quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Misha e Jesus


Em 1994 dois Americanos foram convidados pelo Departamento de Educação da Rússia a ensinarem ética e moralidade (baseado em princípios da Bíblia) em instituições públicas.

Num orfanato eles encontraram 100 meninos e meninas que foram abandonados ou abusados sob a guarda do governo. Os homens contaram a seguinte história:

"Foi no final do ano e na época para as crianças ouvirem a mensagem tradicional de Natal. Contamos para eles sobre Maria e José chegando em Belém. Não achando lugar na hospedaria eles foram ao estábulo onde Jesus foi colocado numa manjedoura. Durante a história as crianças ficaram maravilhadas. Ficaram ligadas em cada detalhe.

Terminamos a história e demos às crianças pedaços de papelão e tecido para cada uma fazer uma manjedoura. Eu comecei a olhar os trabalhos delas e cheguei à mesa do pequeno Misha. Ele tinha 6 anos e já tinha terminado seu projeto. Quando olhei para a manjedoura dele eu vi não um, mas dois nenês deitados.

Eu chamei o tradutor e perguntei porque havia dois nenês na manjedoura. Cruzando seus braços, e olhando a sua manjedoura Misha começou a repetir a história. Por uma criança tão pequena, que ouviu a história pela primeira vez, ele contou tudo muito bem, até que chegou à parte onde Maria deitou o bebê Jesus na manjedoura.

Daí ele começou a acrescentar alguns detalhes. Ele disse "Quando Maria deitou o neném na manjedoura, Jesus olhou para mim e me perguntou se eu tinha um lugar para ficar. Eu disse a ele 'eu não tenho papai ou mamãe, então não tenho onde ficar'.

Daí, Jesus disse que eu poderia ficar com ele. Mas, eu disse a ele que eu não poderia porque eu não tinha um presente para ele como todos os outros. Mas, eu queria ficar tanto com Jesus. Então eu tentei pensar em alguma coisa que eu poderia dar a ele como presente.

Eu pensei que se eu pudesse aquecê-lo que isto poderia ser um presente. Então, eu perguntei a Jesus 'Se eu posso aquecer você, isto serviria para um presente?'

E Jesus me disse 'Se você me aquecer, isto vai ser o melhor presente que alguém jamais me deu.' Então eu deitei na manjedoura e Jesus olhou para mim e ele me disse que eu poderia ficar com ele - para sempre."

Quando o pequeno Misha terminou sua história, seus olhos estavam cheios de lágrimas. Ele deitou sua cabeça na mesa e chorou. O pequeno órfão havia encontrado alguém que nunca abandonaria ele ou abusaria ele, alguém que ficaria com ele - para sempre.

– autor original desconhecido. Tradução por Dennis Downing do site www.hermeneutica.com.br.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

O QUE A VEJA NÃO VIU



"E não nos cansemos de fazer o bem..." Gálatas 6.9

É impressionante a capacidade que as críticas têm de nos abater. Eu gostaria que não fosse assim, mas acho que ainda estou crescendo e preciso aprender a "apanhar" sem esmorecer diante das falsas acusações. Afinal, enquanto tem gente por aí que parece viver para criticar, eu prefiro seguir fazendo o bem, e preciso continuar, porque as pessoas que Deus colocou em meu caminho para abençoar não têm nada a ver com os absurdos daqueles que só jogam pedras e tentam prejudicar o nosso ânimo.

Quando os jornais e TVs começaram a nos procurar sobre nosso envolvimento com a Lucélia, menina que foi liberta de um cativeiro em Goiânia e que está morando com a Pra. Ezenete, nós ficamos preocupados sobre como nossas palavras e atitudes seriam vistas, já que, infelizmente, muitas vezes a verdade é deturpada pelos veículos de comunicação. Mas, para nosso alívio, tanto a Globo quanto o SBT, Bandeirantes, e os mais influentes jornais impressos de todo o país, divulgaram a boa notícia de que agora, Lucélia encontrou uma família.

Para nossa triste surpresa, esta semana a revista Veja publicou uma matéria muito infeliz assinada pela repórter Ana Beatriz Magno. Infeliz porque não nos tratou com verdade. A matéria com o título "Dor sem hora para acabar" nos classifica como aproveitadores que exploram o sofrimento da menina, que segundo eles, parece não ter fim. É verdade que Lucélia sofreu pelo abandono de seus pais, sofreu nas mãos de Sílvia, sofreu ao ser levada a reviver seus momentos de agonia "testemunhando" suas dores diante de uma platéia na fábrica de biscoitos Mabel e sofreu ao ser levada a uma campanha política do PT; mas o que ela está vivendo conosco não tem nenhuma semelhança com nada disso. E a repórter Ana Beatriz Magno não teve ao menos a dignidade de me procurar para fazer qualquer pergunta, já que iria usar uma foto minha, que possuem em seu arquivo de uma antiga matéria que fizeram sobre o crescimento dos evangélicos no país.

Quando a repórter ligou para a Pra. Ezenete ela realmente não quis dar a entrevista. Ela tinha acabado de voltar de Portugal, onde mora um de seus filhos, e não tinha ainda nada acertado sobre o assunto, e muito menos conversado com a Lucélia. Aliás, ela nem tinha falado com o juiz, uma vez que a família ainda não tinha definido sobre a adoção. Sendo assim Ezenete pediu à jornalista Ana Beatriz Magno que nada fosse publicado ainda. Não havia definições. Mas assim que ela conversasse com o juiz, ela daria a entrevista com prazer. Porém, a repórter não voltou a procurá-la. Além disso, Ezenete tinha medo do que poderiam fazer com suas palavras naquele momento. E acho que ela tinha razão em temer a distorção. Uma das acusações da revista é de que a promessa de adoção não é tão certa assim. Naquela época, há mais de um mês, realmente não era. Mas nesse período muitas coisas aconteceram. O processo realmente é demorado, mas a Zê tem a guarda de Lucélia até janeiro, e conta com todo o apoio da direção do Cevam (Centro de Valorização da Mulher - instituição que abrigava Lucélia até ela vir morar em BH) e do juiz de Goiânia que tem acompanhado o caso da menina. Ou seja, tudo está caminhando bem, dentro do que nos foi orientado pelo próprio juiz, que acompanha a alegria de Lucélia com as notícias de sua nova vida.

Quanto à minha parte nesta história, desde o princípio tomei muito cuidado para não expor a Lucélia. Ela jamais subiu sequer no púlpito de nossa Igreja, e nem a nossa TV, a Rede Super, tinha feito qualquer matéria com ela, a não ser depois que todos os demais veículos começaram a nos procurar. Ou seja, não exploramos o fato de estarmos ajudando a Lucélia. Esse nunca foi nosso interesse. Depois do nosso primeiro encontro, no aeroporto de Goiânia, após o evento em que cantei ali, escrevi em meu Blog e coloquei uma foto do nosso abraço, com a menina de costas. Quando escrevi, foi para compartilhar sobre a experiência que mais me marcou naquela viagem: não foi a grandeza da multidão que encheu o ginásio, não foram as luzes do palco, mas o gesto de tocar uma pessoa que sofre. Minha intenção era, e continua sendo, não apenas "pregar" que nós cristãos devemos amar o nosso próximo, mas viver esta realidade. Testemunhei isso para incentivar as pessoas com o exemplo. Nem eu, nem a Ezenete, naquele momento, poderíamos imaginar que Deus tinha muito mais para nós fazermos pela Lucélia.

Sugerimos que ela viesse passar uns dias conosco em BH. Temos um sítio muito bonito, um lugar de paz, de restauração, e pensamos que seria bom para a Lucélia estar conosco ali um tempo. Para nossa surpresa, as autorizações judiciais vieram rapidamente, e ela ficou em BH por 15 dias. Foi só então que a possibilidade de adoção passou pelo coração de Ezenete, de seu esposo e de seus filhos, pois conviveram com Lucélia aqueles dias e quando ela foi embora, sentiram sua falta como se já fizesse parte da família. Aliás, era a menina quem pedia todo o tempo para ser adotada por eles, e já de volta a Goiânia, dizia para todos que agora tinha uma família, e escrevia para a Zê pedindo para chamá-la de mãe.

Durante aqueles dias em BH aconteceu a gravação do DVD Crianças Diante do Trono ao vivo, Para adorar ao Senhor, na praça da nossa igreja. Milhares de crianças assistiram, e Lucélia estava na platéia. Em nenhum momento ela subiu no palco, apesar de gostar muito de cantar e dançar, e hoje eu agradeço a Deus por isso, porque eu seria muito mal interpretada se desse a ela essa oportunidade. Acredito que a repórter da Veja, que conversou com a Lucélia lá em Goiânia, tenha entendido mal o ocorrido na gravação. Lucélia voltou para o Cevam muito empolgada com todas as experiências que teve em BH, e deve ter dito que participou de uma gravação comigo. Sim, ela e milhares de crianças, e o rosto dela não aparece em nenhum momento no DVD, que ainda nem foi lançado.

Aliás, sutilmente fomos acusados de estarmos nos aproveitando da menina, porém a repórter não mencionou que ela mesma se aproximou da Lucélia como uma amiga, entrando em contato diversas vezes para conversar de forma informal e oferecendo até mesmo o número do seu telefone para a garota desabafar. Todas as declarações citadas na matéria foram dadas por Lucélia à repórter Ana Beatriz na época em que ela esteve na Mabel, ou seja, antes do processo de adoção ser iniciado; o que mais uma vez comprova a ausência de uma apuração séria sobre um assunto tão delicado.

A promessa de que celebraríamos o seu aniversário em BH também foi deturpada pela matéria, que a menciona como uma troca, como uma promessa feita depois da gravação do clipe. Quanta maldade. Acho que a repórter Ana Beatriz está muito acostumada a lidar com gente ruim, a noticiar coisas perversas, e seus óculos a fazem enxergar tudo assim, deturpado. Sobre a inexistência do tal clipe eu já expliquei, o que torna infundada a acusação de troca barata. O que aconteceu é que durante os primeiros 15 dias aqui, Lucélia participou de um aniversário e ficou maravilhada. Ela nunca havia tido uma festa para comemorar seu próprio aniversário, então a Zê prometeu que independente de onde fosse, BH ou Goiânia, ela providenciaria um bolo para celebrar a data. Sendo assim, fizemos o esforço para que ela viesse, a fim de realizarmos mais um de seus sonhos roubados pela infância sofrida. E fizemos sim, uma linda festa para ela, porque agora, Lucélia faz parte das nossas vidas, de nosso círculo de amigos, e está inserida em uma linda família que investe tempo, recursos, e muito amor para restaurar as feridas do seu passado.

Lucélia está estudando, na mesma escola onde meu filho estuda. No primeiro dia de aula ela voltou para casa gritando: "Virei gente! Virei gente!" e está se saindo muito bem, pois é muito inteligente. Em breve ela vai estudar música, dança, inglês, enfim, terá oportunidades maravilhosas que não teria de outra maneira. Sua nova família está comprometida a dar a ela o melhor, e nós, seus amigos, e várias pessoas que têm se movido para ajudar, estamos dispostos a investir no futuro da menina. Aliás, até mesmo em sua saúde precisamos auxiliar, pois os maus tratos provocaram algumas seqüelas que estamos crendo que serão solucionadas.

Sobre o passado? Às vezes ela fala uma coisa ou outra conosco, principalmente com a Zê, mas não "puxamos" este assunto. Quando isso acontece, depois de ouvir com carinho, agradecemos a Deus junto com ela porque o sofrimento acabou, e jamais cometeríamos o absurdo de culpá-la pelo que passou. E foi aí que a jornalista errou de novo. A matéria coloca a expressão "aqui ela foi tocada por Jesus", palavras que diz serem da Pra. Ezenete, com a frase que diz ser de Lucélia: "A culpada fui eu. Eu, que não estava tocada por Jesus". Pois quem dizia isto pra ela era a Sílvia, argumentando que a menina tinha demônio, justificando suas torturas. E com esse astuto jogo de palavras colocadas, fomos comparados, outra vez, com quem mais feriu Lucélia.

Decidi escrever aqui em nosso site para dar satisfação às pessoas que, com dignidade, desejarem nos ouvir quanto a essa infundada acusação. Peço apenas uma coisa. Deixem a menina viver sua nova vida em paz. Creio que todos os meios de comunicação já divulgaram a notícia de que agora ela tem uma nova família (apenas Veja, através da repórter Ana Beatriz Magno, parece que não sabia disso muito bem), e nosso desejo é não ter que lidar mais com esse assédio público. Enquanto isso, vamos nos consolando com o exemplo do próprio Jesus, que, curando os enfermos e fazendo o bem, foi chamado de maioral dos demônios, incompreendido por muitos de sua época. E é assim que vamos prosseguir, pois apesar de "pedradas", não podemos nos cansar de fazer o bem.

Ah, e só mais um recado - A dor de Lucélia tem hora pra acabar sim. Nós estamos fazendo a nossa parte, mas saibam que ao ver a reportagem, ela ficou desesperada e sofreu outra vez. Por favor, se vocês não querem ajudar, ao menos não atrapalhem.

Indignada, mas tranqüila, respaldada pela verdade, e respondendo como o Senhor ao ser incompreendido: "A sabedoria é justificada pelas suas obras",

10/11/2008

Ana Paula Valadão Bessa

domingo, 16 de novembro de 2008

Não basta ser soldado: é preciso ser um lutador


João era capitão da Marinha Brasileira, um homem de olhar meigo, simples em suas atitudes e manso em suas palavras. Era um bom pai, um bom esposo e um bom capitão.

Certo dia, João foi encarregado de uma missão, algo que era freqüente em sua vida, pois o mar era seu campo de trabalho.

Enquanto seu navio era carregado de suprimentos destinados a uma aldeia de índios, João recebia as ordens.

Em pouco tempo já tinha uma mão no leme, olhos no mar, sapatos brilhando, roupas brancas, patentes expostas e uma xícara de café na outra mão.

A noite estava tranqüila: o céu cheio de estrelas e o navio dançava com o balanço do mar. Mas o que João não sabia era que essa tranqüilidade não iria durar muito tempo.

"Entregue-se agora, capitão".

A voz saía do nevoeiro que tomava conta daquela madrugada fria. Piratas eram comuns naquela rota.

"Nunca! Jamais nos entregaremos", gritava a voz que saía de dentro do navio, a voz do capitão João.

A tripulação não era grande e seus jovens marinheiros nunca tinham lutado antes. Mas de uma coisa eles sabiam: não poderiam se entregar. Afinal de contas, quem levaria a comida para a aldeia?

Precisamos ser pessoas como o capitão João, não é verdade?

Somos desafiados todos os dias a desistir da vida, dos planos, dos alvos, dos sonhos e até de Jesus.

Alguns de nós desistem e ficam pelo caminho. Já outros lutam.

Feridos. Machucados. Cansados. Chorando. Mas lutando. Lutam porque sabem que não podem desistir: as vidas esperam pelo alimento que alimentará suas almas.

Lutam porque sabem que seu capitão já passou por essa luta e não desistiu.

Lutam porque mesmo até se achando fracos descobriram que são soldados que lutarão até à morte e nunca morrerão sem lutar.

Da próxima vez que ouvir em seu coração uma voz ordenando que você desista, saiba que a voz que veio de um jovem nazareno no calvário pede para você continuar.

Qual a voz que você vai obedecer, soldado?


Carlos Eduardo

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O que Jesus espera


“Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres?’ Então eu lhes direi claramente: Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal!” Mateus 7:22-23

Onde foi que Jesus mandou seus discípulos profetizarem? A expulsão de demônios ou a realização de milagres são condições para entrar no Reino? As obras que Jesus espera do discípulo são menos espetaculares, porém, no dia a dia, muito mais difíceis de serem realizadas.

Professar Jesus como Senhor e viver uma vida em submissão a Ele é uma palavra mais poderosa que qualquer profecia. Expulsar dos nossos corações a cobiça e o ódio valem mais que qualquer exorcismo. Fazer a nossa parte no prodígio de amar os nossos inimigos é um milagre o bastante para Deus. Orar, jejuar e servir aos outros sem se importar se qualquer outra pessoa está sabendo é uma obra que só pode ser realizada por uma vida entregue ao Reino.

São estas as obras que o Senhor espera de nós. Se não as praticamos, ou se as praticamos mas continuamos numa vida paralela de pecado, não haverá lugar no Reino para nós. Essas pessoas realmente ficaram surpresas na pior hora – o dia do juízo. Por quê? Porque elas trataram de mudar tudo menos o que Jesus mais queria – seus corações.

O pior engano não é dos outros, mas de nós mesmos. Vamos deixar o Senhor realizar o maior milagre possível em nós – mudança de coração – para seguir Jesus com tudo que temos e somos. Assim a única surpresa será com o tamanho das bênçãos que o Senhor terá reservado para nós.

E esta surpresa você não vai querer perder.

Todo poderoso Rei, nós nos enganamos, mas ninguém engana o Senhor. Por favor, proteja-nos da ilusão de sermos autores de grandes obras. Ajude-nos a buscar apenas aquilo que a nós pertence – a entrega dos nossos corações a Jesus para que Ele opere o milagre da nossa conversão. Em nome de Jesus pedimos. Amém.

O devocional diário “Jesus disse…” , com 365 dias nas palavras de Jesus, está completando um ano no dia 28 de fevereiro. Venha comemorar conosco!

Deus permitindo, a partir de primeiro de março deixaremos o Evangelho de Mateus e começaremos uma caminhada nas palavras de Jesus nos evangelhos de Marcos e Lucas. Em março e abril começaremos com as palavras de Jesus nos dias e horas antes da Paixão. Depois seguiremos ao longo do ano ouvindo e meditando em cada palavra do Salvador do Mundo.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Coisas de menino


Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. 1 Coríntios 13:11

Desde os sete anos de idade eu trabalho, ou trabalhava ou passava fome. Mas minha mente de menino fazia com que tudo parecesse uma brincadeira, era como se toda criança de minha idade trabalhasse, era como se aquilo fosse a coisa mais natural no mundo.

Quando tinha doze anos estava vendendo sorvete na parte da manhã e estudando a tarde, mas algo acontecia comigo que não era tão natural nos outros vendedores: Quando chegava 11:30 da manhã eu já tinha vendido todos os sorvetes, não sei se por minha pequena estatura, mas parava em frente a prefeitura e rapidamente vendia. Outros sorveteiros chegavam lá, mas não tinham o mesmo sucesso.

Embora tivesse que carregar aquela caixa de isopor marcando meus ombros e chinelos "havaianas" nos dedos suados, eu era um garoto feliz, tinha um contentamento no coração, é como se Deus sempre estivesse ali comigo. Certa vez sobrou dois sorvetes na caixa e eu precisava ir embora, pois ainda tinha a escola. Parei perto da linha do trem, sozinho, cercado de capim cidreira peguei um sorvete para mim e o outro joguei no meio dos trilhos e disse, "este é para Deus", e fiquei olhando o sol derreter o sorvete, pensando: "Deus está chupando o dEle". Fui embora cantando "Obrigado Senhor", uma música do mundo, não me lembro o cantor.

Hoje quando lembro disto, dou risadas, mas na época meu coração era sincero, eu tinha que retribuir o que Deus estava fazendo por mim, mas não sabia como.

Aos quatorze anos trabalhando em uma gráfica, coloquei a mão embaixo de uma prensa de uma tonelada e acionei a alavanca sem querer, a prensa desceu e travou prensando dois dos meus dedos da mão direita, no desespero acionei a alavanca e ela subiu e desceu novamente batendo pela segunda vez em meus dedos, mas parando em um ponto que eu pudesse tirar as mãos. Gritei! O desespero tomou conta de toda pequena empresa, eu menor, sem registro, com todo aquele sangue jorrando pela máquina. Um jovem me pegou no colo e correu para colocar em um carro, no desespero bateu minha cabeça contra a coluna da porta do carro causando mais dor ainda. Já no carro, chorando em direção ao hospital, tive medo da morte, não tinha problema se eu perdesse a mão, meu medo era morrer.

Após uma anestesia geral, acordei somente no outro dia, já com a mão enfaixada. Não estava morto como eu temia, e uma cirurgia dos céus recolocou meus dois dedos, onde uso neste exato momento para escrever. Apenas cicatrizes e época de frio é que me faz lembrar do incidente. Mas quando vi minha mãe no hospital, chamei-a e disse: Mãe, por favor, dê todo meu salário este mês como dizimo. Ela me olhou estranhando, e eu insisti: Por favor.

Naquela época minha mãe já era serva do Senhor, e eu a caminho já tínhamos algum conhecimento, mas lá estava eu tentando pagar Deus por estar vivo e com os dedos. Nada diferente da época dos sorvetes.

Ainda era menino...

O que aprendo com esta lição em minha vida é que Deus nunca desceu do céu e me ridicularizou por minha ignorância ou minha meninice. Ele já estava me chamando fazia tempo, eu é que não estava atendendo por não estar entendendo.

Isto me traz a memória o chamado de Samuel em (I Sam 3).

- Samuel! Chama Deus...

Samuel pensa que é Eli quem está chamando e corre até ele, mas é necessários Deus chamar diversas vezes e uma explicação de Eli para que o menino Samuel soubesse que era Deus quem estava chamando.

Como o menino Samuel eu também tinha ouvido o chamado de Deus, mas pensava ser o chamado de homens, até que alguém chegou e abriu meus olhos, dizendo que era Deus quem estava me chamando, bastava apenas eu atender.

- Fala Senhor, porque o teu servo ouve.

Fico a pensar quantas pessoas estão na mesma situação em que eu me encontrava, pessoas que tem um chamado de homens, de igreja, de ministérios e até de pastoreio, mas ainda não atentou para o chamado do próprio Deus.

Pessoas que tentam pagar a Deus por bênçãos, pessoas que querem agradar a Deus na carne, com métodos e sistemas de homens, pessoas sinceras, mas sinceramente erradas.

Me vem a mente quantas pessoas eu condenei por suas atitudes, seus deuses, seus santos e imagens, pessoas que não tive a mesma paciência que Deus teve comigo em minha ignorância.

Este tipo de falta de sabedoria é que leva o homem a "chutar a santa".

Por que não fazemos como Pedro em (Atos 3) condenando a atitude daqueles que crucificaram a Cristo: "E agora, irmãos, eu sei que o fizestes por ignorância... mas

... Arrependei-vos, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor".

Hoje sou perdoado e o "tempos do refrigério pela presença do Senhor" é chegado até mim, mas fico a pensar em quantas coisas erradas posso estar fazendo hoje pensando estar certo.

A mim só me resta "jogar a toalha" e me render, buscando a presença do Senhor para que meus pés não se desviem nem para a direita e nem para a esquerda. Sei que nunca conseguirei entender tudo, pois quem compreendeu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro?

Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutável os seus caminhos!

Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado?

Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém. (Rom 11:33)

Abraços,

Dorian Anderson Soutto

sábado, 1 de novembro de 2008

Lidando com Rejeição


A maioria de nós não lidamos bem com rejeição. Enquanto a seguinte história tem um toque de humor, no fundo sentimos a intensa dor de ser rejeitado num momento vulnerável.

‘Um soldado estava servindo longe do seu lar. Ele ficou arrasado quando sua namorada escreveu e acabou com seu noivado. Ela até pediu de volta sua foto.

Ele foi para seus amigos e pediu todas as fotos de mulheres que eles não queriam mais, e as enviou para sua ex noiva com o seguinte recado: “Eu lamento que não consigo lembrar qual era você … por favor, tome sua foto e devolva as outras.”’

Como é que você lida com rejeição? Não é fácil, especialmente naqueles momentos quando somos mais vulneráveis.

Não é algo prazeroso, mas todos nós passamos por isso … rejeição por um querido … rejeição por um chefe … ou talvez a mais difícil de aceitar é a rejeição que vem de amigos e família em conseqüência de estarmos vivendo a vida Cristã.

Queremos ser aceitos. Queremos pertencer. Queremos sentir que fazemos “parte da turma”. Mas, às vezes, nossa decisão de viver uma vida como Deus quer, num mundo que não quer Deus, não será valorizado e será rejeitado – às vezes por aqueles que mais amamos.

Note o que o apóstolo Pedro disse “Eles acham estranho que vocês não se lancem com eles na mesma torrente de imoralidade, e por isso os insultam.” (1 Pedro 4:4 NVI)

A mensagem ao longo de 1 Pedro é que não devemos ficar surpresos com esta rejeição (1 Pedro 4:12), e que não podemos deixar com que isso nos desanime de viver vidas santas (1 Pedro 1:15).

Ao contrário, devemos buscar força, amor e apoio na nossa família Cristã, abrindo com carinho nossas vidas uns para com os outros. “Sobretudo, amem-se sinceramente uns aos outros, porque o amor perdoa muitíssimos pecados. Sejam mutuamente hospitaleiros, sem reclamação.” (1 Pedro 4:8-9 NVI)

Alan Smith

Jesus e a Morte


Logo depois, Jesus foi a uma cidade chamada Naim, e com ele iam os seus discípulos e uma grande multidão. Ao se aproximar da porta da cidade, estava saindo o enterro do filho único de uma viúva; e uma grande multidão da cidade estava com ela. Ao vê-la, o Senhor se compadeceu dela e disse: “Não chore”.

Depois, aproximou-se e tocou no caixão, e os que o carregavam pararam. Jesus disse: “Jovem, eu lhe digo, levante-se!” O Jovem sentou-se e começou a conversar, e Jesus o entregou à sua mãe. Todos ficaram cheios de temor e louvavam a Deus. “Um grande profeta se levantou entre nós”, diziam eles. “Deus interveio em favor do seu povo.” Essas notícias sobre Jesus espalharam-se por toda a Judéia e regiões circunvizinhas.
- Lucas 7:11-17

Duas grandes multidões se encontram. Uma segue um corpo morto. Outra segue o Senhor da vida. Até hoje a humanidade se divide nestes dois. Infelizmente, ainda hoje o maior grupo não segue o caminho da vida, mas, rumo ao cemitério.

Quando Jesus diz para a mãe não chorar, não é que ele despreza a sua dor. Marido morto, filho único sendo carregado para o enterro. A dor dela era demais para agüentar. Será que Jesus pensou em sua própria mãe, que em breve estaria passando por isso?

Jesus compreende nossas dores. Ele sente nossas perdas. E ele nos conforta com o anúncio de que a hora de chorar terá fim.

Primeiro, as palavras de Jesus penetram a terrível dor de uma viúva que acaba de perder seu único filho. Depois elas passam pela escuridão do além e chamam de volta aquele que ela havia perdido para sempre. Compaixão. Poder. Os homens que têm um, raramente possuem o outro. Jesus reúne os dois como ninguém antes ou depois.

Quando Jesus ressuscitou o filho da viúva, ele mostrou que a morte não tem a última palavra. A última palavra é de Jesus. É a palavra mais poderosa que existe, e é uma palavra temperada com compaixão. Como Max Lucado observou, Jesus "não ressuscitou os mortos por causa dos mortos. Ele ressuscitou os mortos por causa dos vivos". Um dia, toda a dor e sofrimento, todas as perdas que nos rondam se renderão à palavra de Jesus. Quando Jesus fala, até a morte tem que recuar.

Graças a Deus pela esperança viva e verdadeira que temos em Jesus!