, antes mesmo de abrir a boca. Pude ver que a resposta estava chegando. Ela me apresentaria sua "lista" (todo o mundo tem uma).

- Bom, eu sou basicamente boa. Não fumo mais do que um maço de cigarros por dia. Faço exercícios físicos. Sou honesta, trabalho - ela contava cada um dos feitos com um dedo da mão e pedi para meu namorado fazer teste de AIDS.

Tchan, tchan, tchan, tchan! Ali estava sua lista. Suas qualidades segundo seu modo de pensar, o céu poderia ser alcançado por meio de hábitos saudáveis e de sexo seguro. Sua lógica era simples: sigo a lista aqui na terra e consigo um lugar lá no céu.

Agora, para não ser duro demais apenas com ela, deixe-me perguntar-lhe uma coisa: qual é a sua lista?

A maioria de nós tem uma. Muitos são como a moça do avião. Achamos que somos "basicamente bons". Decentes, trabalhador. Temos uma lista que prova isso. Talvez a sua não inclua cigarros e AIDS, mas você tem uma lista.

Pago minhas contas em dia.

Amo minha esposa e meus filhos.

Vou à igreja.

Sou melhor que Hitler.

Sou basicamente bom.

A maioria de nós tem uma lista. A lista tem um propósito: provar que somos bons. Mas há um problema com ela: nenhum de n& suficientemente bom.

Paulo abordou esta questão, quando colocou duas bananas dinamite com pavio bem curto no terceiro capítulo de sua Carta a Romanos. A primeira carga está no verso 10: "Não há um justo”, disse ele, "nem um sequer". Ninguém. Nem você, nem eu, nem ninguém. A segunda explosão acontece no verso 23: "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus".

Bum! Chega de listas. Chega de ser "basicamente bom".

Então, como é que se vai para o céu? Se ninguém é bom, se nenhuma lista é suficiente, se nenhum ato está de acordo, como é que uma pessoa pode ser salva?

Nenhuma pergunta é mais importante que esta. Para ouvirmos a resposta da boca do próprio Senhor Jesus, precisamos pensar no último encontro que Ele teve antes de morrer. Foi um encontro entre Jesus e dois criminosos.

Os três estão sendo crucificados.

Algumas pessoas gostam de pensar que estes dois ladrões são vítimas. Não mereciam tamanha punição. Homens bons que receberam um castigo muito severo. Patriotas morrendo como mártires. Mas este não é o caso. Mateus elimina qualquer uma dessas possibilidades com apenas um verso: "E o mesmo lhe lançaram também em rosto os salteadores que com ele estavam crucifica-dos" (Mt 27.44).

A tragédia revela o caráter de uma pessoa. E a tragédia da crucificação revela que aqueles homens não tinham nenhum caráter. Eles usaram seu último suspiro para caluniar a Jesus. Você consegue ouvi-los? Vozes distorcidas pela dor, zombando do Messias.

"Que droga de rei dos judeus você é?"

"A vida de Messias é dura hoje em dia, não?"

"Que tal um milagrezinho, judeu?"

"Os pregos lá de Nazaré também são desse tamanho?"

Você poderia esperar uma coisa dessas vinda dos fariseus. Ou, quem sabe, até mesmo da multidão. A zombaria dos soldados também não seria surpresa. Mas, dos ladrões?

Homens crucificados insultando outro homem crucificado? São dois homens com a corda no pescoço ridicularizando o momento difícil de um terceiro. São dois prisioneiros de guerra diante do esquadrão de fuzilamento zombando da sorte de seu terceiro colega.

Será que alguém pode ser tão cego assim? Ou tão vil?

Não é de se surpreender que esses dois estejam pendurados numa cruz. Roma os considera dignos de terrível tortura. Seu único valor perante a sociedade é servir de espetáculo público. Foram deixados nus para que todos soubessem que não se pode esconder o mal. Prenderam suas mãos com pregos para que todos soubessem que o iníquo não tem poder. Foram erguidos num lugar bem alto de modo que todos dissessem a seus filhos: "Isto é o que acontece a homens maus".

Cada músculo de seus corpos clamava por alívio. Os pregos como que injetavam fogo em seus braços. As pernas se contorciam e se viravam em busca de conforto.

Entretanto, não há conforto numa cruz.

Porém, nem mesmo a dor dos cravos foi capaz de silenciar suas línguas maliciosas. Aqueles dois iriam morrer como sempre viveram: atacando o inocente. Todavia, neste caso, o inocente não revidou.

O homem de quem zombavam não parecia grande coisa. Seu corpo estava cortado pelo açoite, com as carnes como que arrancadas dos ossos. Seu rosto era uma máscara de sangue e cusparadas. Os olhos estavam inchados e inflamados. "Rei dos judeus", dizia a placa acima de sua cabeça. Uma coroa de espinhos estava colocada sobre sua cabeça. Seus lábios estavam entreabertos. Talvez seu nariz sangrasse e um dente estivesse abalado.

O homem de quem escarneciam estava semimorto. Já havia apanhado. Mas, ainda assim, estava em paz. "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lc 23.34).

Depois da oração de Jesus, um dos ladrões começa a lançar insultos contra Ele: "Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo e a nós" (v. 39).

O coração daquele ladrão continuava duro. A presença do Cristo crucificado não significava nada para ele. Jesus era digno apenas do ridículo, inclusive por parte dos ladrões. O ladrão espera encontrar eco vindo da outra cruz. Mas o eco não veio. Em vez disso, ele foi desafiado.

"Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação? E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez" (vv. 40,41).

Incrível. A mesma boca que amaldiçoou a Jesus agora o defende. O que aconteceu? O que viu de diferente desde que foi colocado naquela cruz? Será que testemunhou algum milagre? Ouviu algum discurso? Leram para ele algum tratado sobre a Trindade?

Não, claro que não. De acordo com Lucas, tudo o que ele ouviu foi uma oração, uma oração de graça. E aquilo foi suficiente. Alguma coisa acontece ao homem que se coloca na presença de Deus. E alguma coisa aconteceu àquele ladrão.

Leia suas palavras novamente: "recebemos o que os nossos feitos mereciam... mas este nenhum mal fez'".

A essência do Evangelho em uma frase. O cerne da eternidade através da boca de um salafrário:

Eu estou errado; Jesus está certo.

Eu errei; Jesus, não.

Eu mereço morrer; Jesus merece viver.

O ladrão tinha pouca informação prévia sobre Cristo, mas o que sabia era realmente precioso. Ele sabia que um homem inocente estava sofrendo uma morte injusta, sem ter qualquer reclamação em seus lábios. E, se Jesus pode fazer isso, então Ele realmente é quem diz ser.

Assim, o ladrão pede ajuda a Jesus: "Senhor, lembra-te de mi quando entrares no teu Reino".

A cabeça de Jesus, pendente para a frente, levanta-se e vira para o lado. Os olhos de ambos se encontram. O que Jesus vê é um homem despido. Não digo isso em termos de roupas, mas em sentido figurado. Nada o cobria. Ele não tinha o que esconder.

Seu nome? Escória da sociedade. Seus grandes feitos? Morte por crucificação. Sua reputação? Criminoso. Seu caráter? Depravado até o último momento. Até a hora final. Até o derradeiro encontro.

Até agora.

Diga-me, o que este homem fez para ter direito a qualquer ajuda? Afinal, ele estragou sua própria vida. Quem ele é para pedir perdão? Zombou de Jesus publicamente. Que direito ele tem de fazer esta oração?

Você quer mesmo saber? O mesmo direito que você tem de fazer as suas orações.

Veja bem, ali estamos, você e eu, naquela cruz. Despidos, desolados, desesperados e distanciados de tudo. Aqueles dois somos nós. Nós é que estamos dizendo a Jesus: "Apesar de tudo o que já fiz, a despeito daquilo que você vê, há alguma possibilidade você se lembrar de mim quando voltar para casa?"

Não nos vangloriamos. Não fazemos nossas listas. Qualquer sacrifício parece loucura quando colocado diante de Deus na cruz

É muito mais do que merecemos. No entanto, estamos desesperados. Então, pedimos. Assim como muitos outros fizeram: o paralítico, junto ao tanque; Maria, nas bodas; Marta, no funeral; o endemoninhado gadareno; Nicodemos, à noite; Pedro, andando sobre o mar; Jairo, no meio da multidão; José, na estrebaria. E todos os outros seres humanos que ousaram se colocar diante do Filho de Deus e admitir que têm necessidade.



Tal qual o ladrão, nós ainda temos uma oração. E, como ele, a fazemos.

E nós, assim como o ladrão, ouvimos a voz da graça. Hoje estarás comigo no Paraíso.

E, do mesmo modo como o ladrão, conseguimos suportar a dor, sabendo que em breve Ele nos levará ao lar.

Max Lucado

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

A História de um Gigante


O poeta judeu e contador de histórias, Noé ben Shea, conta esta parábola:

Depois do jantar, as crianças viraram para o pai Jacó e pediram para ele contar uma história. “Que tipo de história?” perguntou Jacó.

“Sobre um gigante”, clamou as crianças.

Jacó sorriu, se encostou nas pedras aquecidas do lado da lareira, e a voz dele começou com um suave tom de reflexão.

“Certo dia um menino pediu ao pai dele que o levasse para ver o grande desfile que passaria pela aldeia. O pai, lembrando o desfile quando ele mesmo era um menino, logo concordou, e na manhã seguinte ambos partiram juntos.

À medida em que eles chegaram à rota do desfile, as pessoas começaram a empurrar de todos os lados, e a multidão se espremeu. Quando o amontoado de gente se tornou quase uma parede no caminho, o pai levantou o filho e o colocou nos seus ombros.

Logo o desfile começou e à medida em que passou, o menino falou para o pai dele como era maravilhoso e como as cores e imagens eram espetaculares. O menino, na verdade, ficou tão orgulhoso daquilo que ele viu, que ele desprezou os que viram menos, declarando, até mesmo para o pai dele, 'Se você pudesse ver o que eu vejo’.”

“Mas”, disse Jacó fitando os olhos diretamente nas faces das crianças, “o que o menino não deixou de enxergar foi porque ele conseguiu ver. O que o menino esqueceu foi que uma vez o pai dele, também, pôde ver.”

Então como se ele tivesse terminado a história, Jacó parou de falar.

“É só isso?” indagou uma menina desapontada. “Pensávamos que o senhor ira nos contar uma história sobre um gigante.”

“Mas, eu contei”, disse Jacó. “Eu lhes contei a história de um menino que podia ter sido um gigante.”

“Como?” clamaram as crianças.

“Um gigante”, disse Jacó, “é qualquer um que se lembra que nós todos estamos sentados nos ombros de outros”.

“E o que tornamos se não nos lembrarmos?” perguntou um menino.

“Um fardo” , Jacó respondeu.

Todos nós fomos ricamente abençoados por aqueles que vieram antes de nós. Como membro de uma família, reconheço que tenho avós e pais que, por meio de muito sacrifício e esforço, me deram a oportunidade de fazer coisas que eles sequer podiam sonhar em fazer. Como cidadão, eu tenho uma grande dívida de gratidão àqueles que deram suas vidas pelas liberdades que eu posso desfrutar. E como Cristão, eu olho atrás para tantos outros, tanto em anos recentes, como em tempos bíblicos, que lançaram um fundamento de fé que me encoraja a chegar perto de Deus. Eu oro para nunca esquecer que eu estou sentando nos ombros de outros.

“Uns foram torturados e recusaram ser libertados, para poderem alcançar uma ressurreição superior; outros enfrentaram zombaria e açoites; outros ainda foram acorrentados e colocados na prisão, apedrejados, serrados ao meio, postos à prova, mortos ao fio da espada. Andaram errantes, vestidos de pele de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos e maltratados. O mundo não era digno deles. Vagaram pelos desertos e montes, pelas cavernas e grutas.

Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta, tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus.” (Hebreus 11:35-28; 12:1-2)

domingo, 14 de dezembro de 2008

A VOZ DE DEUS


“Deus me falou”, uma frase repetida freqüentemente, deveria fornecer a última palavra sobre qualquer decisão ou assunto. Se Deus falou, está falado! A experiência confirma que não é bem assim. Ocorre muitas vezes que aqueles que afirmam que Deus falou para eles declaram depois que Ele falou outra coisa, contrária à direção anterior. A voz de Deus facilmente se confunde com a voz do ouvinte ou de um espírito qualquer. Essa é a razão pela qual João adverte contra simplesmente dar crédito a todo “espírito”. Ordena que os líderes examinem os espíritos para ver se eles procedem de Deus, “porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo” (1 Jo 4.1, NVI).

A.W. Tozer recomenda não encarar as Escrituras como alguma “coisa” que você pode torcer de acordo com a conveniência da hora. “A Bíblia é mais do que uma coisa; ela é uma voz, a verdadeira Palavra do Deus vivo.” Os evangélicos, quase sem exceção, concordariam.

Tão perigoso deve ser imaginar que se ouviu a voz de Deus, que cristãos sábios tomam cuidados para confirmar que o que foi ouvido tenha respaldo nas Sagradas Letras.

Outros mais tradicionais rejeitam qualquer voz viva hoje, preferindo confiar somente na Palavra escrita para receber orientação do Senhor. Cristãos carismáticos crêem firmemente em profecias e línguas que, uma vez entendidas pelo dom de interpretação, comunicam a voz de Deus, Muitos cristãos tradicionais ficam convencidos de terem recebido um chamado para ministério pastoral ou para servir no campo missionário. Mas, se indagarmos como receberam essa informação sobre o propósito de Deus para as suas vidas, respondem que o Senhor mesmo falou com eles. Por isso, é necessário distinguirmos entre o infalível e o falível, entre sugestões ou “vozes” na cabeça e a Palavra eterna de Deus.

A Bíblia é totalmente confiável. Foi inspirada por Deus e, portanto, é útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça (2 Tm 3.16). Todos os evangélicos aceitam essa realidade. Problemas surgem quando se procura orientação sobre decisões entre caminhos igualmente endossados pelas Escrituras. qual seria a vontade de Deus relativa `a escolha para o casamento entre dois jovens, ambos cristãos comprometidos ou entre duas carreiras, ambas úteis para o serviço do Reino? É comum “ouvir a voz de Deus” que nos orienta na direção de nossos desejos pessoais. Será que Deus sempre escolhe para nós uma vida mais prazerosa, mais confortável e mais preospera?

Segundo o relato de Lucas em Atos, a orientação de Deus para seus servos Barnabé e Paulo de Tarso foi para que saíssem de Antioquia para a obra para a qual Deus os tinha chamado. Essa obra trouxe para Paulo muito trabalho, açoites, prisões, naufrágios, apedrejamento e, no fim, decapitação. Certamente, Deus não falou sempre de acordo com seus desejos pessoais.

Outra maneira pela qual se ppode confundir a “voz de Deus” e o desejo do preoprio coração ocorre na prática de ler um trecho histórico da Bíblia e concluir que, da mesma maneira que Deus agiu na antiguidade, agirá novamente. Como exemplo, pense no caso de Gideão. Colocou uma porção de lã na eira. Se o orvalho molhasse apenas a lã, ele teria certeza de que Deus libertaria Israel. Se ocorresse o contrário, ele teria dupla certeza de que a libertação de Deus viria. Não podemos ter certeza de que, usando o mesmo método, Deus tambeem repetirá os milagres. Ele não tem nenhuma obrigação de nos dirigir tal como fez no passado.

George Muller, usado por Deus para cuidar de 9.500 órfãos, repassar milhões de libras para missões transculturais e publicar milhões de Bíblias e porções dela, também precisava ter certeza de que Deus estava dirigindo-o. Quando percebeu a necessidade de construir mais um prédio para abrigar os órfãos, orou buscando essa orientação durante seis meses. Se Deus estava garantindo o sucesso do empreendimento. Começaria a construção mesmo sem ter uma moeda no caixa.

Buscar a orientação de Deus é não somente positivo, mas imprescindível. Um grande perigo jaz nas decisões tomadas depois de se ouvir uma voz na cabeça ou sentir uma inclinação sem respaldo bíblico.

Revista Enfoque / Revista Enfoque

sábado, 6 de dezembro de 2008

Sonhos



Sonhos as vezes me assolam a alma. É comum que eu sonhe com algum evento de menor importância, e em questão de meses ou semanas, ou mesmo dias, eu o veja acontecendo diante dos meus olhos. Eu passei a escreve-los quando percebo certas características neles, que são reincidentes nos sonhos que se tornam reais. Tenho certa dificuldade em discernir tais sinais e evidencias, mesmo porque tenho comigo o cético pensamento de que se tratam apenas de coincidências. Mas de alguma forma, nossos sonhos carregam tantos traços de realidade que já sonhei com coisas que tiveram respostas físicas (e por favor, não to falando de poluções noturnas, então não me venha…).
Certa vez sonhei que eu, defendendo uma pessoa querida de um agressor desconhecido na rua, levei uma facada sobre o rim… e acordei sentindo uma dor imensa no lugar. Outra vez, em outro sonho, a queda de uma escada, durante um afazer doméstico me fez sentir uma dor no peito, pois eu havia despencado sobre uma mesa de vidro. Senti um impacto e indo ao banheiro percebi que a região do externo levemente avermelhada.
Mas como eu disse anteriormente, não tenho uma certeza, nem crença que defina a interpretação e os resultados deste tipo de sonho… Mas eu ainda gostaria de falar sobre sonhos. Um outro tipo de sonho que se assemelha muito com estes… mas que é diferente por se tratar de uma mistura de anseios e aspirações pessoais, de motivações e de objetivos… de ideais.

Às vezes queremos tanto algo, que acabamos efetivamente sonhando com isso. E as vezes Sonhamos com algo, por almejarmos demais esse algo. Tenho encontrado certa dificuldade , também, em separar esse sonho daquele sonho, pois no final tudo o que sonhamos/desejamos/vivenciamos durante o sono, tem uma carga muito grande de realidade, e uma outra imensa de distorções de realidade (resumindo a realidade em fatos e eventos verdadeiros, e também não querendo discutir aqui o que é a tal da realidade), de forma que “vivemos” os nossos sonhos… nos encontramos com todas ou algumas de nossas carateristicas pessoais, quer dizer, nos reconhecemos em nossos sonhos… sempre temos um papel, ainda que nos enxerguemos como um expectador dos nossos próprios sonhos.

Da mesma forma, podemos viver os nossos sonhos/desejos/anseios/vontades enquanto acordados e os vemos acontecer e lutamos por eles e criamos ( ou tentamos criar) condições para que estes se concretizem. Tendo tais coisas em mente, parto para o seguinte questionamento: O que é estar acordado?Estar acordado, significa estar consciente e também significa não estar dormindo. Mas será que estar acordado significa, não estar sonhando?!(Ao diabo esses gerúndios)… Penso que sonha-se acordado… penso que continuar sonhando é parte do despertar. Sonhar nesse caso, em estado consciente, acordado, significa muito mais do que simplesmente sonhar. Significa ter razões para viver, objetivos, e a busca por soluções, e em ultima instância, significa te motivos para movimentar-se. É um combustível. É o principio ativo das ideias e dos grandes feitos vistos em nosso mundo ( embora sejam todos vaidade e trapos de imundicia =P). Viver com sonhos significa ter razões para resistir tanto à corrosão do tempo, bem como aos dissabores da vida, ao gosto amargo do abandono e a todas as outras coisas às quais estamos sujeitos… todos nós, toda a criação.
Mas o que acontece quando essa força se esvai, escorre por entre nossos dedos, nos deixa, como a agua é absorvida pela areia? Viver sem sonhos representa perda de torque no nosso motor… tanque vazio, autonomia reduzida…e talvez viver sem sonhos possa até significar a perda do sentido de ser. Uma vez que se tiram os sonhos de um homem, roubam-lhe a alma. Vejo que, se sonhar é um fator decisivo de motivação, igualmente aponta para uma fraqueza: Uma vez que se rouba os sonhos de um homem, se nocauteia a sua alma, e o deixam semi-morto; Respirando, e não vivo.Sem perspectivas, não prosseguimos firmes.

Mas existe algo que traz à tona a força: a restauração e o renovo que vem do alto; o renascimento do amor, a redescoberta do primeiro amor. O amor tem o poder de “reconstituir o tecido do nosso coração”, nos fazer respirar novamente trazer consigo novos… novos sonhos (e eu me refiro primeiramente ao amor de e para Deus, mas em segunda instância também ao amor que sentimos uns pelos outros, e ao amor descoberto por um certo alguém que entra e é capaz de mudar e refrescar a nossa vida.Os bens são herança dos pais, mas uma esposa é herança de Deus…Lembram?)


“Quando o Senhor restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem sonha.
Então, a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua de júbilo; então, entre as nações se dizia: Grandes cousas o Senhor tem feito por eles. Com efeito, grandes cousas fez o Senhor por nós; por isso, estamos alegres”.
[Salmos 126:1-3]

A restauração promovida pela presença do amor, que é no mínimo evidencia da presença de Deus, nos liberta da falta de esperança e perspectivas, nos faz sentir novamente as mãos e os pés, nos faz levantar e caminhar. E por isso digo repetidamente para mim: A esperança jamais falha. Por isso tantas vezes eu repito que

“Quero trazer á memória, aquilo que me traz esperança: as misericórdia do Senhor não tem fim, e é essa a razão de não sermos consumidos.”
[Lamentações 3:21,22]

Aqueles que sonham e descansam sobre a esperança de algo melhor, tem diariamente algo novo para descobrir… Algo como a própria vida. Por isso eu acredito que aqueles que não sonham, não percebem que ainda estão dormindo e precisam acordar.

28 Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice.
29 Porque quem come e bebe, come e bebe para sua própria condenação, se não discernir o corpo do Senhor.
30 Por causa disto há entre vós muitos fracos e enfermos, e muitos que dormem.
[1 Coríntios 11:28-30]

Acorde. Venha para o agora, não deixe de sonhar e depositar sua esperança no único lugar onde ela eh guardada em segurança: em Deus. Saiba também que se pode descansar acordado quando se descansa em nEle.

Quer um outro bom motivo para se alegrar? Esse mesmo Deus, sonhou com você, e sabia o quanto você valia: nada. Mas sonhou em ver novas as coisas que haviam se corrompido e por isso alguém pagou um preço por você, para que você voltasse a sonhar acordado… e como sabemos essa história não acaba aqui, pois novos céus e terra virão a seguir.

Dreaming of Zion, Awake
Sleeping Awake
-P.O.D.

Liberte-se da espiral. Sonhe acordado… e não limite os seus esforços para ver acontecer.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Misha e Jesus


Em 1994 dois Americanos foram convidados pelo Departamento de Educação da Rússia a ensinarem ética e moralidade (baseado em princípios da Bíblia) em instituições públicas.

Num orfanato eles encontraram 100 meninos e meninas que foram abandonados ou abusados sob a guarda do governo. Os homens contaram a seguinte história:

"Foi no final do ano e na época para as crianças ouvirem a mensagem tradicional de Natal. Contamos para eles sobre Maria e José chegando em Belém. Não achando lugar na hospedaria eles foram ao estábulo onde Jesus foi colocado numa manjedoura. Durante a história as crianças ficaram maravilhadas. Ficaram ligadas em cada detalhe.

Terminamos a história e demos às crianças pedaços de papelão e tecido para cada uma fazer uma manjedoura. Eu comecei a olhar os trabalhos delas e cheguei à mesa do pequeno Misha. Ele tinha 6 anos e já tinha terminado seu projeto. Quando olhei para a manjedoura dele eu vi não um, mas dois nenês deitados.

Eu chamei o tradutor e perguntei porque havia dois nenês na manjedoura. Cruzando seus braços, e olhando a sua manjedoura Misha começou a repetir a história. Por uma criança tão pequena, que ouviu a história pela primeira vez, ele contou tudo muito bem, até que chegou à parte onde Maria deitou o bebê Jesus na manjedoura.

Daí ele começou a acrescentar alguns detalhes. Ele disse "Quando Maria deitou o neném na manjedoura, Jesus olhou para mim e me perguntou se eu tinha um lugar para ficar. Eu disse a ele 'eu não tenho papai ou mamãe, então não tenho onde ficar'.

Daí, Jesus disse que eu poderia ficar com ele. Mas, eu disse a ele que eu não poderia porque eu não tinha um presente para ele como todos os outros. Mas, eu queria ficar tanto com Jesus. Então eu tentei pensar em alguma coisa que eu poderia dar a ele como presente.

Eu pensei que se eu pudesse aquecê-lo que isto poderia ser um presente. Então, eu perguntei a Jesus 'Se eu posso aquecer você, isto serviria para um presente?'

E Jesus me disse 'Se você me aquecer, isto vai ser o melhor presente que alguém jamais me deu.' Então eu deitei na manjedoura e Jesus olhou para mim e ele me disse que eu poderia ficar com ele - para sempre."

Quando o pequeno Misha terminou sua história, seus olhos estavam cheios de lágrimas. Ele deitou sua cabeça na mesa e chorou. O pequeno órfão havia encontrado alguém que nunca abandonaria ele ou abusaria ele, alguém que ficaria com ele - para sempre.

– autor original desconhecido. Tradução por Dennis Downing do site www.hermeneutica.com.br.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

O QUE A VEJA NÃO VIU



"E não nos cansemos de fazer o bem..." Gálatas 6.9

É impressionante a capacidade que as críticas têm de nos abater. Eu gostaria que não fosse assim, mas acho que ainda estou crescendo e preciso aprender a "apanhar" sem esmorecer diante das falsas acusações. Afinal, enquanto tem gente por aí que parece viver para criticar, eu prefiro seguir fazendo o bem, e preciso continuar, porque as pessoas que Deus colocou em meu caminho para abençoar não têm nada a ver com os absurdos daqueles que só jogam pedras e tentam prejudicar o nosso ânimo.

Quando os jornais e TVs começaram a nos procurar sobre nosso envolvimento com a Lucélia, menina que foi liberta de um cativeiro em Goiânia e que está morando com a Pra. Ezenete, nós ficamos preocupados sobre como nossas palavras e atitudes seriam vistas, já que, infelizmente, muitas vezes a verdade é deturpada pelos veículos de comunicação. Mas, para nosso alívio, tanto a Globo quanto o SBT, Bandeirantes, e os mais influentes jornais impressos de todo o país, divulgaram a boa notícia de que agora, Lucélia encontrou uma família.

Para nossa triste surpresa, esta semana a revista Veja publicou uma matéria muito infeliz assinada pela repórter Ana Beatriz Magno. Infeliz porque não nos tratou com verdade. A matéria com o título "Dor sem hora para acabar" nos classifica como aproveitadores que exploram o sofrimento da menina, que segundo eles, parece não ter fim. É verdade que Lucélia sofreu pelo abandono de seus pais, sofreu nas mãos de Sílvia, sofreu ao ser levada a reviver seus momentos de agonia "testemunhando" suas dores diante de uma platéia na fábrica de biscoitos Mabel e sofreu ao ser levada a uma campanha política do PT; mas o que ela está vivendo conosco não tem nenhuma semelhança com nada disso. E a repórter Ana Beatriz Magno não teve ao menos a dignidade de me procurar para fazer qualquer pergunta, já que iria usar uma foto minha, que possuem em seu arquivo de uma antiga matéria que fizeram sobre o crescimento dos evangélicos no país.

Quando a repórter ligou para a Pra. Ezenete ela realmente não quis dar a entrevista. Ela tinha acabado de voltar de Portugal, onde mora um de seus filhos, e não tinha ainda nada acertado sobre o assunto, e muito menos conversado com a Lucélia. Aliás, ela nem tinha falado com o juiz, uma vez que a família ainda não tinha definido sobre a adoção. Sendo assim Ezenete pediu à jornalista Ana Beatriz Magno que nada fosse publicado ainda. Não havia definições. Mas assim que ela conversasse com o juiz, ela daria a entrevista com prazer. Porém, a repórter não voltou a procurá-la. Além disso, Ezenete tinha medo do que poderiam fazer com suas palavras naquele momento. E acho que ela tinha razão em temer a distorção. Uma das acusações da revista é de que a promessa de adoção não é tão certa assim. Naquela época, há mais de um mês, realmente não era. Mas nesse período muitas coisas aconteceram. O processo realmente é demorado, mas a Zê tem a guarda de Lucélia até janeiro, e conta com todo o apoio da direção do Cevam (Centro de Valorização da Mulher - instituição que abrigava Lucélia até ela vir morar em BH) e do juiz de Goiânia que tem acompanhado o caso da menina. Ou seja, tudo está caminhando bem, dentro do que nos foi orientado pelo próprio juiz, que acompanha a alegria de Lucélia com as notícias de sua nova vida.

Quanto à minha parte nesta história, desde o princípio tomei muito cuidado para não expor a Lucélia. Ela jamais subiu sequer no púlpito de nossa Igreja, e nem a nossa TV, a Rede Super, tinha feito qualquer matéria com ela, a não ser depois que todos os demais veículos começaram a nos procurar. Ou seja, não exploramos o fato de estarmos ajudando a Lucélia. Esse nunca foi nosso interesse. Depois do nosso primeiro encontro, no aeroporto de Goiânia, após o evento em que cantei ali, escrevi em meu Blog e coloquei uma foto do nosso abraço, com a menina de costas. Quando escrevi, foi para compartilhar sobre a experiência que mais me marcou naquela viagem: não foi a grandeza da multidão que encheu o ginásio, não foram as luzes do palco, mas o gesto de tocar uma pessoa que sofre. Minha intenção era, e continua sendo, não apenas "pregar" que nós cristãos devemos amar o nosso próximo, mas viver esta realidade. Testemunhei isso para incentivar as pessoas com o exemplo. Nem eu, nem a Ezenete, naquele momento, poderíamos imaginar que Deus tinha muito mais para nós fazermos pela Lucélia.

Sugerimos que ela viesse passar uns dias conosco em BH. Temos um sítio muito bonito, um lugar de paz, de restauração, e pensamos que seria bom para a Lucélia estar conosco ali um tempo. Para nossa surpresa, as autorizações judiciais vieram rapidamente, e ela ficou em BH por 15 dias. Foi só então que a possibilidade de adoção passou pelo coração de Ezenete, de seu esposo e de seus filhos, pois conviveram com Lucélia aqueles dias e quando ela foi embora, sentiram sua falta como se já fizesse parte da família. Aliás, era a menina quem pedia todo o tempo para ser adotada por eles, e já de volta a Goiânia, dizia para todos que agora tinha uma família, e escrevia para a Zê pedindo para chamá-la de mãe.

Durante aqueles dias em BH aconteceu a gravação do DVD Crianças Diante do Trono ao vivo, Para adorar ao Senhor, na praça da nossa igreja. Milhares de crianças assistiram, e Lucélia estava na platéia. Em nenhum momento ela subiu no palco, apesar de gostar muito de cantar e dançar, e hoje eu agradeço a Deus por isso, porque eu seria muito mal interpretada se desse a ela essa oportunidade. Acredito que a repórter da Veja, que conversou com a Lucélia lá em Goiânia, tenha entendido mal o ocorrido na gravação. Lucélia voltou para o Cevam muito empolgada com todas as experiências que teve em BH, e deve ter dito que participou de uma gravação comigo. Sim, ela e milhares de crianças, e o rosto dela não aparece em nenhum momento no DVD, que ainda nem foi lançado.

Aliás, sutilmente fomos acusados de estarmos nos aproveitando da menina, porém a repórter não mencionou que ela mesma se aproximou da Lucélia como uma amiga, entrando em contato diversas vezes para conversar de forma informal e oferecendo até mesmo o número do seu telefone para a garota desabafar. Todas as declarações citadas na matéria foram dadas por Lucélia à repórter Ana Beatriz na época em que ela esteve na Mabel, ou seja, antes do processo de adoção ser iniciado; o que mais uma vez comprova a ausência de uma apuração séria sobre um assunto tão delicado.

A promessa de que celebraríamos o seu aniversário em BH também foi deturpada pela matéria, que a menciona como uma troca, como uma promessa feita depois da gravação do clipe. Quanta maldade. Acho que a repórter Ana Beatriz está muito acostumada a lidar com gente ruim, a noticiar coisas perversas, e seus óculos a fazem enxergar tudo assim, deturpado. Sobre a inexistência do tal clipe eu já expliquei, o que torna infundada a acusação de troca barata. O que aconteceu é que durante os primeiros 15 dias aqui, Lucélia participou de um aniversário e ficou maravilhada. Ela nunca havia tido uma festa para comemorar seu próprio aniversário, então a Zê prometeu que independente de onde fosse, BH ou Goiânia, ela providenciaria um bolo para celebrar a data. Sendo assim, fizemos o esforço para que ela viesse, a fim de realizarmos mais um de seus sonhos roubados pela infância sofrida. E fizemos sim, uma linda festa para ela, porque agora, Lucélia faz parte das nossas vidas, de nosso círculo de amigos, e está inserida em uma linda família que investe tempo, recursos, e muito amor para restaurar as feridas do seu passado.

Lucélia está estudando, na mesma escola onde meu filho estuda. No primeiro dia de aula ela voltou para casa gritando: "Virei gente! Virei gente!" e está se saindo muito bem, pois é muito inteligente. Em breve ela vai estudar música, dança, inglês, enfim, terá oportunidades maravilhosas que não teria de outra maneira. Sua nova família está comprometida a dar a ela o melhor, e nós, seus amigos, e várias pessoas que têm se movido para ajudar, estamos dispostos a investir no futuro da menina. Aliás, até mesmo em sua saúde precisamos auxiliar, pois os maus tratos provocaram algumas seqüelas que estamos crendo que serão solucionadas.

Sobre o passado? Às vezes ela fala uma coisa ou outra conosco, principalmente com a Zê, mas não "puxamos" este assunto. Quando isso acontece, depois de ouvir com carinho, agradecemos a Deus junto com ela porque o sofrimento acabou, e jamais cometeríamos o absurdo de culpá-la pelo que passou. E foi aí que a jornalista errou de novo. A matéria coloca a expressão "aqui ela foi tocada por Jesus", palavras que diz serem da Pra. Ezenete, com a frase que diz ser de Lucélia: "A culpada fui eu. Eu, que não estava tocada por Jesus". Pois quem dizia isto pra ela era a Sílvia, argumentando que a menina tinha demônio, justificando suas torturas. E com esse astuto jogo de palavras colocadas, fomos comparados, outra vez, com quem mais feriu Lucélia.

Decidi escrever aqui em nosso site para dar satisfação às pessoas que, com dignidade, desejarem nos ouvir quanto a essa infundada acusação. Peço apenas uma coisa. Deixem a menina viver sua nova vida em paz. Creio que todos os meios de comunicação já divulgaram a notícia de que agora ela tem uma nova família (apenas Veja, através da repórter Ana Beatriz Magno, parece que não sabia disso muito bem), e nosso desejo é não ter que lidar mais com esse assédio público. Enquanto isso, vamos nos consolando com o exemplo do próprio Jesus, que, curando os enfermos e fazendo o bem, foi chamado de maioral dos demônios, incompreendido por muitos de sua época. E é assim que vamos prosseguir, pois apesar de "pedradas", não podemos nos cansar de fazer o bem.

Ah, e só mais um recado - A dor de Lucélia tem hora pra acabar sim. Nós estamos fazendo a nossa parte, mas saibam que ao ver a reportagem, ela ficou desesperada e sofreu outra vez. Por favor, se vocês não querem ajudar, ao menos não atrapalhem.

Indignada, mas tranqüila, respaldada pela verdade, e respondendo como o Senhor ao ser incompreendido: "A sabedoria é justificada pelas suas obras",

10/11/2008

Ana Paula Valadão Bessa

domingo, 16 de novembro de 2008

Não basta ser soldado: é preciso ser um lutador


João era capitão da Marinha Brasileira, um homem de olhar meigo, simples em suas atitudes e manso em suas palavras. Era um bom pai, um bom esposo e um bom capitão.

Certo dia, João foi encarregado de uma missão, algo que era freqüente em sua vida, pois o mar era seu campo de trabalho.

Enquanto seu navio era carregado de suprimentos destinados a uma aldeia de índios, João recebia as ordens.

Em pouco tempo já tinha uma mão no leme, olhos no mar, sapatos brilhando, roupas brancas, patentes expostas e uma xícara de café na outra mão.

A noite estava tranqüila: o céu cheio de estrelas e o navio dançava com o balanço do mar. Mas o que João não sabia era que essa tranqüilidade não iria durar muito tempo.

"Entregue-se agora, capitão".

A voz saía do nevoeiro que tomava conta daquela madrugada fria. Piratas eram comuns naquela rota.

"Nunca! Jamais nos entregaremos", gritava a voz que saía de dentro do navio, a voz do capitão João.

A tripulação não era grande e seus jovens marinheiros nunca tinham lutado antes. Mas de uma coisa eles sabiam: não poderiam se entregar. Afinal de contas, quem levaria a comida para a aldeia?

Precisamos ser pessoas como o capitão João, não é verdade?

Somos desafiados todos os dias a desistir da vida, dos planos, dos alvos, dos sonhos e até de Jesus.

Alguns de nós desistem e ficam pelo caminho. Já outros lutam.

Feridos. Machucados. Cansados. Chorando. Mas lutando. Lutam porque sabem que não podem desistir: as vidas esperam pelo alimento que alimentará suas almas.

Lutam porque sabem que seu capitão já passou por essa luta e não desistiu.

Lutam porque mesmo até se achando fracos descobriram que são soldados que lutarão até à morte e nunca morrerão sem lutar.

Da próxima vez que ouvir em seu coração uma voz ordenando que você desista, saiba que a voz que veio de um jovem nazareno no calvário pede para você continuar.

Qual a voz que você vai obedecer, soldado?


Carlos Eduardo

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O que Jesus espera


“Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres?’ Então eu lhes direi claramente: Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal!” Mateus 7:22-23

Onde foi que Jesus mandou seus discípulos profetizarem? A expulsão de demônios ou a realização de milagres são condições para entrar no Reino? As obras que Jesus espera do discípulo são menos espetaculares, porém, no dia a dia, muito mais difíceis de serem realizadas.

Professar Jesus como Senhor e viver uma vida em submissão a Ele é uma palavra mais poderosa que qualquer profecia. Expulsar dos nossos corações a cobiça e o ódio valem mais que qualquer exorcismo. Fazer a nossa parte no prodígio de amar os nossos inimigos é um milagre o bastante para Deus. Orar, jejuar e servir aos outros sem se importar se qualquer outra pessoa está sabendo é uma obra que só pode ser realizada por uma vida entregue ao Reino.

São estas as obras que o Senhor espera de nós. Se não as praticamos, ou se as praticamos mas continuamos numa vida paralela de pecado, não haverá lugar no Reino para nós. Essas pessoas realmente ficaram surpresas na pior hora – o dia do juízo. Por quê? Porque elas trataram de mudar tudo menos o que Jesus mais queria – seus corações.

O pior engano não é dos outros, mas de nós mesmos. Vamos deixar o Senhor realizar o maior milagre possível em nós – mudança de coração – para seguir Jesus com tudo que temos e somos. Assim a única surpresa será com o tamanho das bênçãos que o Senhor terá reservado para nós.

E esta surpresa você não vai querer perder.

Todo poderoso Rei, nós nos enganamos, mas ninguém engana o Senhor. Por favor, proteja-nos da ilusão de sermos autores de grandes obras. Ajude-nos a buscar apenas aquilo que a nós pertence – a entrega dos nossos corações a Jesus para que Ele opere o milagre da nossa conversão. Em nome de Jesus pedimos. Amém.

O devocional diário “Jesus disse…” , com 365 dias nas palavras de Jesus, está completando um ano no dia 28 de fevereiro. Venha comemorar conosco!

Deus permitindo, a partir de primeiro de março deixaremos o Evangelho de Mateus e começaremos uma caminhada nas palavras de Jesus nos evangelhos de Marcos e Lucas. Em março e abril começaremos com as palavras de Jesus nos dias e horas antes da Paixão. Depois seguiremos ao longo do ano ouvindo e meditando em cada palavra do Salvador do Mundo.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Coisas de menino


Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. 1 Coríntios 13:11

Desde os sete anos de idade eu trabalho, ou trabalhava ou passava fome. Mas minha mente de menino fazia com que tudo parecesse uma brincadeira, era como se toda criança de minha idade trabalhasse, era como se aquilo fosse a coisa mais natural no mundo.

Quando tinha doze anos estava vendendo sorvete na parte da manhã e estudando a tarde, mas algo acontecia comigo que não era tão natural nos outros vendedores: Quando chegava 11:30 da manhã eu já tinha vendido todos os sorvetes, não sei se por minha pequena estatura, mas parava em frente a prefeitura e rapidamente vendia. Outros sorveteiros chegavam lá, mas não tinham o mesmo sucesso.

Embora tivesse que carregar aquela caixa de isopor marcando meus ombros e chinelos "havaianas" nos dedos suados, eu era um garoto feliz, tinha um contentamento no coração, é como se Deus sempre estivesse ali comigo. Certa vez sobrou dois sorvetes na caixa e eu precisava ir embora, pois ainda tinha a escola. Parei perto da linha do trem, sozinho, cercado de capim cidreira peguei um sorvete para mim e o outro joguei no meio dos trilhos e disse, "este é para Deus", e fiquei olhando o sol derreter o sorvete, pensando: "Deus está chupando o dEle". Fui embora cantando "Obrigado Senhor", uma música do mundo, não me lembro o cantor.

Hoje quando lembro disto, dou risadas, mas na época meu coração era sincero, eu tinha que retribuir o que Deus estava fazendo por mim, mas não sabia como.

Aos quatorze anos trabalhando em uma gráfica, coloquei a mão embaixo de uma prensa de uma tonelada e acionei a alavanca sem querer, a prensa desceu e travou prensando dois dos meus dedos da mão direita, no desespero acionei a alavanca e ela subiu e desceu novamente batendo pela segunda vez em meus dedos, mas parando em um ponto que eu pudesse tirar as mãos. Gritei! O desespero tomou conta de toda pequena empresa, eu menor, sem registro, com todo aquele sangue jorrando pela máquina. Um jovem me pegou no colo e correu para colocar em um carro, no desespero bateu minha cabeça contra a coluna da porta do carro causando mais dor ainda. Já no carro, chorando em direção ao hospital, tive medo da morte, não tinha problema se eu perdesse a mão, meu medo era morrer.

Após uma anestesia geral, acordei somente no outro dia, já com a mão enfaixada. Não estava morto como eu temia, e uma cirurgia dos céus recolocou meus dois dedos, onde uso neste exato momento para escrever. Apenas cicatrizes e época de frio é que me faz lembrar do incidente. Mas quando vi minha mãe no hospital, chamei-a e disse: Mãe, por favor, dê todo meu salário este mês como dizimo. Ela me olhou estranhando, e eu insisti: Por favor.

Naquela época minha mãe já era serva do Senhor, e eu a caminho já tínhamos algum conhecimento, mas lá estava eu tentando pagar Deus por estar vivo e com os dedos. Nada diferente da época dos sorvetes.

Ainda era menino...

O que aprendo com esta lição em minha vida é que Deus nunca desceu do céu e me ridicularizou por minha ignorância ou minha meninice. Ele já estava me chamando fazia tempo, eu é que não estava atendendo por não estar entendendo.

Isto me traz a memória o chamado de Samuel em (I Sam 3).

- Samuel! Chama Deus...

Samuel pensa que é Eli quem está chamando e corre até ele, mas é necessários Deus chamar diversas vezes e uma explicação de Eli para que o menino Samuel soubesse que era Deus quem estava chamando.

Como o menino Samuel eu também tinha ouvido o chamado de Deus, mas pensava ser o chamado de homens, até que alguém chegou e abriu meus olhos, dizendo que era Deus quem estava me chamando, bastava apenas eu atender.

- Fala Senhor, porque o teu servo ouve.

Fico a pensar quantas pessoas estão na mesma situação em que eu me encontrava, pessoas que tem um chamado de homens, de igreja, de ministérios e até de pastoreio, mas ainda não atentou para o chamado do próprio Deus.

Pessoas que tentam pagar a Deus por bênçãos, pessoas que querem agradar a Deus na carne, com métodos e sistemas de homens, pessoas sinceras, mas sinceramente erradas.

Me vem a mente quantas pessoas eu condenei por suas atitudes, seus deuses, seus santos e imagens, pessoas que não tive a mesma paciência que Deus teve comigo em minha ignorância.

Este tipo de falta de sabedoria é que leva o homem a "chutar a santa".

Por que não fazemos como Pedro em (Atos 3) condenando a atitude daqueles que crucificaram a Cristo: "E agora, irmãos, eu sei que o fizestes por ignorância... mas

... Arrependei-vos, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor".

Hoje sou perdoado e o "tempos do refrigério pela presença do Senhor" é chegado até mim, mas fico a pensar em quantas coisas erradas posso estar fazendo hoje pensando estar certo.

A mim só me resta "jogar a toalha" e me render, buscando a presença do Senhor para que meus pés não se desviem nem para a direita e nem para a esquerda. Sei que nunca conseguirei entender tudo, pois quem compreendeu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro?

Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutável os seus caminhos!

Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado?

Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém. (Rom 11:33)

Abraços,

Dorian Anderson Soutto

sábado, 1 de novembro de 2008

Lidando com Rejeição


A maioria de nós não lidamos bem com rejeição. Enquanto a seguinte história tem um toque de humor, no fundo sentimos a intensa dor de ser rejeitado num momento vulnerável.

‘Um soldado estava servindo longe do seu lar. Ele ficou arrasado quando sua namorada escreveu e acabou com seu noivado. Ela até pediu de volta sua foto.

Ele foi para seus amigos e pediu todas as fotos de mulheres que eles não queriam mais, e as enviou para sua ex noiva com o seguinte recado: “Eu lamento que não consigo lembrar qual era você … por favor, tome sua foto e devolva as outras.”’

Como é que você lida com rejeição? Não é fácil, especialmente naqueles momentos quando somos mais vulneráveis.

Não é algo prazeroso, mas todos nós passamos por isso … rejeição por um querido … rejeição por um chefe … ou talvez a mais difícil de aceitar é a rejeição que vem de amigos e família em conseqüência de estarmos vivendo a vida Cristã.

Queremos ser aceitos. Queremos pertencer. Queremos sentir que fazemos “parte da turma”. Mas, às vezes, nossa decisão de viver uma vida como Deus quer, num mundo que não quer Deus, não será valorizado e será rejeitado – às vezes por aqueles que mais amamos.

Note o que o apóstolo Pedro disse “Eles acham estranho que vocês não se lancem com eles na mesma torrente de imoralidade, e por isso os insultam.” (1 Pedro 4:4 NVI)

A mensagem ao longo de 1 Pedro é que não devemos ficar surpresos com esta rejeição (1 Pedro 4:12), e que não podemos deixar com que isso nos desanime de viver vidas santas (1 Pedro 1:15).

Ao contrário, devemos buscar força, amor e apoio na nossa família Cristã, abrindo com carinho nossas vidas uns para com os outros. “Sobretudo, amem-se sinceramente uns aos outros, porque o amor perdoa muitíssimos pecados. Sejam mutuamente hospitaleiros, sem reclamação.” (1 Pedro 4:8-9 NVI)

Alan Smith

Jesus e a Morte


Logo depois, Jesus foi a uma cidade chamada Naim, e com ele iam os seus discípulos e uma grande multidão. Ao se aproximar da porta da cidade, estava saindo o enterro do filho único de uma viúva; e uma grande multidão da cidade estava com ela. Ao vê-la, o Senhor se compadeceu dela e disse: “Não chore”.

Depois, aproximou-se e tocou no caixão, e os que o carregavam pararam. Jesus disse: “Jovem, eu lhe digo, levante-se!” O Jovem sentou-se e começou a conversar, e Jesus o entregou à sua mãe. Todos ficaram cheios de temor e louvavam a Deus. “Um grande profeta se levantou entre nós”, diziam eles. “Deus interveio em favor do seu povo.” Essas notícias sobre Jesus espalharam-se por toda a Judéia e regiões circunvizinhas.
- Lucas 7:11-17

Duas grandes multidões se encontram. Uma segue um corpo morto. Outra segue o Senhor da vida. Até hoje a humanidade se divide nestes dois. Infelizmente, ainda hoje o maior grupo não segue o caminho da vida, mas, rumo ao cemitério.

Quando Jesus diz para a mãe não chorar, não é que ele despreza a sua dor. Marido morto, filho único sendo carregado para o enterro. A dor dela era demais para agüentar. Será que Jesus pensou em sua própria mãe, que em breve estaria passando por isso?

Jesus compreende nossas dores. Ele sente nossas perdas. E ele nos conforta com o anúncio de que a hora de chorar terá fim.

Primeiro, as palavras de Jesus penetram a terrível dor de uma viúva que acaba de perder seu único filho. Depois elas passam pela escuridão do além e chamam de volta aquele que ela havia perdido para sempre. Compaixão. Poder. Os homens que têm um, raramente possuem o outro. Jesus reúne os dois como ninguém antes ou depois.

Quando Jesus ressuscitou o filho da viúva, ele mostrou que a morte não tem a última palavra. A última palavra é de Jesus. É a palavra mais poderosa que existe, e é uma palavra temperada com compaixão. Como Max Lucado observou, Jesus "não ressuscitou os mortos por causa dos mortos. Ele ressuscitou os mortos por causa dos vivos". Um dia, toda a dor e sofrimento, todas as perdas que nos rondam se renderão à palavra de Jesus. Quando Jesus fala, até a morte tem que recuar.

Graças a Deus pela esperança viva e verdadeira que temos em Jesus!

domingo, 26 de outubro de 2008

Buscando a Vontade de Deus


Uma das perguntas mais freqüentes que ouvimos é “Como é que eu posso saber a vontade de Deus sobre ...”. Às vezes é uma questão de relacionamentos (namorar com esse, ou não; casar com aquele, ou não). Outras vezes a dúvida é em relação a emprego, mudança de cidade, escolha de carreira, etc. Às vezes tem-se bastante tempo para buscar a resposta. Outras vezes a resposta precisa ser encontrada numa questão de horas.

Seja qual for sua situação, há algumas dicas que podem ajudar. Vários anos atrás, perguntei a um homem de Deus como tomar uma decisão de entrar num seminário para me preparar para servir num ministério. Ele deu as seguintes dicas. Eu as elaborei um pouco mais com passagens bíblicas que mostram que há um fundamento para todas elas. Há apenas cinco. Eu as coloco aqui na esperança de que, havendo necessidade, possam lhe ajudar. Que Deus seja sempre seu guia.

1. Oração
Tiago 1:5-6 Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida. Peça-a, porém, com fé, sem duvidar, pois aquele que duvida é semelhante à onda do mar, levada e agitada pelo vento.

Deus promete dar sabedoria e discernimento a todos que pedem. Precisamos pedir a Deus. Precisamos pedir com fé. Antigamente eu orava muito quando precisava de uma resposta ou ajuda, e muito pouco quando estava tudo bem. Precisamos nos habituar a orar constantemente a Deus, para conhecê-Lo melhor. Quanto mais nós O conhecemos, melhor entenderemos a Sua vontade.

Parte da maneira como Deus se revela para nós não é apenas através de respostas momentâneas, mas, através de um contato prolongado e profundo. Procure melhorar seu relacionamento com Deus em oração e, surpreendentemente, você verá que as respostas dEle às suas dúvidas virão de forma cada vez mais tranqüila e natural.

2. A Palavra
Rom 12:1-2 “transformai-vos pela renovação da vossa mente”

Nossas mentes tendem a fazer decisões baseadas em modelos de pensamento, e valores anteriores à nossa conversão, ou seja em valores do mundo. Esses valores podem nos levar a decisões erradas. Só a mente renovada pela palavra de Deus pode fazer boas decisões.

Podemos procurar passagens que ensinam sobre a nossa dúvida quanto à vontade de Deus, ou passagens que nos dão princípios bíblicos para nos guiar. Em tudo, precisamos estar orando para Deus nos orientar.

3. A orientação do Espírito Santo
Salmos 143:10 “Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus, que o teu bondoso Espírito me conduza por terreno plano.

O Cristão tem o Espírito Santo como guia. Precisamos pedir a ajuda dEle. Ele provavelmente não falará em meu ouvido. Mas ele tocará em meu coração e operará em minha mente para me ajudar a conhecer a vontade de Deus.

4. Buscando Conselhos de Cristãos maduros
Prov. 12:15; (15:14; 18:15; 20:18) “O caminho do insensato aos seus próprios olhos parece reto, mas o sábio dá ouvidos aos conselhos.”

Em 1 Reis 12, Roboão, um dos filhos de Salomão, um dos homens mais sábios da Bíblia, ao em vez de escutar os conselhos dos anciãos de Israel, escutou seus jovens amigos, e assim dividiu ao povo de Israel. É mais sábio procurar uma pessoa com experiência e bom exemplo na vida Cristã. Este homem ou esta mulher geralmente terá melhores condições de nos indicar qual seria a vontade de Deus.

Você conhece algumas pessoas em cujas vidas você vê Jesus? Procure os conselhos destas pessoas. Novamente, ao invés de esperar para a hora decisiva, é melhor começar a desenvolver estas amizades bem antes. Assim, teremos mais confiança na orientação desses irmãos mais maduros.

5. Portas abertas
Atos 16:6-7 “E, percorrendo a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na Ásia, defrontando Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o permitiu.”

Paulo queria ir para a Ásia. Deus tinha outros planos. Deus fechou portas no caminho de Paulo. Paulo acabou indo a Filipos, onde uma igreja importante foi fundada.

Deus quer nos mostrar o caminho. Só Ele pode nos mostrar a direção certa. Salmos 25:4-5 “Faze-me, SENHOR, conhecer os teus caminhos, ensina-me as tuas veredas. Guia-me na tua verdade e ensina-me, pois tu és o Deus da minha salvação, em quem eu espero todo o dia.”

Se você quer seguir algum caminho, namorar ou casar com uma determinada pessoa, ou alcançar algum objetivo, se isto for a vontade de Deus, as portas vão abrir. Se não for, você pode forçá-las, mas pode depois vir a se arrepender devido ao que encontrar do outro lado daquelas portas. Esteja sempre atento para a vontade de Deus e para as portas abrindo ou fechando de acordo com Sua vontade.

E, lembre-se, é mais fácil saber o que uma outra pessoa realmente quer quando você conhece bem aquela pessoa. Certamente Deus irá revelar a vontade dEle para nós. Mas, quanto mais O conhecermos, mais claramente entenderemos e ouviremos Sua vontade. Por isso é bom desde já buscar conhecer cada vez mais a Deus. Deus te abençoe.

Para mais estudos e mensagens de Dennis Downing

sábado, 18 de outubro de 2008

A menina e a maçã


Naquela manhã o céu estava sombrio, enquanto esperávamos ansiosamente. Todos os homens, mulheres e crianças do gueto judeu de Piotrkow na Polônia foram arrebanhados em uma praça.

Espalhou-se a notícia de que estávamos sendo removidos. Meu pai havia falecido recentemente de tifo, que se alastrara através do gueto abarrotado. Meu maior medo era que nossa família fosse separada.

"O que quer que aconteça," Isidore, meu irmão mais velho, murmurou para mim, "não lhes diga a sua idade. Diga que tem dezesseis anos".

Eu era bem alto, para um menino de 11 anos, e assim poderia ser confundido. Desse jeito eu poderia ser considerado valioso como um trabalhador.

Um homem da SS aproximou-se, botas estalando nas pedras grossas do piso. Olhou-me de cima a baixo e perguntou minha idade.

"Dezesseis", eu disse. Ele mandou-me ir à esquerda, onde já estavam meus três irmãos e outros jovens saudáveis.

Minha mãe foi levada para a direita com outras mulheres, crianças, doentes e velhos.

Murmurei para Isidore, "Por quê?"

Ele não respondeu.

Corri para o lado da minha mãe e disse que queria ficar com ela.

"Não," ela disse com firmeza.

"Vá embora. Não me aborreça. Vá com seus irmãos".

Ela nunca havia falado tão asperamente antes. Mas eu entendi: ela estava me protegendo. Ela me amava tanto que, apenas esta única vez, ela fingiu não fazê-lo. Foi a última vez que a vi.

Meus irmãos e eu fomos transportados em um vagão de gado até a Alemanha.

Chegamos ao campo de concentração de Buchenwald numa noite, semanas após, e fomos conduzidos a uma barraca lotada. No dia seguinte recebemos uniformes e números de identificação.

"Não me chamem mais de Herman", eu disse aos meus irmãos. "Chamem-me 94938".

Colocaram-me para trabalhar no crematório do campo, carregando os mortos em um elevador manual.

Eu também me sentia como morto. Insensibilizado, eu me tornara um número.

Logo meus irmãos e eu fomos mandados para Schlieben, um dos sub-campos de Buchenwald, perto de Berlim.

Numa manhã eu pensei que ouvi a voz de minha mãe.

"Filho" ela disse suave mas claramente, "Vou mandar-lhe um anjo".

Então eu acordei. Apenas um sonho! Um lindo sonho!

Mas nesse lugar não poderia haver anjos. Havia apenas trabalho. E fome. E medo.

Poucos dias depois, estava caminhando pelo campo, pelas barracas, perto da cerca de arame farpado, onde os guardas não podiam enxergar facilmente. Estava sozinho.

Do outro lado da cerca, eu observei alguém: uma pequena menina com suaves, quase luminosos cachinhos. Ela estava meio escondida atrás de uma bétula.

Dei uma olhada em volta, para certificar-me de que ninguém me viu. Chamei-a suavemente em Alemão. "Você tem algo para comer?"

Ela não entendeu.

Aproximei-me mais da cerca e repeti a pergunta em Polonês. Ela se aproximou. Eu estava magro e raquítico, com farrapos envolvendo meus pés, mas a menina parecia não ter medo. Em seus olhos eu vi vida.

Ela sacou uma maçã do seu casaco de lã e a jogou sobre a cerca.

Agarrei a fruta e, assim que comecei a fugir, ouvi-a dizer debilmente, ""Virei vê-lo amanhã".

Voltei para o mesmo local, na cerca, na mesma hora, todos os dias. Ela estava sempre lá, com algo para eu comer - um naco de pão ou, melhor ainda, uma maçã.

Nós não ousávamos falar ou demorarmos. Sermos pegos significaria morte para nós dois.

Não sabia nada sobre ela, que parecia uma menina de fazenda, exceto pelo fato dela entender Polonês. Qual era o seu nome? Por que ela estava arriscando sua vida por mim?"

A esperança estava naquele pequeno suprimento, e essa menina do outro lado da cerca trouxe-me um pouco, como que nutrindo dessa forma, tal como o pão e as maçãs.

Cerca de sete meses após, meus irmãos e eu fomos abarrotados num vagão de carvão e enviados para o campo de Theresiensatdt, na Tchecoeslováquia.

"Não volte", eu disse para a menina naquele dia. "Estamos partindo".

Voltei-me em direção às barracas e não olhei para trás, nem mesmo disse adeus para a pequena menina, cujo nome eu nunca soube, a menina das maçãs.

Permanecemos em Theresienstadt por três meses. A guerra estava diminuindo e as forças aliadas se aproximando, muito embora meu destino parecesse estar selado.

No dia 10 de maio de 1945 eu estava destinado a morrer na câmara de gás, às 10:00 horas.

No silencioso crepúsculo, tentei me preparar. Tantas vezes a morte parecera pronta para me receber, mas de alguma forma eu havia sobrevivido. Agora, tudo estava acabado.

Pensei nos meus pais. Ao menos, pensei, nós estaremos nos reunindo.

Mas, às 08:00 horas ocorreu uma comoção. Ouvi gritos, e vi pessoas correndo em todas as direções através do campo. Juntei-me aos meus irmãos.

Tropas russas haviam liberado o campo! Os portões foram abertos. Todos estavam correndo, então eu corri também. Surpreendentemente, todos os meus irmãos haviam sobrevivido.

Não tenho certeza como, mas sabia que aquela menina com as maçãs tinha sido a chave da minha sobrevivência.

No local onde o mal parecia triunfante, a bondade de uma pessoa salvara a minha vida, dera-me esperança num lugar onde ela não existia.

Minha mãe havia prometido enviar-me um anjo, e o anjo apareceu.

Eventualmente, encaminhei-me à Inglaterra, onde fui assistido pela Caridade Judaica. Fui colocado numa hospedaria com outros meninos que sobreviveram ao Holocausto e treinado em Eletrônica. Depois fui para os Estados Unidos, para onde meu irmão Sam já havia se mudado. Servi no Exército durante a Guerra da Coréia, e retornei a Nova Iorque, após dois anos.

Por volta de agosto de 1957 abri minha própria loja de consertos eletrônicos. Estava começando a estabelecer-me.

Um dia, meu amigo Sid, da Inglaterra, me telefonou.

"Tenho um encontro. Ela tem uma amiga polonesa. Vamos sair juntos".

Um encontro às cegas? Não, isso não era para mim.

Mas Sid continuou insistindo e, poucos dias após, nos dirigimos ao Bronx para buscar a pessoa do seu encontro e a sua amiga Roma.

Tenho que admitir, para um encontro às cegas, não foi tão ruim. Roma era enfermeira em um hospital do Bronx. Ela era gentil e esperta. Bonita, também, com cabelos castanhos cacheados e olhos verdes amendoados que faiscavam com vida.

Nós quatro nos dirigimos até Coney Island. Roma era uma pessoa com quem era fácil falar e fácil de se estar junto.

Descobri que ela era igualmente cautelosa com encontros às cegas.

Nós dois estávamos apenas fazendo um favor aos nossos amigos. Demos um passeio na beira da praia, gozando da brisa salgada do Atlântico, e depois jantamos perto da margem. Não poderia me lembrar de ter tido momentos melhores.

Voltamos ao carro do Sid, Roma e eu dividimos o assento traseiro.

Como judeus europeus que haviam sobrevivido à guerra, sabíamos que muita coisa fora deixada sem ser dita entre nós. Ela puxou o assunto, "Onde você estava", perguntou delicadamente, "durante a guerra?"

"Nos campos de concentração", eu disse. As terríveis memórias ainda vívidas, a irreparável perda. Tentei esquecer. Mas jamais se pode esquecer.

Ela concordou. "Minha família se escondeu numa fazenda na Alemanha, não longe de Berlim", ela me disse. "Meu pai conhecia um padre, e ele nos deu papéis arianos."

Imaginei como ela devia ter sofrido também, medo, uma constante companhia. Mesmo assim, aqui estávamos, ambos sobreviventes, num mundo novo.

"Havia um campo perto da fazenda", Roma continuou. "Eu via um menino lá e lhe jogava maçãs todos os dias."

Que extraordinária coincidência, que ela tivesse ajudado algum outro menino. "Como ele era?", perguntei.

"Ele era alto, magro e faminto. Devo tê-lo visto a cada dia, durante seis meses."

Meu coração estava aos pulos. Não podia acreditar.

Isso não podia ser.

"Ele lhe disse, um dia, para você não voltar porque ele estava saindo de Schlieben?".

Roma me olhou estupefata. "Sim!".

"Era eu!".

Eu estava para explodir de alegria e susto, inundado com emoções. Não podia acreditar! Meu anjo.

"Não vou deixar você partir", disse a Roma. E, na trazeira do carro, nesse encontro às cegas, pedi-a em casamento. Não queria esperar.

"Você está louco!", ela disse. Mas convidou-me para conhecer seus pais no jantar do Shabbat da semana seguinte.

Havia tanto que eu ansiava descobrir sobre Roma, mas as coisas mais importantes eu sempre soube: sua firmeza, sua bondade. Por muitos meses, nas piores circunstâncias, ela veio até a cerca e me trouxe esperança. Não que eu a tivesse encontrado de novo, pois na minha mente eu jamais a havia deixado partir.

Naquele dia ela ela disse sim. E eu mantive a minha palavra. Após quase 50 anos de casamento, dois filhos e três netos, eu jamais a deixara partir.

Herman Rosenblat de Miami Beach, Florida.

domingo, 12 de outubro de 2008

Viver não é para amadores


Todos vivem em constante tensão. A vida é complexa, muitas vezes, paradoxal e plena de riscos. A vida não é um passeio despretensioso. Cada pessoa é responsável e ao mesmo tempo vítima das circunstâncias. Cada estrada que se escolhe conduz a novas bifurcações e cada decisão gera desdobramentos mil. Os poetas, os místicos e os filósofos já perceberam que se precisa de siso e responsabilidade na imensa e difícil aventura de viver. Cada instante é inédito e exige o máximo de cuidado.

Viver não é para amadores. Cada opção produz ondas, iguais às da pedra jogada no meio de uma lagoa. As decisões, semelhantes a círculos concêntricos, espalham-se e as marolas se dissolvem nas margens do lago. Na vida, porém, as conseqüências dos atos se alastram para sempre. Cada pessoa deve lembrar-se de que não tem o controle das conseqüências de suas escolhas, que repercutirão eternamente. Viver não é para amadores. Os pais infl uenciam os fi lhos, os fi lhos formam famílias e tanto as bondades como as maldades se reproduzirão. Crianças sofrem seqüelas por terem crescido em famílias disfuncionais, muitas oprimidas por mães castradoras, que não conseguem criar os filhos. Se cada pai soubesse a importância da paternidade na formação emocional e nos valores éticos de seus fi lhos, menos pacientes procurariam as clínicas psiquiátricas e menos penitenciárias seriam construídas.

Viver não é para amadores. Sem saber organizar os desejos, a vida pode se perder com projetos irrelevantes; sem dar sentido ao cotidiano, a vida patina no tédio. São necessários princípios, verdades e valores para direcionar a vida. As pressões do dia-a-dia destroem aqueles que não têm força para fazer escolhas responsáveis. Viver não é para amadores. Os indivíduos precisam uns dos outros, mas se arranham mutuamente. O próximo tanto pode ser fonte de alegria, como de frustrações. Quem tenta isolar-se para não passar por decepções, empobrece. Não é possível resguardar-se do amigo sem perder o viço. Só viverá bem quem não considerar o outro um inferno. O céu pertence aos que aprenderam a relevar as inadequações alheias. O longânimo tem chance de ser feliz.

Viver não é para amadores. A existência é imprevisível. Não há como se controlar a história ou situar os eventos futuros em qualquer lógica. Por mais que os religiosos prometam, os fi lósofos pretendam e os sociólogos estudem, a história não obedece aos trilhos do destino. De repente, sempre de repente, chega o improvável e nessa hora, precisa-se de coragem para não desistir. A viagem rumo ao futuro requer brios. Viver não é para amadores. Equilibrar o lazer e dever, ócio e trabalho não é fácil. Muito lazer produz tédio e muito dever, estresse. A preguiça acompanha o ócio e a fadiga o trabalho. O sábio avisou que há tempo para todas as coisas: “tempo para plantar e tempo para arrancar o que se plantou, tempo de cozer e tempo de rasgar, tempo de juntar e tempo de espalhar o que se juntou”. Portanto, só vive quem sabe transitar entre esses eventos tão contraditórios.

Viver não é para amadores. Depressão e riso, alegria e tristeza formam a história de cada um. Quem foge da tristeza acaba neurótico e vive em negação, sempre à procura de um mundo de ilusões. Quem não sabe rir termina inclemente; em busca de gente para povoar o seu purgatório.

Viver não é para amadores. O sofrimento do mundo é grande demais para ser evitado. Contudo, é preciso ter alegria para celebrar aniversários, casamentos e formaturas. Os que se blindam contra a dor universal podem se tornar cínicos; por outro lado, os que se martirizam, arriscam-se a serem inconseqüentes.

Viver não é para amadores. O tempo passa velozmente, carregando tudo e todos. A humanidade se angustia com a areia da ampulheta e com o pêndulo do relógio que não cessam de avisar que os dias do calendário são escassos. Alguns não percebem que jogam a vida fora com melindres bobos e com vaidades e megalomanias onipotentes. Eternizar cada instante se constitui o segredo da felicidade.

Viver, definitivamente, não é para amadores, portanto, “se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida.” Que ninguém se atreva a querer levar a vida só.

Ricardo Gondim

terça-feira, 7 de outubro de 2008

O Arbusto 'Espere um Pouquinho'


"O prudente vê o mal e se esconde; mas os insensatos passam adiante e sofrem a pena" (Provérbios 27:12).

Viajando pela Jamaica, um homem nota um curioso arbusto junto à margem de uma estrada. Seu companheiro de viagem lhe diz que os habitantes da ilha o chamam de "arbusto espere um pouquinho". Quando ele, por curiosidade, aproximou-se para verificar melhor aquela planta, suas roupas tocaram no arbusto e logo se sentiu preso pelos espinhos que se assemelhavam a anzóis. Quanto mais lutava para se libertar, mais se via emaranhado em seus espinhos. Apenas com a ajuda de seu companheiro de viagem ele conseguiu se livrar de seu desespero.

Satanás tem usado a mesma tática daquele arbusto para atrair os mais incautos e distraídos. Ele apresenta coisas novas, interessantes, até agradáveis aos olhos, despertando a curiosidade daqueles que ainda não assimilaram o ensino das Sagradas Escrituras que nos diz: "Sede prudentes..."

O arbusto do pecado seduz aqueles que estão no mundo em busca de aventuras e novidades. Geralmente se apresenta iluminado e convidativo, agradável e cheio de encantos, de aparência inofensiva mas ao mesmo tempo perigosa. Só depois de chegar bem perto é que a ingênua vítima, agora enredada por seus enganos, percebe que será muito difícil libertar-se daquela armadilha mortal.

Muitos pensam que aproveitar tudo aquilo que o mundo oferece não tem problema algum. No princípio sim, mas... "espere um pouquinho". Alguns enfatizam que bebem apenas socialmente e que jamais se embriagarão. É possível que no primeiro momento seja assim, mas... "espere um pouquinho". Outros colocam um cigarro na boca ou experimentam uma droga qualquer e garantem que não se deixarão viciar. Será? ... "Espere só um pouquinho".

A vingança, o "pagar com a mesma moeda", o "toma lá dá cá", são atitudes mesquinhas características daqueles que não experimentaram o verdadeiro amor de Deus.Quando isso acontece, aprendemos a seguir os ensinos do nosso Mestre e o Seu brilho não pode ser ofuscado por interesses menores e vaidosos.

Seja prudente e viva debaixo da proteção e direção do Senhor -- não se aproxime do arbusto do pecado. Só assim você não correrá nenhum risco.

Paulo Roberto Barbosa. Um cego na Internet!

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O Caminho do Adorador


Recomendo este livro!
É uma benção.
Nas páginas deste livro, você vai ser levado a reencontrar o desejo da adoração e o grande desafio de viver uma vida santa e agradável a Deus. Você descobrirá em uma vida de renúncias, sacrifícios e entrega em prol da vontade divina, o caminho para a perfeita adoração. O livro toma como cenário o tabernáculo, construído por Moisés no deserto, e acompanha a caminhada do sacerdote, indo da porta até o santíssimo lugar, o Santo dos santos. Ao longo deste caminho nos leva a refletir sobre a vida cristã e o nosso relacionamento com Deus, ao apresentar cada peça do mobiliário da casa de adoração dos hebreus.

Prêmio Areté de Literatura 2008

Aconteceu no dia 16 de agosto, na Bienal Internacional do Livro, no Parque de Exposições do Anhembi em São Paulo-SP, a 18ª edição do Prêmio Areté de Literatura, conferido pela Associação de Editores Cristãos aos melhores livros lançados durante o ano de 2007.

O Prêmio Areté de Literatura é o principal prêmio do segmento religioso do mercado editorial no Brasil, concebido pela Associação de Editores Cristãos (ASEC). Anualmente, ele premia os melhores títulos em mais de 25 categorias, tendo como objetivo reconhecer e incentivar a busca da qualidade na produção do livro cristão nacional. “Areté” é uma palavra grega que significa excelência.

Centenas de livros das mais importantes editoras evangélicas foram avaliados por um júri composto por cerca de 150 especialistas, em suas respectivas áreas. A grande vencedora foi a CPAD (Casa Publicadora das Assembléias de Deus), que conquistou nada menos do que nove troféus, em diversas categorias.

O livro O Caminho do Adorador ganhou o troféu na categoria Inspiração (autor Nacional) e o autor, Márcio Klauber Maia, foi finalista na categoria Autor Revelação. Louvamos a Deus por esta conquista e tributamos a Ele toda a glória!




Mais informação entre no site:
www.ocaminhodoadorador.com.br

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

A Oração de Maria

Deus.
Ó Deus infante.
O mais precioso filho do céu.
Concebido pela união da graça divina com a nossa desgraça.
Durma bem. Durma bem.

Banhado pela fresca da noite cravejada de diamantes. Durma bem, pois o fogo da ira ferve bem perto. Goze do silêncio do berço, pois o ruído do tumulto se faz sentir em seu futuro. Saboreie a doce segurança de meus braços, pois chegará breve o dia em que não poderei protegê-lo.

Descansem bem, mãos pequeninas. Pois apesar de pertencerem a um rei, vocês não tocarão o cetim, não possuirão ouro. Não pegarão numa pena, não guiarão um pincel. Não, suas mãos pequeninas foram reservadas para obras mais preciosas:
tocar a chaga viva de um leproso
enxugar a lágrima triste de uma viúva,
agarrar-se ao chão do Getsêmani.

Suas mãos, tão minúsculas, tão ternas, tão brancas — fechadas hoje em forma de punho infantil. Elas não foram destinadas a empunhar um cetro nem abanar do balcão de um palácio, mas reservadas para o cravo romano que irá pregá-las numa cruz romana.

Durmam bem, olhos pequeninos. Durmam enquanto podem. Pois logo virá a claridade e você vai ver a confusão que fizemos do seu mundo.

Verá nossa nudez, pois não podemos ocultar-nos.
Verá nosso egoísmo, pois não podemos dar.
Verá nossa dor, pois não podemos curar.

Ó olhos que verão o abismo escuro e seu terrível príncipe... durmam, por favor, durmam; durmam enquanto podem.

Fique quieta, boquinha pequenina. Fique quieta boca pela qual falará a eternidade.

Língua minúscula que em breve chamará os mortos,
que irá definir a graça,
que silenciará nossa insensatez.

Lábios de botão — sobre os quais paira um beijo de estrelas concedendo perdão para os que crerem em você, e de morte para os que o negarem — fiquem quietos.

Pezinhos pequeninos que cabem na palma de minha mão, descansem. Pois passos difíceis estão à sua frente.

Sentem o cheiro do pó das estradas que terão de palmilhar?

Sentem a água fria e salgada sobre as quais andarão? Recuam ao sentir o prego que terão de suportar? Temem a descida íngreme pela escada em espiral até o domínio de Satanás?

Descansem, pezinhos pequeninos. Descansem hoje para que amanhã possam andar com poder. Descansem. Pois milhares irão seguir os seus passos.

Pequeno coração... coração santo... bombeando o sangue da vida através do universo: quantas vezes iremos quebrantá-lo?

Você será dilacerado pelos espinhos de nossas acusações.
Você será devastado pelo câncer do nosso pecado.
Você será esmagado pelo peso de sua própria tristeza.
E será traspassado pela lança da nossa rejeição.

Todavia nesse ato de traspassar, nesse último rompimento de músculo e membrana, nessa precipitação final de sangue e água, Ele irá encontrar descanso. Suas mãos serão libertadas, Seus olhos verão a justiça, Seus lábios sorrirão, e Seus pés o levarão para casa.

E ali descansará de novo — desta vez nos braços do Pai.


de Max Lucado

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

EU, Fariseu?

Fico pensando se eu não sou um fariseu dos tempos modernos. Minha maneira de pensar muitas vezes não é diferente do que era um fariseu na época de Jesus. Conheço a Deus, estudo Deus, mas às vezes me coloco em um pedestal como se fosse melhor que outras pessoas. Fico a coar um mosquito e não vejo um camelo. Outras vezes no intuito de agradar a Deus, acabo esquecendo-me do próprio Deus, e não o reconheceria se Ele estivesse pessoalmente a um palmo de meu nariz.

Há alguns anos atrás tive uma experiência que fui entender somente através do tempo, e cada vez que lembro o ocorrido parece que aprendo algo mais. Uma delas é que eu posso pensar e agir como um fariseu.

Vamos ao fato...

Lá estava eu no asilo municipal em um domingo de sol fazendo uma visita juntamente com um amigo. Ele tem um ministério com os idosos e faça chuva, faça sol, este meu amigo sempre está lá. E através dos anos foi confirmada sua fidelidade em levar a palavra para aquelas pessoas que um dia foram como nós - tiveram uma família como nós.

As vezes este meu amigo vai sozinho, outras vezes algumas pessoas o acompanham, e neste dia eu era uma delas. Assistia aquele jovem levar a mensagem a uma dezena de senhoras e senhores com os olhos fitos nas cartolinas com desenhos bíblicos. Tudo isto ocorre no pátio e logo após nos direcionamos aos quartos para visitar aqueles que estão impossibilitados de sair.

Em um dos quartos havia alguém que já chamávamos de irmão devido a sua decisão de entregar a vida a Cristo. Mas também tinha um senhor que eu não conhecia, que estava ali estático, totalmente imóvel com boca e olhos abertos olhando para o teto. Como eu ainda estava no corredor olhando para dentro do quarto, puxei uma pessoa que é mais antiga na cidade e perguntei quem era. Ela me falou o nome e sussurrou que aquele tinha sido um homem terrível, uma das pessoas mais ruins que havia conhecido.

Já dentro do quarto notei fralda e escaras. Significava que aquele corpo magro já estava naquela posição há muito tempo. Ao lado direito do quarto um senhor falava alto e sorria e no lado esquerdo apenas um corpo sobre a cama. Minha mente já tinha formado um conceito ruim sobre o homem estirado na cama. Inconscientemente eu estava dizendo "está pagando pelo que fez"..

Chegou a hora de ir embora e antes de sairmos o velhinho sorridente que chamávamos de irmão pediu para que cantássemos um cântico que ele tinha ouvido nós cantarmos lá fora no pátio. "O grande amor do Senhor" dizia ele. Sem problemas! Trouxeram o violão e começamos a louvar a Deus: “O grande amor do Senhor nunca cessa...”

Quando estávamos quase no final do cântico eu observei algo no rosto daquele moribundo totalmente imóvel. Uma copiosa lágrima saiu de seus olhos, sua feição não mudou, mas lagrimas começaram a rolar por sua face. Aquilo me comoveu, pensei comigo que o cântico o teria feito, mas através dos anos Deus foi colocando em meu coração que naquele quarto havia duas pessoas que tinham se reconciliado com o Pai. O poder da palavra de Deus...

Aquele homem parecia não ter qualquer contato com o mundo exterior, quem olhava para ele diria que apenas estava aguardando a morte, estava ali sem poder falar, condicionado a apenas olhar o teto. Onde estavam seus familiares? Seus amigos? Com certeza pela sua ruindade tinha sido deixado por todos. Apenas uma enfermeira o visitava vez ou outra para limpá-lo e alimentá-lo.

Mas louvado seja Deus que não esquece de nós, o grande amor do Senhor nunca cessa, ele move os céus e a terra para salvar um dos seus pequeninos, cria situações para que a palavra chegue aos ouvidos de suas ovelhas. Aquele homem ouvia a palavra todas as vezes que era pregado ao seu parceiro de quarto, e quem sabe não entregou sua vida a Cristo no mesmo dia de seu parceiro? Quem sabe as lágrimas não foi um meio de comunicar com o mundo externo que o grande amor do Senhor chegou até ele. Nós não sabemos a batalha que aquele homem travava em sua mente, mas a voz do Senhor trovejou, ela é poderosa, quebra o cedro do Líbano e esmiúça a rocha.

Algum tempo depois fiquei sabendo que ele morreu... Se dependesse de mim, eu fariseu, aquele homem não teria sido salvo. Não movi uma palha para a mensagem chegar até aquela alma.

Mas Deus sim! Embora somos infiéis, Ele permanece fiel.

Fiquei entristecido e até mesmo envergonhado por não ter atentado para aquele momento de outra forma, mas Deus me colocou como espectador naquela hora para ensinar-me preciosas lições.

Mudamos muito rápido nosso conceito de valores, nos preocupamos com a liturgia do culto, com a corda do violão, com o relógio, com a visita no asilo, mas Deus vem e me ensina que uma vida vale mais que o tesouro do mundo todo. O nosso mestre não tinha um microfone, não tinha uma igreja suntuosa, folhetos e outros apetrechos. Mas tinha a água da vida que por onde passava dava de beber aos seus pequeninos. Nunca o vimos curar por atacado, ele ia individualmente, olhava nos olhos e sabia o valor de cada alma. Assim é o nosso Pai, ele nos chama pelo nome e nós reconhecemos a sua voz.

Levemos o doce evangelho a toda criatura, porque a ardente expectativa da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus... Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. (Rom 8:19-21).

Bendita seja a hora em que pecador e redentor se encontram, momento em que os céus festejam e a gloria de Deus é manifestada.

Dorian Anderson Soutto.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

A Nota Perdida

"Portanto santificai-vos, e sede santos, pois eu sou o Senhor vosso Deus"
(Levítico 20:7).

Ted Malone, que tinha um programa radiofónico, contou sobre um pastor que lhe escreveu dizendo: "Você poderia, em seu programa, tocar a nota 'la?' Eu sou um pastor em um rancho e longe de um piano. O único consolo que tenho é um violino velho que está completamente desafinado. Você poderia tocar um 'la' para eu poder afiná-lo?" Malone atendeu o pedido. Algum tempo depois ele recebeu uma mensagem de agradecimento do pastor distante onde estava escrito: "Agora eu estou afinado."

E a nossa vida diante de Deus, tem estado afinada ou continua transmitindo sons embaralhados e desafinados? Temos vivido aquilo de que falamos ou nossas atitudes continuam contrariando o ensino do Senhor? Temos acertado nossa vida pela "nota" afinada de Jesus ou continuamos como o velho violino do rancho, cujos sons eram desagradáveis e desarrumados?

Deus tem nos mostrado, em Sua Palavra, a maneira correta de arrumar os instrumentos de nosso testemunho. Em todos os capítulos e versículos encontramos a maneira perfeita de afinar a orquestra de nossa vida. Agindo segundo a vontade do Senhor, a nossa presença em qualquer lugar produzirá sons que agradarão a todos e ajudarão na afinação de muitas outras vidas.

O cristão deve ter, como prioridade, uma vida de adoração que glorifique o nome do Senhor Jesus. Tanto no relacionamento pessoal como no testemunho público, deve procurar manter-se afinado diante do Grande Pastor. Seu maior regozijo consiste em ajudar ao próximo a encontrar a nota perdida.

Você tem procurado, através de uma vida santa, levar seus amigos à presença de Deus?

Paulo Roberto Barbosa. Um cego na Internet!

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Carta de um ladrão

Mas Zaqueu levantou-se e disse ao Senhor: “Olha, Senhor! Estou dando a metade dos meus bens aos pobres; e se de alguém extorqui alguma coisa, devolverei quatro vezes mais”.

Jesus lhe disse: “Hoje houve salvação nesta casa! Porque este homem também é filho de Abraão. Lucas 19:8-9

A Polícia na aldeia de Bidingen, Alemanha, obtiveram um resultado muito além do que esperaram quando publicaram um anúncio num jornal local pedindo que quem tivesse testemunhado um roubo de bicicleta os buscassem. Era para ajudar a investigação deles.

Eles identificaram a bicicleta e o local de onde foi roubado, e mencionaram que a bicicleta valia 400 euros, ou aproximadamente R$1,000. Aparentemente a polícia recebeu pouca resposta direta. Porém, a vítima recebeu uma carta – uma carta do ladrão.

O ladrão não se identificou de qualquer forma, mas ele escreveu que se sentia muito por ter roubado a bicicleta. Ele disse que gostaria de devolver a bicicleta, mas que ele não podia se lembrar onde ele tinha a deixado. Mas ele fez a melhor coisa que podia.

Dentro do envelope, com a carta, a vítima encontrou 400 euros.

Depois que a carta chegou à vítima, o porta-voz da Polícia Gerhard Kreis comentou que o ladrão podia ser "uma pessoa completamente honesta que viu o erro do seu caminho". E ele acrescentou, "Você ainda os encontra, sabe?"

Ele tem razão. Ainda há – sempre houve, e sempre haverão – pessoas no mundo com bússolas morais confiáveis o suficiente que podem perceber quando se desviaram do seu curso. Mas, tem que ser uma experiência pouco comum para a polícia se deparar com um que escreveria uma carta pedindo perdão a uma vítima – especialmente quando não foi flagrado. E tem que ser menos comum ainda ter um ladrão que ninguém pôde identificar devolver aquilo que ele roubou.

Embora não seja uma palavra que nós usamos muito, o que aquele ladrão fez é chamado restituição. Fazer restituição é indenizar uma injustiça feita a outra pessoa, assumir responsabilidade pela ação injusta e fazer o possível para reparar o dano causado. Não é uma palavra – ou uma idéia – com qual muitos de nós estamos familiarizados porque não é algo que nossa cultura e nosso judiciário prezam. Pense no roubo como exemplo. No nosso mundo, se você roubar, você quebrou uma lei. Se você for pego você é julgado pelo estado em nome do povo, e se você for condenado você passará um tempo na prisão e pode ainda pagar uma multa ao estado. Uma vez que você serviu seu tempo, é dito que você “pagou sua dívida à sociedade”. Companhias de seguros substituem as posses que você tomou da vítima, e o assunto é concluído. As leis do estado foram quebradas, o ofensor foi castigado, e justiça foi realizada.

Exceto que o ladrão não teve a oportunidade de olhar sua vítima no olho, expressar remorso pelo que ele fez, e fazer restituição. Não há nenhuma necessidade disso, nós pensamos, porque o promotor fez o trabalho dele e o juiz fez o dele e a companhia de seguros o dela. O problema com isso é que não leva em conta que um crime como roubar não é só uma ofensa contra "o povo", mas também uma ofensa contra uma pessoa específica.

Não é de se admirar que tomamos uma atitude parecida em relação ao pecado também. Quando pecamos, nossa tendência é de ver isso como uma violação da lei de Deus. Claro que, não podemos ser punidos o suficiente para pagar pelo nosso pecado, por isso ficamos gratos que Jesus morreu por nós. E quando nós recebermos o perdão de Deus no nome de Jesus, pela graça dEle a dívida é paga. Apreendemos e cremos que é como se aquele pecado nunca tivesse sido cometido.

Eu acredito e estou grato por isso. É verdade que Deus na sua graça "perdoa" pecados por meio do trabalho de Jesus na cruz. Isso é importante, porque eu preciso saber que eu não levo uma dívida em minha relação com Deus. Porém, isso deixa de for a o fato que a maioria, senão todos os pecados que nós cometemos, não são apenas contra Deus. Eles envolvem outros.

Se lembre de Zaqueu? O cobrador de impostos que financiou sua casa grande e estilo de vida opulento cobrando mais impostos do que devia dos seus compatriotas para pagar a Roma? Mas, ele conheceu Jesus, e Jesus foi para a casa dele e comeu com ele. Em algum momento entre a sopa e a sobremesa Zaqueu descobriu que seu prato ficou cheio, mas, foi de graça e perdão. Acontece que Deus também ama os trapaceiros. E quem não estaria alegre ao descobrir isso?

Bem, se você fosse um daqueles que Zaqueu fraudou você não estaria alegre. Você se lembraria, talvez, que foi por causa dele que você perdeu sua casa. Ou talvez sua despensa ficou vazia. Ou talvez seu filho morreu desnutrido na infância. Você não estaria alegre, você estaria bravo, porque enquanto seu estômago rosnava e seus filhos choravam, Zaqueu ainda estaria sentado na casa grande dele, desfrutando da graça de Deus.

É interessante que, antes mesmo que Jesus pode anunciar que o perdão chegou à casa dele, Zaqueu começa fazendo restituição. Ele dá a metade daquilo que ele tem para os pobres – vítimas da injustiça que ele ajudou a criar. Ele devolve dinheiro que ele tomou indevidamente, com juros de 400 porcento. Muitas situações financeiras em Jericó mudaram aquele dia porque Zaqueu entendeu o que pecado é e o que a graça requer.

Deixe-me ser o primeiro a lembrá-lo de que se você pôs sua confiança em Jesus, salvação veio para sua casa também. Pela graça de Deus, e somente pela graça de Deus, você está incluído nas promessas que Deus fez ao povo dele durante milênios. Não duvide isso; agarre esta verdade e se alegre nela!

Mas não se esqueça que pecado – mesmo pecado perdoado por Deus – ainda fere pessoas. Nas vidas de cada um de nós há alguém contra qual nós pecamos ou que nós prejudicamos em nossos momentos mais egoístas. Talvez seja seu marido ou esposa. Talvez seja seus pais, ou seus filhos. Um bom amigo, um colega, um vizinho?

Peça a Deus que Ele abra seus olhos para estas pessoas e lhe ajude a encontrar caminhos para fazer restituição. Nem sempre será dinheiro – na verdade, raramente envolve dinheiro. Porém, há maneiras que você pode devolver o que você nunca devia ter levado, consertar o que você nunca devia ter danificado, e curar feridas que nunca deviam ser abertas. A graça que você recebeu de Deus requer nada menos. Verdadeiro arrependimento, verdadeiro remorso, sempre envolve algum tipo de restituição embora tudo comece apenas com você escrevendo uma carta!

de Patrick D. Odum