terça-feira, 30 de novembro de 2010

Jesus é a Rosa de Saron???



Infelizmente vivemos numa geração mal informada de Bíblia. Os crentes querem sentir, não pensar. Querem sentir arrepios e não estudarem a Bíblia com dedicação. Tudo o que é falado em nome de Deus, estas pessoas aceitam.

Muito se tem falado no meio evangélico a respeito da famosa “Rosa de Saron”. Em quase toda igreja tem um conjunto ou um grupo denominado “Rosa de Saron”. Na maioria das vezes tem em mente que a Rosa de Saron seja uma referência a pessoa de Jesus. Pregadores no êxtase da mensagem dizem: Jesus é a Rosa-a-a-a- de Saron, aleluia!


Portanto, estamos diante da pergunta intrigante: “Quem é a Rosa de Saron”?

Antes de respondermos a questão acima, se faz necessário exortar a todos os leitores da Bíblia, que devemos ler a Bíblia com a máxima atenção, analisando os pontos, as vírgulas etc. Não podemos ler a Bíblia como se tivéssemos lendo um jornal, uma revista ou um periódico. Na verdade a falta de leitura com atenção, é a causa da difusão de tantas “doutrinas” perniciosas no seio da igreja. Se os membros das igrejas se dedicassem mais à leitura do texto sagrado, com certeza, não seriam tão facilmente enganados e nem participariam de “estórias” chamadas bíblicas.

No capítulo 2 de Cantares de Salomão, basta um simples exame do livro, usando a versão ARA (Almeida Revista e Atualizada) para dissipar de uma vez por todas esta suposta contradição. Nesta versão encontramos um título que indica quem está falando; ora a esposa, ora o esposo, ora as filhas de Jerusalém. No texto de Cantares 2.1, encontramos em cima da fala o nome: “esposa” e ela diz:

“Eu sou a rosa de Saron” no hebraico: Ani Havatselet há Sharon

Se ainda pairasse dúvida quanto à afirmação ser do amado ou da amada, o texto original decide a questão quando se observa que as terminações das palavras são as do feminino. A letra Tav no final da palavra indica feminino.


Saron – o local onde brota o Havatselet

Não podemos falar do havatselet sem falar de Saron, a planície onde ela nasce, floresce e fenece. A palavra “Saron” no hebraico é “Sharon” que significa: plano, planície.

Sharon é assim denominada a área fértil e úmida da região. A planície costeira de Israel é chamada de Sharon. Os sábios judeus comparam os justos às rosas do vale, que são as mais belas de sua espécie. Elas mantêm o frescor dos vales úmidos. Enquanto isso, os “reshaim” (perversos) são semelhantes às rosas das montanhas, que pouco duram porque secam sob a inclemência da natureza, esvoaçando depois como o vento faz o debulho.

A rosa requer bastante claridade, o que ela obtém nas planícies do Sharon. Os largos espaços são ideais para que sua fragrância se espalhe.

O gado de Davi pastava em Sharon, sob o comando de Sitrai, o saronita (1 Cr 27.29).


As características do Havatselet e sua aplicação

A sua cor era vermelho-vinho: A igreja entende o sacrifício de Jesus e reconhece que foi pelo sangue do Cordeiro que ela foi salva

Suas flores eram perfumadas: O viajante podia sentir a fragrância de muito longe, ou seja, cada cristão deve ser o bom perfume de Cristo, o bom cheiro do Evangelho

Tinha 6 pétalas: A igreja por mais abençoada que seja, sabe que é formada por homens. O número 6 na Bíblia é o numero do homem.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

O segundo violino


1 PEDRO 5.1-11

... outrossim, no trato de uns com os outros, cingi-vos todos de humildade...
(1Pe 5.5.)

Conta-se a história de um jovem estudante americano que deixou um
grande exemplo de desprendimento para a sua geração. No período das férias
de dezembro, quando a neve geralmente cobre o hemisfério norte, o rio
que passava pelo internato da escola estava coberto por grossa camada de
gelo. Os alunos estavam patinando, e um deles, ao romper a camada de gelo
sob seus pés, afundou nas águas de morte. O colega imediatamente buscou
salvar-lhe a vida, mas nesse ato veio a perder a sua. No funeral, havia tristeza e constrangimento geral. Quase todos falaram a respeito do nobre rapaz, mas a palavra que mais tocou a todos foi a de seu professor de música.

Ele contou que aquele jovem fazia parte da orquestra da escola. Era o
segundo violino. Em qualquer momento poderia ser o primeiro violino, por
sua capacidade e a? nação. Mas ele se contentava em ser o segundo como
opção. Ele dizia:

“Os primeiros só podem fazer o melhor se os segundos sustentarem a
nota; eu quero ser o segundo.”
Esse desprendimento caracterizou a vida desse bravo cristão.
Parece que todos querem ser os primeiros violinos. Poucos estão dispostos
a sustentarem a nota para o outro. Entretanto a vida dos que se deram é
que ? cou na história.
Senhor, faz de mim um herói da fé.
Quero caminhar contigo até
O dia da coroação, da recompensa, do galardão.

Para isso ensina-me a amar, a perdoar, a ajudar, e a te adorar
De todo o coração.


Lagoinha.com

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Naquele dia tomei um tombo


E assim, naquele dia que parecia como outro qualquer, meu mundo tornou-se cinzento.

E assim, naquele dia que parecia como outro qualquer, decidi que o meu maior triunfo seria sobre mim mesmo.

Aprendi que as quedas são estímulos para que aprendamos a levantar, com dignidade e com coragem.

Aprendi que para olhar o mundo, é preciso estar no chão. Eu só o conhecia do alto da minha arrogância.

Descobri que nunca tinha questionado se minhas ambições incluíam a ética.

Aprendi que nada nos acontece por acaso. Sempre há um “para quê”.

Descobri as caras feias que eu estava vendo nada mais eram que meus reflexos em milhares de espelho.

Naquele dia descobri que meus rivais e meus desafetos eram apenas ameaças à minha insegurança.

As sombras que me seguiam nada mais eram do que o reflexo negro da minha alma.

Descobri que carregava em mim um Ego muito maior que eu.

Naquele dia, descobri que eu não era o melhor e que talvez eu nunca tenha sido.

Descobri que as minhas ambições eram fruto da minha enorme onipotência.

Naquele dia, deixei de ser um propagandista dos meus triunfos passados e passei a ser a minha luz do presente.

Aprendi também que de nada serve ser luz se não posso iluminar o caminho dos demais.

Naquele dia, deixei de ser o comercial do meu pseudo-conhecimento e passei a aprender um pouco mais.

Aprendi também que de nada serve saber se não posso compartilhar e legar o conhecimento.

Que para multiplicar o pão de cada dia, é preciso dividí-lo.

Aprendi que o difícil não é chegar lá em cima, e sim continuar a subida.

Aprendi que a vitória duradoura não vem de sopetão. Ela é conquistada por etapas. Eu subi rápido demais, alto demais!

Vi que na luta pelos meus objetivos, o maior é lutar. E que são os caminhos sofridos que nos amadurecem e domam.

Aprendi que posso fazer qualquer coisa e arcar com a responsabilidade das quedas.

Deixei de me importar com quem ganha ou perde, e me importar simplesmente com quem faz.

Decidi ver cada problema como uma oportunidade para aprender a achar soluções.

Decidi não esperar as oportunidades e sim, eu mesmo buscá-las.

Decidi ver cada dia como uma nova oportunidade de recomeçar.

Decidi ver cada noite como um mistério a resolver.

Decidi ver cada deserto como uma possibilidade de encontrar um oásis.

Aprendi que as palmeiras altas e eretas, nos dão uma lição de dignidade e postura, diante das intempéries da vida.

Aprendi que o melhor triunfo que posso ter, é ter o direito de chamar alguém de "amigo".

Descobri que o amor é mais que um simples estado enamorado, "o amor é uma decisão de vida.
Vi que não estava protegendo aqueles que eu amo. Quando o bem é precioso demais, todo zelo é pouco. E que eu não sou o bem mais precioso!

Aprendi que a compaixão não é sentimentalismo e sim humanidade.

Naquele dia, aprendi que os sonhos existem para fazer a realidade.

Aprendi que a imagem do inatingível é o que nos aciona para que o busquemos. Tudo para mim foi atingível!

E desde aquele dia já não durmo para descansar simplesmente... durmo para sonhar!

E desde aquele dia já não batalho para triunfar e sim para lutar no combate.

E desde aquele dia já não vivo mais para ganhar e sim para viver.

Para cair...

Para levantar...

Para continuar...

Para chorar...

Para perdoar... Para respeitar... Para amar...

... Para aprender e para decidir sobre quem eu quero ser.





:: Programa Noite & Cia
Exibição de segunda a sexta-feira, às 22h30, pela Rede Super de Televisão

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Jardim Fechado


Não se esqueça que você é um jardim regado e cuidado pelo próprio Senhor Jesus

Quem não gosta de ver um jardim bem cuidado, repleto de flores, borboletas e animais? Tão lindo de se ver! O colorido e o perfume atraem a nossa presença. Por mais que o dia esteja cinzento, escuro ou frio, contemplar uma jardim florido acalma nosso coração e traz alegria para o nosso ser.

A Palavra sempre utiliza de metáforas para comparar o amor de Deus para conosco. Numa delas o próprio Senhor nos compara a um jardim: “E o SENHOR te guiará continuamente, e fartará a tua alma em lugares áridos, e fortificará os teus ossos; e serás como um jardim regado, e como um manancial, cujas águas nunca faltam” (Isaias 58.11).

Imagina o que é um jardim regado? Sempre belo, cuidado, de boa aparência, que produz cheiro de vida! Em meio às lutas, tribulações e assolações, o Jardineiro, cuida de nós a ponto de nos fortificar, guiar nossos caminhos e fartar nossa alma! O Rei, o Todo-Poderoso, abre mão de Sua Glória e Majestade para se tornar um jardineiro e cuidar pessoalmente de sua vida! Se isso não for prova de amor, o que mais seria?

Ainda que não percebamos, ainda que seja difícil para nossos olhos contemplarem no meio da terra seca do nosso coração, as mãos dele estão arando nosso terreno, colocando as mudas das plantas e flores, e o mais importante, nos regando com as Águas do Espírito. Pode ter certeza de que Ele consegue transformar o deserto da sua alma, em “Seu Jardim” (Isaias 51.13). Não há problema, aflição ou dor que Ele não possa resolver! Aleluia!

O Seu amor incondicional jamais te abandona! Ainda que tentem jogar pedras para destruir suas flores, tentem arrancar as belas plantas que já brotaram nesse jardim; ainda que tentem torná-lo descuidado, seco, sem beleza, o Jardineiro sempre garante que isso não acontecerá. “Eu, o SENHOR, a guardo, e cada momento a regarei; para que ninguém lhe faça dano, de noite e de dia a guardarei”. (Isaias 27.3).

Não temas! Pode descansar e se alegrar em Deus. Você é um jardim fechado, plantado e cuidado pelo Senhor, para a Sua única e exclusiva glória. (Isaías 61.3).


Deus te abençoe!

:: Por Renata Lima

sábado, 7 de agosto de 2010

Aprendendo com a experiência de Jó…



tribulum - usado para separar o trigo da palha.

Jó é o maior exemplo de sofrimento e de paciência em meio a luta registrado nas escrituras sagradas. Imagino que o Senhor permitiu que este livro estivesse nas Escrituras para o nosso ensino e exortação no que diz respeito a estes assuntos. Tiago, apóstolo e irmão carnal do Senhor Jesus escreveu-nos em sua epístola dizendo: “E nós achamos que eles foram felizes por terem suportado o sofrimento. Vocês têm ouvido a respeito da paciência de Jó e sabem como no final Deus o abençoou. Porque o Senhor é cheio de bondade e de misericórdia.” (Tiago 5:11).
Acredito também que o livro de Jó foi escrito e sobreviveu através dos séculos porque, no momento de maior lucidês que ele teve em meio aquele sofrimento todo, antes de fazer a declaração profética que foi a chave de todo o desfecho da situação em que ele se encontrava; declaração que penetrou os céus e “virou o jogo” a seu favor. Antes dessa declaração poderosa ele diz: “Como gostaria que as minhas palavras fossem escritas, que fossem escritas num livro! Ou que com uma ponteira de ferro elas fossem gravadas para sempre no chumbo ou na pedra!” (Jó 19:23,24).

E foi exatamente isto que aconteceu, pois, o que ele declarou profeticamente após falar assim foi poderoso para mudar seu destino e ainda hoje é poderoso para mudar o nosso destino, pois a mesma foi escrita em um livro como ele desejou – no livro de Jó.
O livro de Jó começa assim: “Na terra de Uz morava um homem chamado Jó. Ele era bom e honesto, temia a Deus e procurava não fazer nada que fosse errado.”

Jó era bom, honesto, temia a Deus e se desviava do mal. Essas prerrogativas positivas foram atribuídas a ele pelo próprio Deus. Veja o verso 8: “Aí o Deus Eterno disse: -Você notou o meu servo Jó? No mundo inteiro não há ninguém tão bom e honesto como ele. Ele me teme e procura não fazer nada que seja errado.” (Jó 1:1,8).

Jó era íntegro, temente a Deus e se desviava do mal, mas, havia algo que ele não possuia e, essa coisa que ele não possuia o fez mergulhar num mar de sofrimento e tribulação, permitidos e gerenciados por Deus para que ele não fosse provado além de suas forças. Tribulações que, além de nos ensinar a ter paciência no meio da prova também nos leva a perguntar: porque tais tribulações foram necessárias? Ao descobrir o que faltava em Jó que o levou até lá descobrimos também como saimos de lá, ou até mesmo, como não irmos para lá – como não cair na tentação, na prova, na tribulação. Podemos não cair nelas; podemos sair delas; podemos nos alegrar nelas.
Deus não tem prazer no sofrimento dos seus filhos. Se um pai natural não se alegra no sofrimento do seu filho, muito menos o Pai Celestial. Em primeira de Pedro 1:6 lemos que: “SE NECESSÁRIO sejais contristados por vários provações…” ou seja, a expressão “se necessário” neste texto deixa claro que somente seremos contristados por várias provações se não conseguirmos receber a instrução e a direção de Deus de outra maneira. Este texto deixa claro que o desejo do Eterno não o de nos atribular, e, sim, de nos ensinar. Se fosse ao contrário o Senhor Jesus não teria nos ensinado a orar: “não nos deixes cair em tentação…”. A tentação, a provação, a tribulação existem, mas, você não precisa necessariamente cair nela, pelo contrário: “livra-nos, ó Deus…”. Normalmente quando andamos por uma rua ou estrada naturalmente nos desviamos dos buracos – é instintivo.
Se pudéssemos estabelecer uma ordem, primeiro vem a tentação, depois a provação e por fim a tribulação. Com a permissão de Deus o diabo tenta, Deus prova, e depois somos atribulados para separarmos o que é palha e o que é trigo. O tribulum era uma instrumento usado para separar a palha do trigo.

tribulum - usado para separar o trigo da palha.
No capítulo 42:5 de Jó podemos entender o que faltava na vida de Jó que o levou a passar por tudo aquilo. No fundo o objetivo de Deus era fazer com que ele adquirisse o que lhe faltava. Veja o texto bíblico: “Antes eu te conhecia só por ouvir falar, mas agora eu te vejo com os meus próprios olhos.”

Veja bem, Jó era homem íntegro, temente Deus e que se desviava do mal, porém não conhecia a Deus pessoalmente. Ele servia um Deus de quem ele tinha ouvido falar e o fazia de forma zelosa, porém, o Senhor Deus, o Eterno deseja mais do que servos – Eles nos quer como amigos. Ele deseja se revelar a mim e a você a cada dia. A Bíblia diz que o Senhor Deus se encontrava com Adão no jardim do Éden todos os dias na viração do dia (Gênesis 3:8). A Bíblia diz que as misericórdias do Senhor se renovam a cada manhã… Você não pode pensar na misericórdia de Deus sem pensar na presença do Deus misericordioso. É como se ele nos trouxesse uma dose gostosa de misericórdia no café da manhã. Então, Jó servia a Deus, porém, não conhecia a Deus. E isso fez com que Deus permitisse a tentação, a prova, a tribulação somente para que ele chegasse a este ponto: “hoje os meus olhos te vêm.” Dentro do coração de cada crente deve existir este clamor: “eu preciso te ver, Senhor.”
De acordo com a palavra de Deus a fé cristã está fundamentada sobre três pilares que estão descritos em 1 Coríntios 15:1-8, 11: “Agora, irmãos e irmãs, quero que lembrem do evangelho que eu anunciei a vocês, o qual vocês aceitaram e no qual continuam firmes. A mensagem que anunciei a vocês é o evangelho, por meio do qual vocês são salvos, se continuarem firmes nele. A não ser que não tenha adiantado nada vocês crerem nele. Eu passei para vocês o ensinamento que recebi e que é da mais alta importância: Cristo morreu pelos nossos pecados, como está escrito nas Escrituras Sagradas; ele foi sepultado e ressuscitou no terceiro dia, como está escrito nas Escrituras; e apareceu a Pedro e depois aos doze apóstolos. Depois apareceu, de uma só vez, a mais de quinhentos seguidores, dos quais a maior parte ainda vive, mas alguns já morreram. Em seguida apareceu a Tiago e, mais tarde, a todos os apóstolos. Por último, depois de todos, ele apareceu também a mim, como para alguém nascido fora de tempo… Assim, não importa se a mensagem foi entregue por mim ou se foi entregue por eles; o importante é que foi isso que todos nós anunciamos, e foi nisso que vocês creram.”

1- Cristo morreu por mim; 2 – Foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia; 3 – APARECEU A PEDRO, AOS DOZE APÓSTOLOS, PARA MAIS DE QUINHENTOS IRMÃOS DE UMA SÓ VEZ, PARA TIAGO E TAMBÉM A PAULO. Enfim, todos nós veremos ao Senhor, mesmo que seja no dia, o dia da sua gloriosa manifestação nas nuvens do céu quando todo olho o verá.
No meio daquele sofrimento um anseio e uma certeza brotou no coração de Jó. Tudo aquilo era para gerar nele esta fome, esta sede, esta convicção. E quando ele recebe dentro de si esta fé sobrenatural, antes de fazer a declaração profética que mudaria o curso da sua vida, ele anseia: há como eu gostaria que isto fosse registrado em um livro… leia o texto como ele é: “Quem me dera fossem agora escritas as minhas palavras! Quem me dera fossem gravadas em livro! Que, com pena de ferro e com chumbo, para sempre fossem esculpidas na rocha! Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra. Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne verei a Deus. Vê-lo-ei por mim mesmo, os meus olhos o verão, e não outros; de saudade me desfalece o coração dentro de mim.” (Jó 19:23-27).

Eu sei que o meu Redentor, meu Resgatador, meu Defensor vive e por fim se levantará sobre a terra… Ele não estava se referindo ao Deus do céu, e, sim ao Redentor que se levantaria sobre a terra. Ele teve uma revelação de Jesus Cristo. Na verdade Jó é um exemplo do sofrimento daquele que não têm uma revelação do Redentor, Jesus Cristo. O redentor, ou resgatador, no Velho Testamento era o irmão mais velho da família. Quando a herança era repartida o irmão mais velho recebia dupla porção da herança. A porção extra não era para si próprio. Ela servia para resgatar algum membro da família que se tornava escravo de algum credor. É muito comum na igreja ouvirmos orações inflamadas do tipo: “Senhor, eu quero dupla porção…” Mas, será que tais pessoas estariam disposta a usar a segunda porção para resgatar o irmão necessitado?
Bom, vamos voltar a falar de Jó, pois é muito forte quando ele diz: eu sei que o meu redentor está vivo… ele se levantará sobre a terra… em minha carne eu verei a Deus, ou seja, não seria depois da sua morte, mas, em vida… Vê-lo-ei por mim mesmo… os meus olhos o verão, e não outros… de saudade desfalece o coração dentro de mim.
Agora ele já não estava mais desfalecendo por causa da pobreza, do luto e dos tumores, mas, desfalecia de saudade pela presença gloriosa de Deus. Ao declarar isso, profeticamente ele gerou no mundo espiritual o que se consolidou no mundo natural conforme lemos no capítulo 38. Do capítulo 38 ao 42 Deus aparece para Jó e ele o vê com os seus próprios olhos: Jó 38:1 “Depois disto, o SENHOR, do meio de um redemoinho, respondeu a Jó…” Essa conversa entre o Senhor e Jó vai até o capítulo 42 onde ele admite no verso 5: ” eu te conhecia somente de ouvir falar, mas agora os meus olhos te veem por isso me arrependo…” A presença de Deus produz arrependimento, o arrependimento produz santidade, a santidade, a autoridade. Jó era servo de Deus, mas então ele se torna amigo de Deus.

1 Pedro 1:6 “Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo; a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória, obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma.”

Como eu já mencionei antes, a expressão “SE NECESSÁRIO” dá a idéia que a provação somente vem quando não conseguimos ouvir a Deus de outro modo. Ao ler o texto abaixo extraído do livro de Jó 33:14-30 você compreenderá melhor o que quero dizer:
“Pelo contrário, Deus fala de um modo, sim, de dois modos, mas o homem não atenta para isso…
…Em sonho ou em visão de noite, quando cai sono profundo sobre os homens, quando adormecem na cama, então, lhes abre os ouvidos e lhes sela a sua instrução, para apartar o homem do seu desígnio e livrá-lo da soberba; para guardar a sua alma da cova e a sua vida de passar pela espada…
…Também no seu leito é castigado com dores, com incessante contenda nos seus ossos; de modo que a sua vida abomina o pão, e a sua alma, a comida apetecível. A sua carne, que se via, agora desaparece, e os seus ossos, que não se viam, agora se descobrem. A sua alma se vai chegando à cova, e a sua vida, aos portadores da morte. Se com ele houver um anjo intercessor, um dos milhares, para declarar ao homem o que lhe convém, então, Deus terá misericórdia dele e dirá ao anjo: Redime-o, para que não desça à cova; achei resgate. Sua carne se robustecerá com o vigor da sua infância, e ele tornará aos dias da sua juventude. Deveras orará a Deus, que lhe será propício; ele, com júbilo, verá a face de Deus, e este lhe restituirá a sua justiça. Cantará diante dos homens e dirá: Pequei, perverti o direito e não fui punido segundo merecia. Deus redimiu a minha alma de ir para a cova; e a minha vida verá a luz. Eis que tudo isto é obra de Deus, duas e três vezes para com o homem, para reconduzir da cova a sua alma e o alumiar com a luz dos viventes.”
O Senhor Deus tem duas maneiras de nos levar a conhecer sua presença, seus propósitos, sua vontade. De acordo com o texto acima podemos afirmar que a primeira opção de Deus é a revelação. A segunda opção, a tentação, a prova, a tribulação. Acredito que é daqui que surgiu aquele velho ditado: Quem não vem a Deus por amor, vem pela dor. Literalmente poderíamos dizer: Quem não conhece a Deus através da revelação o conhecerá através da provação.
É importante lembrar que: “Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam. Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.” (Tiago 1:12-15)

Mateus 4:1 “A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo…”

Em Joel 2:28 a promessa de Deus sobre o derramamento do Espírito é todos nós teríamos sonhos e visões (revelações), em virtude das quais nós profetizaríamos. Quando entendemos o que o Senhor deseja, fica mais fácil abrir o nosso espírito para receber da parte dele. Deus quer andar conosco, ser nosso amigo, se revelar a nós. Eu já tomei a minha decisão – é isto que eu quero para minha vida: o que Deus quer. E você???
Parece ser este o desejo de Deus em relação a nós desde o princípio. Ele se encontrava com Adão e Eva todos os dias no jardim do Éden, na viração do dia (Gênesis 3:8). Ele disse a Abrão: anda na minha presença e seja perfeito (Gênesis 17:1). Ele disse a Moisés: “a minha presença irá contigo e eu te darei descanso (Êxodos 33:14). O Senhor Jesus disse aos seus discípulos e, consequentemente a nós: estarei convosco todos os dias até a consumação dos séculos, enfim, o Senhor deseja ter comunhão conosco baseada na graça, no favor imerecido. A pergunta é se nós queremos ter comunhão com Ele. Todas as vezes em que o Senhor se manifesta a alguém isto em si já constitui uma prova de Ele deseja se relacionar conosco.
Em nossas reuniões de louvor e adoração que realizamos pelo Brasil e pelo mundo sempre buscamos isso – a Presença; sempre pregamos sobre isso – sobre a Presença, pois sabemos que quando Ela se manifesta o tudo é como o nada, o nada é como tudo e o mais ou menos não existe. Existe um provérbio muito usado na América que diz: “se você olha muito para o abismo, ele olha de volta para você.” O seu inverso também é verdadeiro: se você olha muito para a Presença de Deus Ela olhará de volta para você.
Para finalizar, gostaria que você lesse o Salmo 34: “Bendirei o SENHOR em todo o tempo, o seu louvor estará sempre nos meus lábios. Gloriar-se-á no SENHOR a minha alma; os humildes o ouvirão e se alegrarão. Engrandecei o SENHOR comigo, e todos, à uma, lhe exaltemos o nome. Busquei o SENHOR, e ele me acolheu; livrou-me de todos os meus temores. Contemplai-o e sereis iluminados, e o vosso rosto jamais sofrerá vexame. Clamou este aflito, e o SENHOR o ouviu e o livrou de todas as suas tribulações. O anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que o temem e os livra. Oh! Provai e vede que o SENHOR é bom; bem-aventurado o homem que nele se refugia. Temei o SENHOR, vós os seus santos, pois nada falta aos que o temem. Os leõeszinhos sofrem necessidade e passam fome, porém aos que buscam o SENHOR bem nenhum lhes faltará. Vinde, filhos, e escutai-me; eu vos ensinarei o temor do SENHOR. Quem é o homem que ama a vida e quer longevidade para ver o bem? Refreia a língua do mal e os lábios de falarem dolosamente. Aparta-te do mal e pratica o que é bom; procura a paz e empenha-te por alcançá-la. Os olhos do SENHOR repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos ao seu clamor. O rosto do SENHOR está contra os que praticam o mal, para lhes extirpar da terra a memória. Clamam os justos, e o SENHOR os escuta e os livra de todas as suas tribulações. Perto está o SENHOR dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito oprimido. Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR de todas o livra. Preserva-lhe todos os ossos, nem um deles sequer será quebrado. O infortúnio matará o ímpio, e os que odeiam o justo serão condenados. O SENHOR resgata a alma dos seus servos, e dos que nele confiam nenhum será condenado.”

Pr. Antonio Círilo

segunda-feira, 26 de julho de 2010

A experiência de Deus no deserto


Muita coisa tem sido dita sobre deserto espiritual no nosso meio, mesmo assim fica a dúvida sobre o lugar dessa experiência na vida cristã. O deserto é uma exceção na vida com Deus ou algo que todos teremos de passar? Antes de responder esta pergunta, vamos olhar o deserto na Bíblia: não foram poucos os personagens bíblicos que passaram pela experiência de Deus no deserto, muitos homens e mulheres viveram a terrível sensação de ausência ou do silêncio de Deus: Elias viveu a amargura do medo e da frustração no deserto; Moisés passou 40 anos acreditando que nada mais iria acontecer na sua trajetória como libertador; Jó viveu na carne a experiência de se sentir abandonado por Deus; e Jesus, do alto da cruz, deu um brado: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”. Além desses relatos, na nossa própria caminhada cristã, passamos, muitas vezes, por essa sensação de abandono, perdemos o sabor da vida, o que nos alegrava passa a não alegrar mais, a música, o sermão, a leitura da palavra e a oração, tudo parece sem sentido e estafante. Esses sintomas podem surgir em vários momentos da nossa vida, talvez por causa do cansaço físico e mental, uma doença, o fim de um relacionamento amoroso, estresse e tantos outros motivos. Mas o deserto espiritual tem algumas particularidades.
Na solidão do deserto o nosso coração de pedra se transforma em carne, o coração fechado se abre a todos os sofredores num gesto de amor e solidariedade . Mas, olhando de longe os inúmeros acontecimentos que atingem uma pessoa no deserto, sentimo-nos compelidos a fugir dele. Vivemos com se nenhum mal fosse nos atingir, e incorporamos palavras de ordem, que dizem: “somos filhos do Rei”, “ora que melhora”, e falamos com a força dos nossos pulmões: “tudo posso naquele que me fortalece”. Nada disso é mentira, no entanto, quando nos vemos em apuros, essas frases passam a não fazer mais sentido e algumas coisas acontecem: ou nos sentimos abandonados por Deus ou pensamos que os nossos pecados nos afastaram dele. Lembremos de Jó: não foi o seu pecado o responsável pelo seu sofrimento. Mas parece que a experiência do patriarca nos traz ainda mais angústias: não nos sentimos à altura dele e por isso achamos que todo o nosso sofrimento é resultado dos nossos pecados. Perguntamo-nos: onde eu errei? O que eu fiz para merecer tamanho castigo? Sentimo-nos abandonados. Achamos que nos perdemos de Deus e que já não somos mais objeto do seu amor.

Queremos viver somente alegrias, mas não podemos evitar, quando menos esperamos experimentamos uma aridez espiritual e concluímos que o que está nos acontecendo é o que muitos chamam de deserto. Os pais do deserto, pelo menos, fizeram esta escolha livremente, mas a nós parece que essa opção não é dada. Para os contemplativos, no entanto, a experiência do deserto deve ser recebida com agrado, do mesmo modo que uma pessoa enferma receberia com bons olhos a noticia de uma cirurgia que promete saúde e bem-estar . Isso não que dizer que o cristão deva ser alguém que sai pelo mundo em busca do desprazer e de desgraças, não é sobre isso que estamos falamos. O que queremos dizer é que na caminhada com Deus vamos experimentar sensações de abandono, dores e fracassos, e isso não tem nada a ver com os nossos pecados. Não foi assim com Ana, Jó, Paulo e tantos outros? Mas, como conciliar o deserto com um conceito de espiritualidade que não tem lugar para dor e o sofrimento? Como conciliar a imagem de uma vida próspera e abençoada com a experiência do silêncio de Deus?

Na vida contemplativa, o deserto sempre teve o seu lugar. Nos primeiros séculos da Era Cristã, muitos homens e mulheres foram literalmente para o deserto em busca de um encontro com Deus através da solidão, do silêncio e da oração. Antão, Agatão, Macário, Poemem, Teodora, Sara e Sinclética foram líderes espirituais no deserto . “Sem esse deserto, perdemos nossa alma enquanto pregamos o evangelho”. Todos os contemplativos viveram a realidade do Deus Absconditus*, mas foi João da Cruz, monge carmelita do século XVI, quem desenvolveu uma tradição contemplativa sobre a noite escura da alma, ou noite dos sentidos. Quando vires teus desejos apagados, tuas afeições na aridez e angústias, e tuas faculdades incapazes de qualquer exercício interior, não sofras por isso; considera-te feliz por estares assim. É Deus que te vai livrando de ti mesmo, e tirando-te das mãos todas as coisas que possuis.

Na noite dos sentidos, somos convidados a sermos todos de Deus. Nesta vida, o homem não se une a Deus por meio daquilo que entende, goza ou imagina, nem por alguma coisa que os sentidos ofereçam; mas unicamente pela fé…. Somos chamados a experimentar o silêncio de amor, a nos calarmos diante do inefável, e a pormos a atenção amorosamente em Deus, sem ambição de querer sentir ou entender coisa alguma particular a seu respeito. Na noite escura dos sentidos, somos convidados à comunhão da dor de Cristo. De acordo com o teólogo alemão Jürgen Moltmann, no centro da fé cristã está a história da Paixão de Cristo. No centro dessa paixão está a experiência de Cristo abandonado por Deus. Pare ele, ou isso representa a ruína da fé humana no criador, ou o surgimento de uma Fé em Deus que não é possível de ser destruída por nada. Não mais uma fé que dependa de resultados, de sentir calafrios, que dependa da emoção, não mais uma fé que precisa de formulações inquestionáveis, mas uma fé descansada, porque o amor não cansa e nem se cansa. Uma fé que se abandona nas mãos de Deus e se deixa levar por ele. A experiência de Deus no deserto é a experiência do despojamento que nos leva a amar a Deus sobre todas as coisas, mesmo diante da dor e do sofrimento. Por que Deus permite o sofrimento não sabemos, mas, para Multmann, mesmo que soubéssemos isso não nos ajudaria a viver. Se descobrirmos, no entanto, onde está Deus e experimentarmos sua presença no nosso sofrer, encontrar-nos-emos na fonte de onde brota a vida novamente.

O sofrimento e a dor não devem ser entendidos, neste sentido, como resultado do nosso afastamento de Deus, muito pelo contrário, podemos nos sentir amados mesmo diante da dor e da aflição. Mas é muito difícil perceber o amor de Deus diante do sofrimento e da aridez espiritual, porque estamos comprometidos com uma falsa ilusão do que seja esse amor por nós. Coisificamos o nosso amor por Deus, só nos sentimos amados quando a nossa vontade é satisfeita. Se as nossas orações não são respondidas, pensamos que Deus não nos ama. Se não nos emocionamos no culto é porque falta unção, dependemos dos resultados para experimentamos Deus. No deserto, somos privados de tudo, dos resultados e da emoção, só restam dúvidas, é aí, que o conceito de Hebreus, começa a fazer sentido, a Fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem (Hebreus 11:1). Na noite escura, ficamos livres da nossa excessiva dependência de resultados interiores e exteriores, lá nada acontece, só Deus basta. Na noite escura, aprendemos a amar a Deus por ele mesmo, não por aquilo que ele pode fazer ou deixar de fazer por nós. Lá, nada faz sentido, e é no sem sentido que encontramos a verdadeira paz. Profunda é a luta na noite contemplativa, mas é igualmente muito profunda a paz que se espera. E, se a dor espiritual é intima e penetrante, o amor que se há de alcançar é também íntimo e puro.

Nesta noite escura, aprendemos a nos despojar de uma falsa imagem de Deus, o Deus que era o nosso provedor, passa ser também o consolador, o Deus que servia apenas de alívio para as nossas neuroses do cotidiano, passa ser o nosso companheiro de amor. Na noite escura, tudo muda. Aqui temos um verdadeiro encontro de amor, onde nada mais é importante. Se formos abandonados, amamos assim mesmo, se nossas orações não são respondidas, não deixamos de amar por causa disso.
Nesta noite dos sentidos, mesmo sem sentir, somos transformados. O progresso da pessoa é maior quando ela caminha às escuras e sem saber. Aprendemos a amar a Deus como ele deseja ser amado. É amar sem querer possuir o objeto do nosso amor, é amar sem reduzir a Deus a uma idéia ou a uma lâmpada de Aladim. É amar uma pessoa, que misteriosamente é três.

Sobre a pergunta: o Deserto é uma exceção na vida com Deus ou algo que todos teremos de passar? Podemos respondê-la da seguinte maneira: talvez, nem todos os cristãos passem pelo deserto, mas todos aqueles que passarem irão experimentar a purificação dos sentidos. Para a pessoa crescer na contemplação até chegar á união com Deus, deverão ficar de lado, em silêncio, todos os meios e exercícios sensíveis das faculdades humanas. Só assim poderá o Senhor infundir nelas o sobrenatural, pois a capacidade natural não consegue chegar tão alto. Aqui entendemos que só podemos encontrar Deus no silêncio, na solidão e na oração. O nosso objeto de desejo é livre para ir e vir, quando desejar. Não ficamos tão dependentes de sentir a sua presença. Já sabemos onde ele está.
Deixo um video legal Deus nunca te deixa confie!!!Medite...

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Mantendo a fome pela presença de Deus


“Mantendo a fome pela presença de Deus depois de 21 dias de jejum”
Entenda como é importante manter a fome pela presença do Senhor, buscando mais intimidade com Ele e atraindo a Sua glória

“Consultou Davi os capitães de mil, e os de cem, e todos os príncipes; disse a toda congregação de Israel: Se bem vos parece, e se vem isso do Senhor, nosso Deus, enviemos depressa mensageiros a todos os nossos outros irmãos em todas as terras de Israel, e aos sacerdotes, e aos levitas com eles nas cidades e nos seus arredores, para que se reúnam conosco; tornemos a trazer para nós a arca do nosso Deus; porque nos dias de Saul não nos valemos dela. Então, toda a congregação concordou em que assim se fizesse; por isso pareceu justo aos olhos de todo o povo. Reuniu, pois, Davi a todo o Israel, desde o Sior do Egito até a entrada de Hamate, para trazer a arcada de Deus de Quiriate-Jearim. Então, Davi, com todo o Israel, subiu a Baalá, isto é, a Quiriate-Jearim, que está em Judá, para fazer subir dali a arca de Deus, diante da qual é invocado o nome do Senhor, que se assenta acima dos querubins. Puseram a arca de Deus num carro novo e a levaram da casa de Abinadabe; e Uzá e Aiô guiavam o carro. Davi e todo o Israel alegravam-se perante Deus, com todo o seu empenho; em cânticos, com harpas, com alaúdes, com tamboris, com címbalos e com trombetas. Quando chegaram à eira de Quidom, estendeu Uzá e o feriu, por ter estendido a mão à arca; e morreu ali perante Deus. Desgostou-se Davi, porque o Senhor irrompera contra Uzá; pelo que chamou àquele lugar Perez-Uzá, até ao dia de hoje. Temeu Davi a Deus, naquele dia, e disse: Como trarei a mim a arca de Deus? Pelo que vi Davi não trouxe a arca para si, para a cidade de Davi; mas a fez levar à casa de Obede-Edom, o geteu. Assim, ficou a arca de Deus com a família de Obede-Edom, três meses em sua casa; e o Senhor abençoou a casa de Obede-Edom e tudo que ele tinha.” (1Cr 13.1-13.)

Veja só esta frase no verso 12: “Temeu Davi ao Senhor naquele dia, e disse: ‘Como trarei a mim a arca’”. Já o Livro dos Atos (At 15.16) nos diz: “Cumpridas essas cousas, voltarei e reedificarei o tabernáculo caído de Davi, e levantando-o de suas ruínas restaurá-lo-ei”. A vontade de Deus, portanto, é restaurar o tabernáculo de Davi. No Velho Testamento existiram outras construções extraordinárias, esplêndidas. O tabernáculo de Moisés foi a primeira construção sagrada dos hebreus, designada, ou melhor, direcionada pelo próprio Deus, que instruiu como se faria o tabernáculo. No entanto, não vemos em lugar algum que Deus deseje restaurar o tabernáculo de Moisés. Sabemos que Salomão, filho de Davi, edificou o templo. O templo nada mais era do que o tabernáculo com dimensões ainda mais extraordinárias. Era uma grande maravilha, portentoso, maravilhoso, algo de fato grandioso! Todavia, no Novo Testamento, vemos Jesus dizendo que não ficaria pedra sobre pedra daquele templo, mas Jesus não disse que depois aquele templo seria restaurado novamente. Entretanto, no Livro dos Atos, vemos que a vontade de Deus é restaurar o tabernáculo de Davi. Por que Deus deseja restaurar o tabernáculo de Davi? Por que esse tabernáculo foi especial para Deus? O motivo é muito simples. Por que esse tabernáculo de Davi foi fruto de uma paixão, de um desejo, de uma ânsia genuína pela presença de Deus. O tabernáculo de Davi não foi fruto produto de um ritual ou da orientação explícita de Deus e é isso o que o torna mais extraordinário! Deus não disse para Davi que queria um tabernáculo novo, nem lhe deu modelo algum, mas Davi, de alguma maneira que nos escapa, de uma maneira misteriosa, foi capaz de perceber o que estava no coração de Deus.

Quantos de nós estamos sinceramente interessados no coração de Deus? Não devemos, portanto, limitar o Deus a quem servimos. Eu tenho visto o que Deus pode fazer em uma igreja, a minha ambição agora é saber o que Deus pode fazer em minha cidade. Da mesma forma, sua cidade será tocada pelo Senhor e Ele que usá-lo como instrumento para isso. No trecho do Primeiro Livro das Crônicas que lemos no início deste capítulo, Davi nos mostra que não é tão simples trazer a glória de Deus, e mais ainda, não é tão simples mantê-la. Se a glória de Deus estiver em nosso meio, ela atrairá as pessoas; mas, se a luz não está entre nós, nada acontecerá. O grande desafio não é fazer nada a primeira vez. Sei que as pessoas têm medo de fazer as coisas pela primeira vez, dar aula, pregar, fazer encontros etc. Não tenho receio com a primeira vez de alguma coisa, pois, apesar da inexperiência e da falta de prática, sempre será bom, Deus sempre abençoará. O que não é abençoada em grande parte não é a primeira vez, mas sim a décima, a quinquagésima, a centésima. É isso que é sério e difícil de manter. O texto fala que, nos dias de Saul, o povo não se valeu da arca, o que nos fala de ficar experiente, independente de Deus, achando que se pode fazer sozinho. Estes são dias de começarmos de novo, recomeçarmos como igreja e de retomarmos a nossa própria paixão original, o nosso primeiro amor. Depois de grandes vitórias é que acontecem os maiores fiascos, as maiores derrotas! Deus tem muito mais e não há limites para Ele. O Senhor é um oceano. Nós somos como conta-gotas à beira da praia, não há risco de esvaziarmos a Deus, Ele sempre tem mais. Se quisermos medidas maiores de Deus, temos que retomar os princípios.

1. A intimidade traz a bênção, mas o inverso não ocorre

Davi não estava preocupado em buscar a bênção de Deus. Ele não queria ter mais ouro em Jerusalém, mais casas, mais vitórias na guerra. Em lugar algum do texto vemos Davi com essa motivação. Todavia, vemos um clamor em seu coração sobre como ele iria trazer a arca de Deus. O tabernáculo tinha três partes: o átrio, o lugar santo e o santo dos santos. A arca simbolizava a presença manifesta do Senhor e ficava no lugar mais íntimo e secreto do tabernáculo, o santo dos santos, onde somente o sacerdote, uma vez ao ano, no dia da expiação, podia entrar para aspergir o sangue em cima da arca. Sobre ela, dois querubins de ouro maciço, com as asas abertas, de frente um para o outro e, no meio deles, a chama da glória de Deus brilhava. Era ali, onde o sangue era aspergido, que Deus falava com os homens, com Moisés e, uma vez ao ano, com o sumo sacerdote. E Davi queria essa arca.
Você quer prosperidade de Deus? Busque a Deus! Ponha a arca de Deus no seu trabalho, no seu casamento, na sua empresa, busque a intimidade com o Todo-Poderoso, pois, quando você toca o céu, a terra é abalada. Quando você toca em Deus, você toca em todas as bênçãos, pois todas elas estão em Cristo Jesus. Aquela arca não era mais do que um símbolo da presença manifestada do Senhor Jesus. Deus, em sua onipresença, está presente em todo lugar, mas a sua glória está reservada para aqueles que lhe são íntimos, que anseiam pela sua presença. É esse o meu desafio a você. Muitos procuram bênçãos, prosperidade, dinheiro etc., mas quantos estão procurando a glória de Deus, a arca de Deus? Nada há de errado em buscar a bênção, mas é melhor ter o dono da bênção, pois assim se tem tudo! O que você prefere? Ter um carro e estar longe de Deus, ou estar perto de Deus e ter todas as coisas? Busque ao Senhor. Davi não queria apenas uma bênção, ele queria intimidade com Deus. Ele sabia que, buscando a intimidade, teria a bênção.

2. Sinceridade apenas não substitui a verdadeira espiritualidade

Muitos de nós dizemos: “Eu sou sincero, o que Deus olha é a sinceridade!”, mas há quem use essa desculpa apenas para ser arrogante e carnal e justificar a indelicadeza, a brutalidade, a aspereza: “Eu sou assim, o que eu tenho para falar, eu falo na cara; sou sincero!”. Há quem goste desse tipo de gente? Ninguém precisa ver a sujeira de ninguém. Se quiser mostrar, mostre primeiro para Deus. Ninguém vai se desculpar com Deus, quando Ele disser: “Você agiu mal”, simplesmente respondendo: “Senhor, pelo menos eu fui sincero”. Tem gente que é sinceramente ladrão, corrupto, adúltero. Davi era sincero e resolveu trazer a arca, então ficou sabendo que a arca havia sido roubada pelos filisteus e procurou saber o que havia acontecido (1Sm 5.6-12). Quando foi trazer a arca, em vez de procurar saber o padrão de Deus, Davi a colocou em carros de boi, com dois de seus soldados mais fortes para irem guardando a arca. Veja que é tudo muito sincero, é o melhor para Deus. Mas de repente os bois tropeçaram e Uzá estendeu a mão para segurar a arca e impedir que ela caísse no chão. O texto narra que ele foi ferido por causa de sua irreverência e morreu diante de Deus. Que coisa! Queriam a arca de Deus e, ao invés de ter a presença de Deus, tiveram morte. Todos ficaram tristes, mas eles eram “sinceros”. Sinceridade só não basta, é preciso seguir o padrão de Deus! Muitos acham que para cantarem no louvor, ou qualquer outra coisa que quiserem fazer, se forem sinceros, estará bom. É um engano! Se quisermos a glória de Deus, temos que trazê-la da maneira dele, não da maneira do mundo! Ministros de louvor não são animadores de auditório. O carro de boi, no qual transportaram a arca, nos fala de métodos humanos, de mentalidade natural, compreensão natural. Muitas vezes a preocupação em agradar o povo é grande demais. Há pessoas que vão para as igrejas em busca de conforto, de sentir algo, de ouvir algo. Não são muitos os que vão oferecer algo a Deus ou por causa dele. Quando temos um povo, dentro da igreja, que age assim, as coisas são revolucionárias. Muitas igrejas transformam o culto em espetáculo. Não gostei quando alguém me disse: “Pastor, trouxe aqui o fulano para conhecê-lo, porque você é tão engraçado”. Eu me senti um rato de circo, fui para casa e chorei. Eu não quero ser engraçado, a Bíblia não diz que Jesus era engraçado. Tampouco Paulo, Moisés ou Davi são descritos como engraçados. A Bíblia diz que eles eram homens de Deus. E é isso o que eu quero ser. Eu quero que a presença de Deus chegue a ponto de o ambiente ficar tão denso que todos sejam tocados. É isso que faz a diferença e não ter um culto interessante. Igreja não é entretenimento, mas sim um ambiente para sermos cheios da vida, da unção e do poder de Deus ou para recebermos as disciplina do Senhor, para sermos limpos pela Palavra. Não queremos carro de boi, não queremos entreter os santos, estamos aqui em função do Senhor.

3. Trazer a glória de Deus dá trabalho

A arca era um móvel pesado, revestido por dentro e por fora de ouro, um dos metais mais pesados e mais densos que existem. Não deveria ser fácil carregá-la. Davi trouxe a arca em um carro de boi porque era mais fácil do que trazê-la nas costas. Só depois do acidente Davi foi pesquisar e descobriu que eram os levitas que deveriam carregá-la (2Sm 6.9-18). Se, na primeira vez, Davi não conseguiu trazer a arca, na segunda vez ele conseguiu, pois entendeu que havia um padrão de Deus. Quando nós buscamos a glória de Deus, as coisas na verdade ficam mais difíceis. Os métodos de Deus, ao contrário do que imaginamos, não são os mais agradáveis, às vezes são os mais trabalhosos. Quando se faz algo genuinamente para Deus, as coisas às vezes não vão melhorar. É provável que, por um momento, até se tornem mais difíceis. O padrão de Deus é o caminho estreito da cruz. Quando colocou a arca sobre o carro de bois, Davi quis diminuir o serviço. Todavia, a arca foi levada da casa de Obede-Edom até Jerusalém (cerca de vinte quilômetros) por dois levitas, nos ombros. Uma arca de um metro de profundidade por um metro e meio de comprimento, toda cheia de ouro, era muito pesada! E o caminho foi longo e entrecortado. A cada seis passos eles sacrificavam ao Senhor. Você consegue imaginar? Isso deu muito trabalho, árduo! Mas muitos querem a glória de Deus automática, barata, sem necessidade de busca, de intensidade, de clamor, achando que as coisas de Deus são como um show de Hollywood. A glória de Deus vem quando nós, como igreja, estamos dispostos a pagar o preço para obtê-la. E isso, às vezes, implica em esforço. Deus não se manifesta para quem é passivo, indisposto, preguiçoso. Temos que suar a camisa! Deus só aceita o que tem valor e só o que tem suor envolvido tem valor. Por isso Deus não está interessado em ofertas de ganhadores de loteria. Deus não irá nos abençoar à maneira do mundo, através da mágica, do que não envolve esforço, mas apenas o estalar de dedos. A glória de Deus vem por milagre e milagre é fruto do trabalho de Deus. São seis passos e o sacrifício de um animal! Suor descendo e o sangue do sacrifício os envolvendo. Como Davi chegou a Jerusalém? Suado, cansado! A glória de Deus não é fruto de mágica.

4. Deve haver um ambiente preparado para a glória de Deus

Deus não age em qualquer ambiente. Se nós queremos que Deus faça, deve haver o ambiente. Quando você for ao culto, vá par construir um trono de adoração e louvor ao Senhor! O salmista canta: “Contudo, tu és santo, entronizado entre os louvores de Israel” (Sl 22.2). Há uma versão desse verso que diz: “O Senhor se assenta no trono de louvores”. Em outra versão, em japonês, diz que “o nosso louvor é como uma grande cadeira onde Deus se assenta para governar”. Que coisa linda! Um lugar onde o Espírito de Deus tem ambiente. Eu fico observando, muitas pessoas chegam atrasadas à reunião e ainda esperam que haja ambiente para a glória de Deus. Elas chegam atrasadas quase sempre porque vão às reuniões para ouvir um pouquinho da Palavra. Mas espere aí. Você vai ás reuniões par ouvir a Palavra ou oferecer sacrifícios de louvor? Sem um ambiente, sem um trono para Deus se assentar, não haverá glória de Deus para nós. A palavra “glória” no hebraico é kadod, que significa “peso, algo denso, pesado”. Isso significa que a glória de Deus tem um peso e quando Ele quer manifestar a sua presença e a sua glória, Ele procura por um ambiente capaz de sustentar o peso de sua presença. Se não há tal ambiente, Ele não se manifesta! Quantos de nós queremos realmente participar da edificação de um trono para o Senhor vir com a sua glória. Para isso, há a necessidade de compromisso, de disposição para guardar um ambiente apropriado, santo, voltado para o Senhor, de fome de Deus e de intensidade. Eu não quero participar de uma igreja que não seja intensa, com pessoas que não são literalmente desesperadas por Deus e por sua presença. Há muitos que ainda são indiferentes, passivos, sem desejo pelas coisas de Deus, sem anseio pelas coisas de Deus. Como Ele pode agir em um ambiente assim? Nós precisamos guardar o nosso ambiente para continuarmos avançando na glória de Deus como Davi fez.

5. Não tenha receio de mudar o padrão da religião

Não tenha receio de ir para fora do padrão da religião. A religião daquela época era o tabernáculo! Religião é o ritual sem a presença de Deus. Um ritual vazio, feito mecanicamente. Às vezes tenho vontade de começar a reunião pregando e deixar o louvor para o final, outros dias, nem quero fazer louvor. Alguns crentes são viciados em emoção passageira, em sentir calafrios. Quando há um pregador estrangeiro, ele já sente o calafrio só de ouvi-lo dizer “aleluia” em inglês. Ainda me dizem: “Ah, pastor! Não tenho culpa se você não tem unção”. Na verdade, sou eu que não tenho culpa deles serem depravados espirituais, praticando pornografia espiritual. Vivem em função do prazer, da sensação, de “orgasmos” da alma. Nós não devemos querer meros calafrios na espinha, mas sim a glória de Deus, a cura, a libertação e a salvação genuínas. Não é errado sentir calafrios, mas não se sente calafrio só na igreja. Uma vez, ouvindo a orquestra sinfônica nacional tocando com o maestro Isaac Karabtchvsky, eu arrepiei tanto que cheguei a pensar que o maestro tivesse unção. Quase falei em línguas! O que acontece é que confundimos demais a emoção do momento com a realidade. A emoção tem o seu lugar, não dá para servir a Deus sem emoção, mas não fiquemos só nisso, ela tem que resultar em realidade. Mas não use isso como motivo para achar que você tem que ficar no banco quieto sem fazer nada.

6. Não se pode preservar dignidade se você quer buscar a divindade

A Bíblia diz que “Davi dançava com todas as suas forças diante do Senhor; e estava cingido de uma estola sacerdotal de linho” (2Sm 6.14). Davi usava uma roupa que ele não poderia estar vestindo, ele não era sacerdote. Ele era da tribo de Judá e a tribo sacerdotal era a tribo de Levi. Mesmo assim ele vestiu uma estola sacerdotal e resolveu dançar diante da arca, ou seja, abriu mão de tudo ao redor! Davi resolveu dançar diante de Deus com toda a sua força. Mical, sua esposa, viu e o repreendeu: “Que bela figura fez o rei de Israel, descobrindo-se, hoje, aos olhos das servas de seus servos, como, sem pejo, se descobre um vadio qualquer!” (2Sm 6.20). Davi estava voltando para abençoá-la, mas ele não abençoou e ela ficou estéril para o resto da vida. A igreja fica estéril quando perde a capacidade de se perder, de se soltar na presença de Deus. Muitas igrejas vivem debaixo dessa maldição de esterilidade e aridez por terem parado para criticar os outros. Temos que nos tornar como crianças. Uma criança quando está na hora de comer, não fica ponderando: “O pastor está pregando e eu não posso berrar, embora esteja morrendo de fome”. Ela abre a boca e, se demorar, vai berrar mais ainda. Não está nem aí para ninguém! Temos que ser como crianças se quisermos entrar no reino dos céus. O problema é que nos preocupamos muito com a opinião dos homens. Busquemos a aprovação de Deus e esqueçamos a aprovação dos homens. Vejamos o exemplo de Bartimeu. Ele foi o único a ser ouvido naquela ocasião, pois não se importou com os homens. Ele determinou o que queria: “Jesus, filho de Davi, tem compaixão de mim!” De longe seus gritos podiam ser ouvidos e certamente alguém mandou se calar, pois estava incomodando. Todavia, ele não quis nem saber e recebeu a bênção de Deus! Você tem que cultivar sua expressividade, pois, quanto mais apático, morto e inexpressivo, menos receberá de Deus. Atraia a atenção dele!

7. A glória de Deus será edificação ou tropeço
A Bíblia diz que a arca ficou na casa de Obede-Edom e Deus abençoou tudo que ele tinha. Por outro lado, Uzá encostou na arca e morreu. A arca é a mesma, para um trouxe morte; para o outro, bênção. A glória de Deus é a mesma, para um será bênção, para outro será maldição. O problema não está na glória e em Deus, mas na atitude. Mical ficou estéril por não ter passado no teste. A glória de Deus é teste para todo mundo, ninguém pode ficar indiferente à arca de Deus. O sol é o mesmo, mas, quando bate no barro, ele endurece; já ao bater na cera, ela amolece! Tudo depende da natureza do material. Qual é a sua atitude? De receber ou de resistir? Por último, a Bíblia diz que Davi clamou: “Como trarei a mim a glória do Senhor?”. A glória de Deus é como uma lâmpada e nós procuramos seu interruptor no escuro. Estamos tateando quando oramos, dançamos, pulamos, ajoelhamos e levantamos, e quem chega de fora fica olhando e pensando: “O que esse povo está fazendo?” A cena pode até parecer cômica, mas estamos tateando para achar o lugar que acende a luz. Quando acharmos a luz de Deus, ela será acesa. Às vezes, tatear parece estranho para muitos, mas o nosso tatear mostra apenas o nosso anseio. Quer saber como trazer a luz da glória de Deus? Faça um propósito com Deus e renove sua fome original, seu primeiro amor!

Pr. Aluízio Antônio

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Sua vida pode ser como um RIO (bênçãos)


...Ele está se referindo a forma mais dinâmica na qual a água possa se apresentar, na trajetória de um rio, pois suas águas, diferentemente, de mares, lagos, lagoas, poças e poços, são “vivas”.

1.A ÁGUA

A água é o elemento mais abundante em nosso planeta Terra, que tem três quartos de sua superfície está coberta por ela, principalmente nos oceanos, cuja profundidade média de mil metros, abriga um volume total estimado em 1.260.000.000.000.000.000.000 litros.

O corpo humano, por uma interessante coincidência, ou pela provisão do Criador, é formado pela mesma proporção de água, ou seja 75%, de modo que sem água não haveria vida.

Ao nos voltarmos para a Palavra de Deus, encontramos muitos personagens que demonstraram sede e buscaram água disponível para mitigá-la:

A – O servo de Abraão encontrou a esposa de seu senhor, Isaque, mediante a prova da água, onde pediu para a jovem que lhe desse de beber, esperando que ela oferecesse também para os seus camelos, o que aconteceu (Gn 24:1-(15-20)-67).

B – Isaque quando buscava se estabilizar na terra começou perfurando poços, que produziram água viva, e que foram motivo de contenda com os inimigos (Gn 26:12-25).

C- O povo de Israel, em muitas ocasiões, clamou por água em sua jornada pelo deserto, e Deus fez milagres para ajudá-los (Ex 17:1-7).

D– Sansão, após vencer mil inimigos com apenas uma queixada de jumento, teve muita sede e clamou ao Senhor por sua vida, tendo sido alvo do milagre da rocha fendida que lhe deu o líquido
necessário (Jz 15:14-20).

E– Jesus, em sua natureza humana, mesmo tendo seguido para a cruz, como uma ovelha muda (Isa 53:7), pediu água antes de expirar (João 19:28).

F– O Mestre pediu, igualmente, água para a mulher Samaritana, em um episódio memorável, do qual iremos extrair uma lição preciosa nesta meditação (João 4:1-30).
João Batista, o precursor de Jesus, realizava seu ministério advertindo as pessoas para que se arrependessem, e as batizava com água (Mt 3:1-(11)-12).

O primeiro milagre de Jesus foi a criação de vinho nas bodas as quais assistia, e isso não
aconteceu a partir do nada, mas com o uso da água (João 2: 1-12).

Este evento, mais do que uma realização material extraordinária, nos apresenta um simbolismo da realidade eterna, uma vez que temos na água o significado da Palavra Viva de Deus, e no vinho, a Remissão pelo Sangue de Cristo.

Jesus, ao conversar com Nicodemos, esclareceu que era necessário nascer de novo, e que isso teria que acontecer pela ação da Palavra e do Espírito de Deus:


...“Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que quem não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.”...
...“Jesus respondeu: Em verdade, em verdade, te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus....” (João 3: 1-21).

Da mesma forma, o Mestre identifica o vinho como o símbolo de seu sangue que é vertido pela nossa salvação (Mc 14:24).

As Escrituras nos afirmam sobre quem testifica a realidade divina da salvação, tanto na Terra como nos céus:

“Este é aquele que veio por água e sangue, isto é, Jesus Cristo. Ele não veio só pela água, mas
pela água e pelo sangue. E o Espírito é o que dá testemunho, porque o Espírito é a verdade.”
“Pois três são os que dão testemunho no céu: o Pai, a Palavra (água), e o Espírito Santo; e estes três são um.” “E três são os que dão testemunho na terra: o Espírito, a água e o sangue; e estes três
concordam.” (I Jo 5:6).

Naturalmente, não basta que exista a água para que seja possível obter dela o retorno de vida que tanto desejamos, ela precisa ser potável, ou seja, adequada para o consumo, como nos mostram exemplos bíblicos:


O POVO DE ISRAEL, diante de um local onde águas existiam no deserto, mas eram amargas:

“Então chegaram a Mara, mas não puderam beber as águas de Mara, porque eram amargas. É por isso que o lugar é chamado Mara.”...
...“Então Moisés clamou ao Senhor, e o Senhor lhe mostrou uma árvore. Lançou-a Moisés nas águas, e as águas se tornaram doces.” (Ex 15:23-25).


De fato, da água que existe no mundo 97,5% é salgada, mantida em oceanos e mares, e em alguns outros lugares ela embora doce, se encontra deteriorada pela má qualidade do solo que a contêm, ou por impurezas que a atingiram.


2. O RIO

Sobre essa realidade podemos compreender que somente a Palavra pura (leite não falsificado: IPe 2:2, ou água sem mistura) de Deus é uma água que pode ser consumida por nós. Isto, todavia, não motiva as pessoas de forma adequada, e muitos preferem um “refrigerante do diabo”, as águas cristalinas de Deus:

“O meu povo fez duas maldades: A mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas.” (Jr 2:13).

Quando avaliamos as palavras do Senhor, neste texto, observamos que Ele está se referindo a forma mais dinâmica na qual a água possa se apresentar, na trajetória de um rio, pois suas águas, diferentemente, de mares, lagos, lagoas, poças e poços, são “vivas”. De fato, os rios são apresentados por Deus desde o Gênesis até o Apocalipse, pois existiam, como elementos de vida e riqueza no Éden, e estará presente na Nova Jerusalém;

“Ora, plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, ao oriente, e pôs ali o homem que tinha
formado.”... ...“Saía um rio do Éden para regar o jardim; dali se dividia e se tornava em quatro braços.” “O nome do primeiro é Pisom: este é o que rodeia toda a terra de Havilá, onde há ouro.” “O ouro dessa terra é bom: ali há o bdélio, e a pedra de ônix.” “O nome do segundo rio é Giom: este é o que rodeia toda a terra de Cuxe.”

“O nome do terceiro rio é Tigre: este é o que corre pelo oriente da Assíria. E o quarto rio é o Eufrates.” (Gn 2:4-15).
“Então me mostrou o rio da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro.”
“No meio da sua praça, em ambas as margens do rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês. E as folhas da árvore são para a cura das nações.” (Ap 22:1-2).

As palavras da Revelação nos mostram que, mesmo na eternidade, haverá um rio, cuja nascente está localizada no próprio trono de Deus, e isso nos remete a profecia de Ezequiel que fala de um rio, nos mesmo termos do relato de João;

“Depois disto me fez voltar à entrada do templo, e eu vi umas águas por debaixo do limiar do templo, para o oriente, pois a frente do templo olhava para o oriente, e as águas vinham debaixo, do lado direito do templo, ao sul do altar.”
“Ele me levou pela porta do norte, e me fez dar uma volta por fora, até a porta exterior, que olha para o oriente, e corriam as águas ao lado direito.”
“Saiu aquele homem para o oriente, tendo na mão um cordel de medir; mediu mil côvados, e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos artelhos.”
“Mediu mais mil, e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos joelhos; mediu mais mil, e me fez passar por águas que me davam pelos lombos.”
“Mediu mais mil, e era um rio, que eu não podia atravessar, porque as águas eram profundas, águas que se deviam passar a nado, rio pelo qual não se podia passar.”
“Ele me perguntou: Viste, filho do homem? Então me levou, e me tornou a trazer à margem do rio.”
“Ao chegar lá, vi que na margem do rio havia grande abundância de árvores, de um e de outro lado....”
“....Enxames de criaturas viventes viverão onde quer que o rio passar. Haverá grande número de peixes, porque estas águas lá chegam e tornam saudável a água salgada; de modo que onde quer que o rio passar tudo viverá.”
“Junto ao rio, à sua margem, de um e de outro lado, nascerá toda a sorte de árvore, ...”
“....que dá fruto para se comer. Não cairá a sua folha, nem perecerá o seu fruto. Nos seus meses produzirá novos frutos, porque as suas águas saem do santuário. O seu fruto servirá de alimento e a sua folha de remédio.” (Ez 47:1-12).

Podemos constatar que o rio do Éden se dividia em quatro, multiplicando a sua abrangência, e aquele que nasce no santuário, soma a água a cada mil côvados, de modo que se torna mais e mais profundo, até aquele ponto em que uma pessoa somente pode estar nele entregando-se totalmente, uma vez que não “da pé” para estar nas águas e no solo do fundo.

Vamos voltar, agora, para o encontro de Jesus com a mulher Samaritana, e, do texto do
evangelista João, selecionar os versos 13 e 14 do capítulo 4:

“Respondeu Jesus: Todo aquele que beber desta água tornará a ter sede,”
“mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Deveras, a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna.”


3. UM ELEMENTO ESSENCIAL

Diferentemente de outras bebidas, como sucos, refrigerantes, café, a água não se apresenta de uma forma especialmente atrativa, pois costumamos qualificá-la como incolor, inodora, e insípida, de modo que, quando uma pessoa acha que não está gostando muito de certo alimento afirma que ele está “aguado”.

Em verdade a água exige para que seja desejada a presença da sede.

Da mesma forma, receber a água da vida, deixar fluir os rios de Deus em nós, exige “sede das coisas eternas e da própria pessoa do Criador do Universo”, algo que não é material, pois, como disse Jesus a Samaritana, a fonte salta para a vida eterna, tal qual nos ensinam as Escrituras: Davi, um homem com sede de estar D avi, diante de Deus:

“A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo. Quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?” (Sal 42:2).
“Ó Deus, tu és o meu Deus, eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti, o meu corpo te deseja muito em uma terra seca e cansada, onde não há água.” (Sl 63:1).
“Estendo para ti as minhas mãos; a minha alma tem sede de ti como terra sedenta.” (Sl 143:6).

A Conclamação de Deus, e suas promessas:
“Os pobres e necessitados buscam água, mas não há; a sua língua se seca de sede. Mas eu, o Senhor, os ouvirei; eu, o Deus de Israel, não os desampararei.” (Isa 41:17).
“Nunca terão fome nem sede, nem a calma nem o sol os afligirá. Aquele que se compadece deles os guiará, e os levará mansamente aos mananciais das águas.” (Isa 49:10). “
Ó vós, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei! Vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite.” (Isa 55:1). “Vêm dias, diz o Senhor Deus, em que enviarei fome sobre a terra, não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor.” (Am 8:11).


A bem-aventurança e as promessas de Jesus:

“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos.” (Mt 5:6).
“Então Jesus lhes declarou: Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim jamais terá sede.” (Jo 6:35).
“No último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se de pé, e clamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba.” (Jo 7:37).
“Disse-me mais: Está cumprido. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. A quem tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida.” (Ap 21:6).
“O Espírito e a noiva dizem: Vem. Quem ouve, diga: Vem. Quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida.” (Ap 22:17).

A promessa eterna de Jesus e de Deus para os remidos:

“Nunca mais terão fome; nunca mais terão sede. Nem sol nem calor algum cairá sobre eles.” (Ap 7:16).


4. O CORRETO USO DA ÁGUA


Por outro lado, se o rio que sai do trono eterno, e cresce cada vez mais, for colocado não simplesmente à disposição do mitigar nossa sede, mas também para que passemos a possuir uma fonte em nosso interior, então nos tornaremos um instrumento divino, mensageiros da Palavra, capazes de ajudar a outros que têm sede.

Infelizmente, da mesma forma em que há resistência de muitos em beber das correntes de Deus, nem sempre é aceita a missão de levar a Palavra, e muitos se comportam de forma diferente dos rios que trazem vida, mencionados por Davi, e são símbolo de egoísmo e morte. Pensando que podem guardar a água somente para si, misturá-la com suas bebidas, e até mesmo vendê-la (Am 2:6).

“Será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas (Pois nelas há vida),a qual dá o seu fruto na estação própria, e cujas folhas não caem. Tudo o que fizer prosperará.” (Sal
1:3).

Isso não satisfaz ao Senhor, pois somente as correntes que descem das montanhas, correndo cada vez mais, transportando livramento para os outros, são alegria para o que habita na eternidade:

“Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das
moradas do Altíssimo.”
“Deus está no meio dela, não será abalada; Deus a ajudará ao romper da manhã.” (Sal 46:4-5).

Um exemplo interessante desta postura nos é dado pela comparação de dois “lagos” que existem na Terra Santa, o chamado Mar da Galiléia e o Mar Morto, ambos alimentados pelo rio Jordão.

Enquanto o Mar da Galiléia recebe a água e a devolve, de várias maneiras, sendo azul, cheio de vida, com margens marcadas por flores, o Mar Morto simplesmente prende as águas que chegam aos seus 80 quilômetros de comprimento, por 18 de largura, pois se situa cerca de 400 metros abaixo do nível do oceano.

O calor evapora essa água de modo que, depois de algum tempo, restam somente sais minerais, que formam uma camada de lodo no fundo, e uma superfície morta e inerte, tão densa que não é possível mergulhar através dela.

Representam, assim, lições; o andar com Deus para que nossa paz seja como um rio, o beber da água (Palavra) que Ele nos dá, tornando-se uma torrente que leva vida para onde vai, diferente do egoísta Mar Morto.

“Porque assim diz o Senhor: Estenderei sobre ela a paz como um rio, e a glória das nações como um ribeiro que transborda; então sereis amamentados, sereis carregados ao colo, e sobre os joelhos sereis afagados.” (Isa 66:12).

A mensagem das boas novas (como o pão), que apregoam Cristo, Filho de Deus e Salvador, é lançada como que sobre as águas, e gera frutos para a eternidade:

“Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás.” (Ecl 11:1)

Estudo bíblico ministrado por Pastor Elcio Lourenço em Brasília-DF

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Oração (Tipos de Oração)


Leitura: Lc 18.1-8

A Bíblia nos manda orar (Mt 26.41; Mc 14.38; 1 Ts 5.17; Tg 5.16) com toda sorte de oração (Ef 6.18). Há diversos tipos ou espécies de oração e cada um deles segue princípios claros. Há orações que não buscam necessariamente alguma coisa de Deus. Outras visam alterar uma circunstância em nossa vida ou na vida de terceiros. A todas elas Deus deseja ouvir (Sl 65.2; Pv 15.8b).

Níveis de Oração
Poderíamos classificar as orações em três níveis diferentes: Deus, nós e os outros. Dentro de cada um desses níveis há diversos tipos de oração:

1. Deus como centro das nossas orações
Há orações que são dirigidas a Deus, visando Deus mesmo, o que Ele é, o que Ele faz e o que Ele nos tem feito.
• Ações de Graça - A expressão do nosso reconhecimento e gratidão a Deus pelo que Ele nos tem feito. Exemplo (Sl 103)
• Louvor - São expressões de louvor a Deus pelo que Ele faz. Louvar é reunir todos os feitos de Deus e expressá-los em palavras, numa atitude de exaltação e glorificação ao Seu Nome, que é digno de ser louvado. Exemplo: (Sl 46; Lc 1.46-55).
• Adoração - O tipo de oração que exalta a Deus pelo que Ele é. É o reconhecimento do que Ele é. É a resposta do nosso amor ao amor Divino. Exemplo (Sl 100; 1 Sm 2.1-10).

2. Nós mesmos como o centro das orações
Aqui vamos a Deus para apresentar necessidades pessoais.
• Petição - É “um pedido formal a um poder maior”. É a apresentação a Deus de um pedido, visando satisfazer uma necessidade pessoal, tendo como base uma promessa de Deus. Exemplo: (Sl 59).
• Entrega - É a transferência de um cuidado ou inquietação para Deus. É lançar o cuidado sobre o Senhor, com um conseqüente descanso. Essa oração é feita quando um cuidado, um problema ou inquietação nos bate à porta. Exemplo: (Sl 38; 2 Cr 20.5-12).
• Confissão – Pela oração, confessamos a Deus nossos pecados e fraquezas, pedindo o Seu perdão e restauração. Exemplo (Sl 51; Ed 9.5-15)

3. Os outros como centro das nossas orações
Aqui vamos a Deus como sacerdotes, como intercessores, levando a necessidade de outra pessoa. Interceder é colocar-se no lugar de outro e pleitear a sua causa. Exemplo: (Jo 17).

Oração contendo adoração, louvor, confissão, petição (Ne 9; Mt 6.9-13)

Formas de Oração

• Oração Privada (Mt 6.6). Cada filho de Deus tem direito de entrar em Sua presença, com confiança, e apresentar-Lhe a oração da fé (Hb 4.16). Nessa forma de oração só o Espírito de Deus é testemunha. Ela pode ser feita apenas no coração, ou em palavras audíveis.
• Oração de Concordância (Mt 18.18-20).. Aqui, dois ou três se reúnem em comum acordo sobre o que pedem a Deus. Há um poder liberado através da concordância (Dt 32.30).
• Oração Coletiva (At 4.23-31). Esta é feita quando o Corpo se une em oração. É uma oração de concordância com um número maior. Quando um corpo de cristãos levanta sua voz a Deus, unânime, não só na palavra ou expressão, mas no mesmo espírito, como na Igreja de Jerusalém, há uma grande liberação do poder de Deus.

Recursos de auxílio à oração
Toda vida e manifestação do poder de Deus é o resultado da união entre o Espírito Santo e a Palavra de Deus. Esses dois grandes recursos à nossa disposição para o exercício espiritual da oração.
• Orando a Palavra - Orar a Palavra é tomar a promessa de Deus e levá-la de volta a Ele, através da oração (Is 62.6-7). A vontade de Deus é a Sua Palavra e toda oração de acordo com Sua vontade, Ele ouve (1 Jo 5.14).
• Orando no Espírito (1 Co 14.14; Ef 6.18; Jd 20) - Em áreas conhecidas pela mente, podemos aplicar a Palavra escrita, orando de acordo com o nosso entendimento. Mas, quando chegamos ao limite da mente, o Espírito Santo vem em nosso auxílio (Rm 8.26-27). Podemos orar no espírito, pelo Espírito de Deus, e também orara em línguas (Rm 14.14,15).

Armas de Combate na Oração
A oração tem terríveis inimigos no reino das trevas, mas Deus nos deu os recursos inesgotáveis da Sua graça para nos conduzir em triunfo. (Dn 10.12-21; Ef 6.10-18; 2 Co 10.4-5).
Jesus nos deu autoridade de ligar e desligar (Mt 18.18). Podemos lançar mão dessa autoridade e declarar guerra às forças de Satanás, enfrentando-as:
1. Na autoridade do nome de Jesus, a Quem tudo está sujeito (Lc 19.29; Mc 16.17).
2. Com a arma de combate, que é a Palavra de Deus (Ef. 6.17).
3. Sob a cobertura do sangue de Cristo e no poder do Espírito Santo (Ap 12.11; Lc 4.14). O inimigo será vencido por um poder maior (Mt. 12.29; 1 Jo 4.4; Tg 4.7).

Obstáculos à Resposta de Oração
1. Relacionamentos destruídos (1 Pe 3.1,7; Mt 5.23-24). A vida familiar deve ser posta diante de Deus. Quando as orações não estão sendo respondidas, pode haver falha no relacionamento entre cônjuges, pais e filhos, irmãos, etc.
2. Coração que não perdoa (Mc 11.25). Qualquer que guarda espírito de rancor ou mágoa contra alguém, fecha os ouvidos de Deus para sua própria petição.
3. Contenda (Tg 3.16). A contenda é simplesmente agir movido pela falta de perdão. Paulo declara que por causa de contendas Satanás pode tornar cristãos prisioneiros de sua vontade.
4. Motivação errada (Tg 4.3). Um sério obstáculo à oração é pedir a Deus coisas que realmente não necessitamos, com o propósito de satisfazer desejos egoístas. O propósito primeiro da oração deve ser a glória de Deus (1 Co 10.31). Exemplo: (Mt 20.20-23; Lc 9.51-56)
5. Pecado não confessado (Is 59.1,2). Uma atitude de rebeldia ou desobediência à Palavra de Deus fecha os Céus para nós. Qualquer pecado inconfessado torna-se inimigo da oração. Uma vida de obediência, porém, abre o caminho à resposta de Deus (1 Jo 3.22).
6. Ídolos no coração (Ez 14.3). Ídolo é toda e qualquer pessoa ou coisa que toma o lugar de Deus na vida de alguém. É aquilo que se torna o objeto supremo da afeição. Aquilo que mais ocupa o nosso pensamento. Deus deve ser supremo em nossa vida.
7. Falta de generosidade para com os pobres e o trabalho de Deus (Pv 21.13). A recusa de ajudar o que se encontra em necessidade, quando podermos fazê-lo, impede a resposta às nossas orações.
8. Dúvida e incredulidade (Tg 1.5-7). A dúvida é ladra da bênção de Deus. A dúvida vem da ignorância da Palavra de Deus. A incredulidade é quando alguém sabe que há um Deus que responde às orações, e ainda assim não crê em Sua Palavra. E não crer nas promessas é duvidar do caráter de Deus.

Devemos orar. Não somente estudar oração, mas praticá-la. “A maior tragédia não são as orações que não foram respondidas, mas as que não foram feitas”. Ver (Tg 4.2).

Obras Consultadas:
HYBELS, Bill. Ocupado Demais para Deixar de Orar. Campinas: United Press, 1999.
MILHOMENS, Valnice. Tipos de Oração. São Paulo: Palavra da Fé, 2000.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Alguns Efeitos da Oração!



O exercício intenso e continuado da oração produz na vida do servo de Deus alguns resultados muito importantes. Alguns deles são:

1- Reconhecimento: Pleno reconhecimento da paternidade divina

2- Resposta: Deus sempre responde as nossas orações positivamente e sempre para o bem daqueles que o amam. Porém isto não significa dizer SIM. Muitas vezes a resposta do Senhor é um contundente NÃO e isto também é responder positivamente. A positividade da resposta pertence ao Senhor. A nós compete a aceitação humilde e resignada, pois não sabemos orar como convém. Apenas o Senhor que está sobre todas as coisas sabe o que realmente é o melhor para cada um de nós.

3- Submissão: O exercício da oração nos ensina a submissão incondicional à soberana vontade de Deus, seguindo o modelo de Cristo. A vontade e os desejos da criatura não podem prevalecer diante do Criador.


4- Milagre da Graça: Consciência plena de que diante de Deus, Criador, Eterno, Absoluto, Imutável e Infalível em seus decretos, planos e vontade, atos e palavras, o redimido se coloca dentro de seu estado real: pecador, mortal, impotente, ineficiente, incapaz, limitado.

A oração não é o recurso da virtude humana pelo qual a criatura manobra o Criador, mas uma concessão da graça divina para que possamos nos manter sob a vontade diretiva do Senhor.

Poder falar com Deus em oração é uma graça, é um privilégio.



Adaptado de “Os Ministérios da Igreja”
Revista Educação Cristã – SOCEP Vol.09 Maio/2007

quarta-feira, 17 de março de 2010

Uma Luz na Caverna



de Max Lucado

Eles estão vindo como amigos, amigos secretos — mas amigos de qualquer jeito. "Você pode deitá-lo agora, soldado. Eu vou cuidar dele."

O sol da tarde está alto enquanto eles ficam de pé, em silêncio, no monte. Tudo parece mais quieto do que antes. A maior parte da multidão foi embora. Os dois ladrões ofegam e gemem, pendurados ali, prestes a morrer. Um soldado encosta uma escada na árvore do centro, sobe nela e remove a estaca que prende a viga de apoio da cruz. Dois dos soldados, contentes ao ver o fim do dia de trabalho, ajudam na tarefa pesada de colocar a cruz de cipreste e o corpo no chão.

"Cuidado agora", diz José.

Os pregos de 12 cm são retirados da madeira dura, libertando as mãos frouxas. O corpo que revestia o Salvador é levantado e colocado sobre uma rocha grande.

"Ele é todo seu", diz a sentinela. A cruz é posta de lado, para ser levada em seguida ao depósito até a próxima requisição.

Os dois não estão acostumados a este tipo de trabalho. Mas suas mãos se movem rapidamente, cumprindo a tarefa.

José de Arimatéia se ajoelha por trás da cabeça de Jesus e enxuga com ternura a face ferida. Com um pano macio e molhado ele limpa o sangue que escorreu no jardim, devido aos açoites e à coroa de espinhos. Feito isto, ele fecha os olhos bem fechados.

Nicodemos desenrola os lençóis de linho levados e os coloca na rocha ao lado do corpo. Os dois líderes judeus levantam o cadáver sem vida de Jesus e o põem sobre os lençóis. Partes do corpo são agora ungidas com especiarias perfumadas. Ao tocar as faces do Mestre com aloés, Nicodemos não consegue conter a emoção. Suas lágrimas caem sobre o rosto do Rei crucificado. Ele faz uma pausa para enxugar outra. O judeu de meia-idade olha tristemente para o jovem Galileu.

E um tanto irônico que o sepultamento de Jesus fosse conduzido, não por aqueles que se gabaram que jamais o deixariam, mas por dois membros do Sinédrio, dois representantes do grupo religioso que matou o Messias.

Todavia, de todos os que eram devedores daquele corpo sofrido, ninguém devia tanto quanto aqueles dois. Muitos tinham sido libertados dos abismos profundos da escravidão e doença. Muitos foram encontrados nos túneis mais escuros, túneis de perversidade e morte. Mas túnel algum jamais foi mais escuro do que aquele do qual esses dois homens foram resgatados.

O túnel da religião.

Não existe outro mais sombrio. Suas cavernas são muitas e seus abismos profundos. Seu desagradável mau cheiro subterrâneo é produto de boas intenções. Seu labirinto de canais está repleto de desorientados. Suas trilhas estão cobertas de odres de vinho e bebida derramada.

Você não desejaria levar uma fé incipiente para este túnel. As mentes jovens e inquisitivas logo se estragam na escuridão mortiça. As novas perspectivas são ignoradas a fim de proteger as frágeis tradições. A originalidade é desencorajada. A curiosidade sufocada. As prioridades desconsideradas.

Cristo só teve palavras fortes de censura para os que habitam nas cavernas. Ele os chamou de "hipócritas". Atores sem Deus. Construtores de barreiras. Juízes inflexíveis. Podadores sem autorização. Detalhistas inúteis. "Guias cegos". "Sepulcros caiados". "Víboras." Bang! Bang! Bang! Jesus não tinha tempo para os que se especializavam em fazer da religião um deus da guerra e da fé uma corrida pedestre. Não lhes dava qualquer oportunidade.

José e Nicodemos também estavam cansados. Haviam experimentado tudo. Tinham visto as listas de regras e regulamentos. Observaram o povo tremer sob os fardos insuportáveis. Ouviram as discussões intermináveis sobre detalhes legalistas. Usaram as vestimentas e se sentaram nos lugares de honra, vendo a Palavra de Deus ser usada em vão. Puderam perceber que a religião se tornara uma muleta que aleija.

Eles queriam livrar-se de tudo isso.

O risco era grande. A alta sociedade de Jerusalém não aprovaria a atitude de dois de seus líderes religiosos sepultando um revolucionário. Mas para José e Nicodemos a escolha era óbvia. As histórias contadas por aquele jovem pregador de Nazaré continham uma verdade que jamais fora ouvida na caverna. E, além do mais, eles preferiam salvar suas almas do que suas peles.

Levantaram então vagarosamente o corpo e o levaram para o túmulo novo. Ao fazerem isso, acenderam uma vela na caverna.

Supondo que esses dois homens estivessem observando o mundo religioso durante os últimos dois mil anos, eles teriam provavelmente descoberto que as coisas não mudaram tanto.

Existe ainda uma grande parte de mal vestindo as roupas da religião e usando a Bíblia como um malho. É ainda moda usar títulos sagrados e correntes santas. E continua sendo ainda verdade que é preciso encontrar fé apesar da igreja em lugar de na igreja.

Eles observaram também, no entanto, que no momento em que os religiosos ficam religiosos demais os retos ficam retos demais, Deus encontra alguém na caverna que acende uma luz. Ela foi acesa por Lutero em Wittenburg, por Latimer em Londres e por Tyndale na Alemanha. John Knox soprou as brasas como um escravo das galés e Alexandre Campbell fez o mesmo como pregador.

Não é fácil acender uma vela numa caverna escura. Todavia, aqueles dentre nós cujas vidas foram iluminadas por causa desses homens corajosos são eternamente gratos. De todos os atos de esclarecimento, não há dúvida qual foi o mais nobre.

"Você pode deixá-lo agora, soldado. Eu cuidarei dele."

domingo, 14 de março de 2010

Nada pode calar um adorador

Hoje não preciso escrever nada pois este video diz tudo!!!
Tem marcado muito minha vida...
Beijão!!!

segunda-feira, 8 de março de 2010

SUPER MULHER PODEROSA... quem precisa dela?


"São 6h...

O despertador canta de galo e eu não tenho forças nem para atirá-lo contra a parede...

Estou tão cansada... não queria ter que trabalhar hoje...

Queria ficar em casa, cozinhando, ouvindo música, cantarolando, até...

Se tivesse filhos, gastaria a manhã brincando com eles, se tivesse cachorro, passeando pelas redondezas...

Aquário? Olhando os peixinhos nadarem...

Se eu tivesse tempo... gostaria de fazer alongamento... Brigadeiro...

Tudo menos sair da cama e ter que engatar uma primeira e colocar o cérebro pra funcionar.

Gostaria de saber quem foi a mentecapta, a infeliz matriz das feministas que teve a estúpida idéia de reivindicar direitos de mulher... queria saber PORQUE ela fez isso conosco, que nascemos depois dela...

Estava tudo tão bom no tempo das nossas avós... elas passavam o dia a bordar, trocar receitas com as amigas, ensinando-se mutuamente segredos de molhos e temperos, de remédios caseiros, lendo bons livros das bibliotecas dos maridos, decorando a casa, podando árvores, plantando flores, colhendo legumes das hortas, educando as crianças, frequentando saraus, ENFIM, a vida era um grande curso de artesanato, medicina alternativa e culinária.

Aí vem uma fulaninha qualquer que não gostava de sutiã nem tão pouco de espartilho, e contamina várias outras rebeldes inconsequentes com ideias mirabolantes sobre "vamos conquistar o nosso espaço"!!!

Que espaço, minha filha???

Você já tinha a casa inteira, o bairro todo, o mundo aos seus pés. Detinha o domínio completo sobre os homens, eles dependiam de você para comer, vestir, pra tudo!!!

Que raio de direitos requerer?

Agora eles estão aí, são homens todos confusos, que não sabem mais que papéis desempenhar na sociedade, fugindo de nós como o diabo foge da cruz...

Essa brincadeira de vocês acabou nos enchendo de deveres, isso sim. E nos lançando no calabouço da solteirice aguda.

Antigamente, os casamentos duravam para sempre, tripla jornada era coisa do Bernard do vôlei - e olhe lá, porque naquela época não existia Bernard do vôlei.

PORQUE???... me digam PORQUE um sexo que tinha tudo do bom e do melhor, que só precisava ser frágil, foi se meter a competir com o macharedo? Olha o tamanho do bíceps deles, e olha o tamanho do nosso.

Tava na cara que isso não ia dar certo!!!

Não aguento mais ser obrigada ao ritual diário de fazer escova, maquiar, passar hidratantes, escolher que roupa vestir, e que sapatos combinar, que acessórios usar...

tão cansada de ter que disfarçar meu humor, que sair sempre correndo, ficar engarrafada, correr risco de ser assaltada, de morrer atropelada, passar o dia ereta na frente do computador, com o telefone no ouvido, resolvendo problemas que nem são meus!!!

E como se não bastasse, ser fiscalizada e cobrada (até por mim mesma) de estar sempre em forma, sem estrias, depilada, sorridente, cheirosa, com as unhas feitas, sem falar no currículo impecável, recheado de mestrados, doutorados, e especializações

(ufffffffffffffffffff!!!!!!!)

Viramos super mulheres e continuamos a ganhar menos do que eles...

Não era muito melhor ter ficado fazendo tricô na cadeira de balanço?

CHEGAAAAAAA!!!...

eu quero alguém que pague as minhas contas, abra a porta para eu passar, puxe a cadeira para eu sentar, me mande flores com cartões cheios de poesia, faça serenatas na minha janela...

ai, meu Deus, já são 7:30,tenho que levantar!..., e tem mais, quero alguém que chegue do trabalho, sente no meu sofá, coloque os pés pra cima e diga"meu bem, me traz um cafezinho, por favor?", descobri que nasci para servir.

Vocês pensam que eu tô ironizando?

To falando sério!

Estou abdicando do meu posto de mulher moderna....

Troco pelo de Amélia.

Alguém se habilita?"


(Autora: uma Executiva P... da Vida)!!!!


Um beijão e uma boa semana!!!
p.s.: ♥Esposo e filhas, ♥amo vcs♥!!!

sábado, 6 de março de 2010

DIA INTERNACIONAL DA MULHER


Acreditamos que o dia da mulher é todo dia. Porém se a nossa cultura reserva um dia para festejarmos, precisamos ir à história para sabermos o motivo.
No dia 8 de março do ano de 1857, na época da Revolução Industrial, cerca de 130 mulheres, operarias têxtis e algumas crianças de Nova Iorque entravam em greve, ocupando um galpão da fábrica. Não trabalhavam até que fossem ouvidas. Motivo: reivindicavam a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Interessante que o salário que recebiam, correspondia a menos de um terço de salário dos homens. Exploradas como escravas reivindicavam seus direitos, salários dignos, respeito e dignidade enquanto pessoa. Resultado: Seus chefes mandaram ordem para que o galpão fosse incendiado. Todas elas foram queimadas.
Com o propósito de chamar a atenção da sociedade internacional para o papel e a dignidade da mulher pela conscientização do seu valor enquanto pessoa, perceber seu papel na sociedade, contestar e rever preconceitos e limitações que vinham sendo impostos, só em 1910, numa conferência internacional na Dinamarca, elegeram o dia 8 de março para homenagear aquelas mulheres.
Na atualidade, nós mulheres precisamos compreender qual a essência da comemoração deste dia, e a nosso ver, não pode ser de outra forma, a não ser pela nossa compreensão a respeito da concepção de mulher que pairava no inconsciente coletivo da época, a ponto daqueles industriais resolverem o "problema", simplesmente mandando atear fogo no galpão da fabrica?!
A concepção de mulher da época e que ainda paira nos dias de hoje, decorria da idade média, herdeira da visão filosófica da antiguidade. Aristóteles, por exemplo, disseminou a idéia de que a mulher era um homem incompleto, um ser passivo e receptor. A mulher era apenas o solo que acolhia e fazia germinar a semente que vinha do semeador, ou seja, do homem. Acreditava-se que o filho recebia apenas a herança genética do pai, porque ele sim, era ativo e produtivo. Platão, outro filósofo, agradecia aos deuses pelo fato de ter nascido grego, livre e homem.

A VISÃO DE MULHER NO CRISTIANISMO

Sabemos que muito antes da idade média, Jesus, já contribuía para o resgate do papel, da dignidade e do valor da mulher, quebrando preconceitos e limitações que o próprio homem - ser humano - vinha imputando a ela. Para se ter idéia, o povo hebreu excluía a mulher tanto do exercício do governo civil, como de maior participação na esfera religiosa.
Para Flávio Josefo, importante historiador judeu, “a mulher possui, sob todos os aspectos, menor valor do que o homem”. Em sua vida religiosa e devocional, era equiparada a um escravo, sendo dispensada do Shema, tradicional prece judaica. Seu acesso ao templo limitava-se ao conhecido átrio das mulheres. Boa parte das correntes rabínicas considerava indigno ensinar a lei mosaica à mulher.
Jesus foi o único líder da antiguidade que concedeu dignidade e voz as mulheres. Ele falava publicamente com elas, possuía inúmeras discípulas, nutria relação de amizades com as irmãs Marta e Maria, Lc10.38. No evangelho de João 4.27 vemos a admiração dos discípulos de Jesus pelo fato deste, dialogar com uma mulher. No Novo Testamento encontramos outras evidências da presença da mulher. Em Rm 16.7, nos deparamos com Júnia, uma mulher entre os apóstolos. Encontramos a referência a Febe, diaconisa da Igreja de Cencréia e tantas outras.
Acreditamos que o mundo distorce o movimento da Mulher, entendendo-o como competição ao Homem. Ter os mesmos direitos do homem, não significa que devemos brigar com eles, viver sozinhas, usurpando o lugar que o próprio Deus designou que o homem ocupasse. Em (Gênesis 2:18) - E disse o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele. Ajudadora no sentido de prestar auxílio, e idônea, que convém perfeitamente, que tem condições, que é competente para desempenhar determinados cargos e funções.
John Sott (2007) nos lembra que ambos, homem e mulher, foram abençoados e receberam a recomendação para serem fecundos, subjugar a terra e dominar sobre todas as suas criaturas (Gn 1.27). Desta forma, homens e mulheres igualmente trazem em si a imagem divina e partilham igualmente da administração da terra. Há, portanto, uma igualdade fundamental entre os sexos, ambos trazem em si, a imagem divina. Lembrando que igualdade não significa identidade. Embora os sexos sejam iguais, eles são diferentes. Igualdade é aqui entendida como complementaridade.
Assim como a Mulher tem ocupado destaque na sociedade, Deus tem proporcionado lugar para a Mulher dentro da Igreja. Lugar de ministradoras, de diaconisas, de intercessoras, estando ao lado do homem, complementando-o, visando o enriquecimento do Reino de Deus.
Nossa oração é que nós sejamos valorizadas e reconhecidas não apenas em uma única data, mas que seja notado diariamente pelos homens. Não esquecendo que “Não há judeu nem grego, não há escravo nem livre, não há homem nem mulher, pois todos sois um em Cristo Jesus” (Gl 3.28).

Profa. Márcia Braz
IEADRN