sábado, 30 de agosto de 2008

Medo que se transforma em fé

“... viram Jesus caminhando sobre as águas e se aproximando do barco. Os discípulos ficaram com medo...”

A fé sempre foi a filha do medo. O medo impulsionou Pedro para fora do barco. Ele já tinha navegado entre aquelas ondas. Sabia do que essas tormentas eram capazes. Tinha ouvido outras histórias, visto naufrágios. Conhecia as viúvas. Ele sabia que a tempestade poderia matar e, então, sentiu vontade de sair dali.

Durante toda a noite ele quis escapar dali. Por nove horas, foi arrastado com o barco, lutou com os remos e buscou esperança em cada sombra que aparecia no horizonte. Estava ensopado até a alma e cansado do lamento de morte trazido pelo vento.

Olhe para os olhos de Pedro e você não conseguirá enxergar um homem de convicção.

Procure sua face e não encontrará um semblante forte. Mais tarde, sim, vai vê-lo com coragem no jardim, testemunhar sua devoção no Pentecostes e contemplar sua fé nas epístolas.

Mas não nessa noite. Olhe para seus olhos, agora, e veja o medo; um temor sufocante e trepidante de um homem que não tinha saída.

Mas desse medo nasceria um ato de fé, pois a fé é a filha do medo.

"O temor do Senhor é o princípio da sabedoria", escreveu o sábio.

Pedro poderia ter sido a ilustração do sermão acima.

Se Pedro tivesse visto Jesus caminhar sobre as águas durante um dia calmo e pacífico, você acha que ele teria andado até Jesus?

Nem eu.

Se caso o mar estivesse calmo, sem ondas, como se fosse um tapete, e a viagem agradável, você acha que Pedro teria implorado para que Jesus o tirasse dali e o fizesse passear sobre as ondas? Duvido.

Mas, dê a alguém uma opção de escolha entre a morte certa e uma oportunidade maluca, e verá que a oportunidade sempre será a escolhida.

Grandes atos de fé raramente nasceram de um planejamento ou de um cálculo frio.

Não foi a lógica que fez Moisés erguer seu cajado nas margens do Mar Vermelho.

Não foi uma pesquisa médica que convenceu Naamã a mergulhar sete vezes no rio.

Não foi o bom senso que fez Paulo abandonar a Lei e abraçar a graça.

E não foi um comitê secreto que orou numa pequena sala em Jerusalém para libertar Pedro da prisão. Foi um grupo de crentes temerosos, desesperados, que se sentiram pressionados contra a parede. Foi uma igreja sem opções. Uma congregação de joão-ninguéns pedindo por ajuda.

E mais do que nunca eles foram fortes.

No princípio de um ato de fé, há sempre uma semente de medo.

As biografias de discípulos corajosos sempre iniciam com capítulos de puro pânico.

Temor da morte, do fracasso, da solidão, de uma vida vã, de fracassar em conhecer a Deus.

A fé começa quando você vê Deus na montanha, mas você mesmo está no vale e sabe que está muito fraco para subir. Consegue enxergar o que está precisando... o que tem... e descobre que o que tem não é suficiente para realizar qualquer coisa.

Pedro deu o melhor de si. Porém, o seu melhor não era o bastante.

Moisés tinha um mar em sua frente e um inimigo nas suas costas. Os israelitas poderiam muito bem nadar ou lutar, mas nenhuma das opções era o bastante.

Naamã tinha experimentado outros métodos de cura e consultado adivinhos. Viajar uma longa distância para se meter em um rio de lama não tem muito sentido quando existem rios cristalinos em seu quintal. Mas, que opções ele tinha?

Paulo tinha perfeito conhecimento da lei, era mestre do sistema. Mas um olhar para Deus o convenceu de que sacrifícios e símbolos não eram o bastante.

A igreja em Jerusalém sabia que não havia esperança de libertar Pedro da prisão. Eles tinham cristãos que poderiam lutar, mas eram poucos. Tinham armas, mas não eram potentes. Não precisavam de músculo, precisavam de milagre.

E Pedro também. Ele estava consciente de dois fatos: descia cada vez mais enquanto o Senhor Jesus se levantava. E sabia onde queria estar.

Não há nada errado com essa reação. A fé que se inicia com o temor terminará mais próxima ao Pai.

Já faz algum tempo que fui para o oeste do Texas falar no funeral de um grande amigo da família. Ele tinha criado cinco filhos. Um de seus filhos, Paul, contou uma história sobre uma das mais antigas memórias que tinha sobre seu pai.

Era primavera lá no Texas, ou seja, a estação dos tornados. Paul tinha somente três ou quatro anos de idade naquela época, mas se lembrava claramente do dia em que um tornado atingiu sua pequena cidade.

Seu pai arrastou as crianças para dentro da casa e as fez deitar no chão, enquanto ele mesmo deitava-se sobre um colchão em cima deles. Porém, o pai não estava protegido. Paul se lembrou de ter espiado por debaixo do colchão e visto seu pai de pé ao lado de uma janela aberta, assistindo a nuvem afunilada sacudir e destruir tudo ao longo da pradaria.

Quando Paul viu seu pai, sabia onde queria estar. Desvencilhou-se dos braços da mãe, engatinhou para fora do colchão e correu para abraçar as pernas do pai. — Algo me dizia, continuou Paul — que o lugar mais seguro para estar quando há uma tormenta era perto do meu pai. Algo havia dito a mesma coisa para Pedro.

"Se é o senhor mesmo, Senhor, " — Pedro disse "mande que eu vá andando em cima da água até onde está."

Pedro não estava testando Jesus; ele estava clamando. Pisar sobre um mar agitado não é um gesto muito lógico; é um gesto de desespero.

Pedro agarrou-se na beirada do barco, colocou uma perna para fora... e depois a outra.

Alguns passos foram dados. Era como se existisse um caminho de rochas sob seus pés. No final do caminho estava a face luminosa do amigo que sempre o encorajava.

Nós fazemos a mesma coisa, não é verdade? Chegamos até Cris-to em horas de grande necessidade. Abandonamos o barco das boas obras. Descobrimos, assim como Moisés, que a força humana não pode nos salvar. Olhamos para Deus desesperadamente. Percebemos, assim como Paulo, que todas as boas obras do mundo são insignificantes quando colocadas diante do único Perfeito. Descobrimos, como Pedro, que transpor o buraco entre nós e Jesus é uma façanha muito grande para o nosso pequenino pé. Então, imploramos por ajuda. Ouvimos sua voz e damos o passo com medo, esperando que nossa pouca fé seja suficiente.

A fé não nasce ao redor de uma mesa de negociações, onde barganhamos nossos dons em troca da bondade de Deus. A fé não é uma recompensa dedicada para quem aprendeu melhor a lição. Não é um prêmio dado ao mais disciplinado. Não é um título herdado pelo mais religioso.

A fé é um mergulho desesperado para fora do barco do esforço humano, que está naufragando; é uma oração pedindo que Deus esteja lá para nos resgatar de dentro da água. Paulo escreveu sobre esse tipo de fé na carta aos Efésios:

"Pois é pela graça de Deus que vocês foram salvos, por meio da fé que vocês têm. Vocês não salvaram a si mesmos. A salvação vem de Deus como um dom, e não como o resultado das obras que alguém fez, para que assim ninguém se orgulhe".

Paulo é bem claro. A força suprema da salvação é a graça de Deus. Não nossas obras, nem nossos talentos, muito menos nossos sentimentos e nossa força.

A salvação é a presença repentina e calma de Deus em meio ao mar agitado de nossas vidas.

Ouvimos sua voz e, então, damos o passo.

Nós, assim como Paulo, estamos cientes de duas coisas: somos grandes pecadores e precisamos de um grande Salvador.

Nós, assim como Pedro, estamos cientes de dois fatos: estamos afundando enquanto Deus está se levantando. E assim, começamos a escalar, deixamos para trás o Titanic da autocorreção e nos firmamos no caminho sólido da graça de Deus.

E, surpreendentemente, somos capazes de caminhar sobre as águas. A morte está desarmada, os fracassos são perdoáveis, a vida tem um propósito real. E Deus não está apenas à nossa vista, mas ao nosso alcance.

Com passos direcionados, porém trêmulos, nos aproximamos dele. Por um momento de força surpreendente, nós nos firmamos sobre suas promessas. Não faz sentido sermos capazes de realizar isso. Não pedimos para sermos dignos de tal dom incrível. Quando as pessoas perguntam como mantemos nosso equilíbrio durante tempos de tormenta, não nos gabamos. Não nos vangloriamos. Apontamos, sem nenhuma vergonha, para Aquele que torna tudo isso possível.

Nossos olhos estão nele.

E assim é como cantamos: "Nem trabalho, nem penar pode o pecador salvar; só tu podes, bom Jesus, dar-me vida, paz e luz".

Declaramos também: "Em nada ponho a minha fé, senão na graça de Jesus; no sacrifício remidor, no sangue do bom Redentor."

E, explicamos: "Foi a graça que ensinou o temor ao meu coração, e aliviou os meus medos."

Alguns de nós, diferentemente de Pedro, nunca olhamos para trás.

Outros, assim como Pedro, sentem o vento e se assustam.

Talvez estejamos enfrentando o vento do orgulho: "Afinal de contas, eu não sou um pecador tão mau assim. Olhe para o que eu posso fazer."

Ou pode ser o vento do legalismo: "Eu sei que Deus está tomando conta de parte disso, mas eu tenho que cuidar do resto."

A maioria de nós, no entanto, encara o vento da dúvida: "Eu sou muito ruim para Deus me tratar desse jeito. Não mereço ser resgatado."

E para baixo nós vamos. Com o peso do reboque da mortalidade, afundamos. Arquejando e nos debatendo, caímos num mundo escuro e úmido. Abrimos os olhos e vemos somente a escuridão. Tentamos respirar, mas não existe ar. Batemos mãos e pés para conseguirmos voltar à superfície.

Com as cabeças quase para fora da água, temos de tomar uma decisão.

Os orgulhosos perguntam: "Devemos esconder nossa face e nos afogar no orgulho? Ou devemos gritar por ajuda e pegar na mão de Deus?".

Os legalistas questionam: "Devemos afundar sob o peso da Lei? Ou devemos abandonar os códigos e implorar por graça?".

Os duvidosos perguntam: "Devemos alimentar nossas dúvidas com murmurações do tipo, `Eu realmente o desprezei dessa vez?' ou esperamos que o mesmo Cristo que nos chamou para fora do barco, nos chamará também para fora do mar?".

Sabemos qual foi a decisão de Pedro.

“... e começou a afundar e gritou: Salve-me, Senhor!”
“E Jesus imediatamente estendeu a sua mão, e o segurou...”

Também conhecemos a escolha de um outro marinheiro numa outra tempestade.

Embora separado por dezessete séculos, esse marinheiro e Pedro se aproximam muito por várias notáveis semelhanças:

• Ambos ganharam a vida no mar.
• Ambos encontraram o Salvador após uma longa batalha em meio a tempestade.
• Ambos, temerosos, encontraram o Pai e seguiram-no com fé.
• Ambos saíram do barco e se tornaram pregadores da Verdade.

Você conhece a história de Pedro, o primeiro marinheiro. Deixe-me contar sobre o segundo, cujo nome é John.

Ele serviu nos mares desde que tinha onze anos. Seu pai, um comandante inglês de navio mercante, no Mediterrâneo, levou-o para o exterior e treinou-o para uma vida na Marinha Real.

Mas, o que John tinha ganhado em experiência, tinha perdido em disciplina. Ele desafiava as autoridades, andava com pessoas erradas, metia-se em caminhos tortuosos. Embora seu treinamento o houvesse qualificado para servir como um oficial, seu comportamento fez com que ele fosse punido e rebaixado.

Quando tinha cerca de vinte anos de idade, John viajou para a África, onde se envolveu com o lucrativo comércio de escravos. Aos vinte e um anos, ganhava a vida com o Greyhound, um navio negreiro que cruzava o oceano Atlântico.

John ridicularizava a moral e zombava de assuntos religiosos. Até fazia piadas sobre um livro que, no final de tudo, remodelaria sua vida: A imitação de Cristo. Na verdade, ele estava desprezando aquele livro poucas horas antes do navio entrar no meio de uma grande tempestade.

Naquela noite, o mar agrediu o Greyhound, levando o navio, em prazo de minutos, para o topo de uma onda e baixando-o de volta para o fundo das águas.

John foi desperto entre as águas que enchiam sua cabine. Um lado do Greyhound tinha colidido. Era comum de se esperar que tal dano teria levado o navio para o fundo em questão de minutos. Porém, o Greyhound foi carregado como uma carga flutuante e permaneceu na superfície.

John trabalhou durante toda a noite para consertar o estrago. Por nove horas, ele e os outros marinheiros lutaram para não deixar que o navio afundasse. Mas ele sabia que era uma causa perdida. Finalmente, quando as esperanças estavam mais danificadas que a embarcação, ele se atirou no convés cheio de água salgada e clamou:

— Se isso não funcionar, então que o Senhor tenha misericórdia de nós.

John não merecia misericórdia, mas mesmo assim a recebeu. O Greyhound e sua tripulação sobreviveram.

John nunca se esqueceu da misericórdia demonstrada por Deus naquele dia tempestuoso, em meio ao feroz oceano Atlântico. Ele retornou à Inglaterra onde se tomou um grande compositor.

Você já ouviu algumas de suas músicas.

Esse traficante de escravos, que se tornou compositor, era John Newton, o autor de uma das músicas mais famosas mundialmente: Amazing Grace.

Amazing grace! how sweet the sound,
That saved a wretch like me!
I once was lost, but now am found,
was blind, but now I see.

[Ó Graça maravilhosa! Quão doce o som
Que salvou um desaventurado como eu
Eu estava perdido, mas, agora salvo
Fui cego, mas agora vejo.]

Ao longo de suas composições, ele também se tornou um poderoso pregador. Por quase 50 anos, encheu os púlpitos e as igrejas com a história do Salvador que nos encontrou no meio de uma tempestade.

Um ou dois anos antes de sua morte, as pessoas insistiam para que parasse de pregar por causa de sua visão deficiente.

— O quê??? — e então explicava — O blasfemo africano também vai parar enquanto puder falar?

Ele não pararia. Não poderia parar. O que tinha começado com uma oração temerosa resultou numa vida inteira de fé. Durante os seus últimos anos, alguém lhe perguntou sobre sua saúde. Ele confessou que suas forças já estavam enfraquecidas.

— Minha memória já quase se foi. — ele disse Mas ainda me lembro de duas coisas: sou um grande pecador e Jesus é um grande Salvador.

Do que mais precisamos nos lembrar?

Dois marinheiros e dois mares. Duas embarcações em duas tempestades. Duas orações temerosas em duas vidas de fé. Como união dessas duas histórias, está o Salvador, um Deus que caminhará através do inferno ou sobre as águas a fim de estender a mão auxiliadora para um filho que clama por socorro.

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quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Volte Para Casa

de Max Lucado

Inglaterra. Século dezenove. Natal. Numa pequena cidade, existe a tradição de uma festa geral na qual todas as crianças recebem presentes. E uma ocasião festiva; os sorrisos alegres dos pequeninos, uma árvore alta na praça, pacotes coloridos. Existe um rapaz retardado na cidade que, devido à sua deficiência, é vítima de muitas brincadeiras cruéis. A peça que lhe pregam nesse dia de Natal é a mais cruel de todas.

À medida que a montanha de presentes vai ficando menor e menor, seu rosto vai ficando mais e mais comprido. Ele é velho demais para um presente, mas não sabe disso. Seu coração infantil está pesado enquanto ele observa todos receberem presentes, menos ele próprio. Então alguns dos meninos vêm a ele com um presente. O seu é o último debaixo da árvore. Seus olhos dançam enquanto ele olha o pacote vistosamente embrulhado. Sua excitação aumenta quando arranca as fitas. Seus dedos se atropelam para rasgar o papel. Mas quando ele abre a caixa, seu coração afunda.

Está vazia.

O embrulho era atraente. As fitas eram vivamente coloridas. O exterior era suficiente para fazê-lo chegar ao interior; mas quando ele chegou ao interior, a caixa estava vazia!(1)

Você já esteve nessa situação alguma vez?

Muitas pessoas estiveram.

Uma jovem mãe chora silenciosamente em seu travesseiro. Toda a vida ela havia sonhado com o casamento. "Se apenas eu pudesse ter um lar. Se apenas pudesse ter um marido e uma casa."

E, assim, agora está casada. A lua-de-mel acabou-se há muito tempo. O túnel que ela escavou para sair de uma prisão apenas levou a outra. Seu país encantado tornou-se um país de fraldas sujas, dificuldades de transporte e contas.

Ela partilha a cama com um marido a quem não ama. Ouve o sono calmo de uma criança que não sabe como criar. E sente a areia de sua juventude escoar-lhe por dentre os dedos.

Um homem de negócios de meia idade senta-se em seu luxuoso escritório, olhos fixos fora da janela, sem nada ver. Um carro esporte vermelho alemão espera por ele no estacionamento. Há um anel de ouro em seu dedo e um cartão de crédito dourado em sua carteira. Seu nome está gravado em metal numa porta de nogueira e numa escrivaninha de nogueira. Seu terno é feito por alfaiate. Seus sapatos são costurados a mão, seu nome é bem conhecido. Ele devia ser feliz. Possui tudo o que se dispôs a obter quando se postou ao pé da escada olhando para cima. Mas agora que tem o que deseja, ele não mais o deseja. Agora que está no topo da escada, vê que esta encontra-se encostada no prédio errado.

Ele deixou a jovem esposa submersa na poeira de sua ambição. As crianças que o chamavam de papai já não o chamam de papai; têm um novo pai. E embora possua tudo que o sucesso oferece, ele o trocaria para ter um lar ao qual pudesse retornar nessa noite.

Já contei os buracos nas placas do teto cem vezes." A voz tremeu a despeito de uma tentativa de parecer estável. "Dizem que ficarei engessado seis semanas. Também dizem que tenho sorte em estar vivo."

Sua voz mal podia ser ouvida através da máscara de oxigênio. A pele de sua testa e do nariz estava esfolada. "Eles ficam perguntando do que me lembro. Nem mesmo me lembro de ter entrado no carro, quanto mais de dirigi-lo. Eu jamais havia experimentado craque antes. Acho que tomei demais. Pensarei antes de experimentá-lo novamente. Na verdade, parece que vou ter tempo mais do que suficiente para pensar."

Nenhuma brincadeira. Nenhum barulho. Nenhuma luz piscando. Seus sonhos se tornaram realidade, mas em vez de o deixarem dormir, estão fazendo com que fique acordado. O que você faz numa hora dessas? Aonde você vai quando o desfile pára? Seus fracassos sugam o alicerce arenoso do seu futuro, arrancando-o de sob você. E agora, o que fazer?

Pode culpar o mundo. O filho pródigo podia ter feito isso. De fato, provavelmente foi o que fez (Lucas 15:11-27).

O rapaz mirou o seu reflexo na poça enlameada. Ele questionou se o rosto era realmente seu. Não se parecia consigo.

A chama dos olhos estava agora apagada. A risadinha irônica havia sido humilhada. A atitude leviana dera lugar à sobriedade.

Ele revirou de ponta-cabeça e aterrissou de cara no chão.

Não bastava estar sem amigos. Não bastava estar sem um tostão. Não bastava penhorar seu anel, seu casaco, até mesmo os sapatos. As longas horas de perambulação pelas ruas não o quebraram. Você poderia pensar que as noites passadas com apenas um travesseiro de alojamento ou os dias passados arrastando um balde de lavagem forçariam uma mudança no coração.

Mas não. O orgulho é feito de pedra. Fortes batidas podem lascá-lo, mas é necessário o malho da realidade para quebrá-lo.

O dele estava começando a rachar.

Os primeiros dias de miséria foram provavelmente cheios de vapor do ressentimento. Ele estava bravo com todos. Todos tinham culpa. Seus amigos não deviam tê-lo abandonado. E seu irmão devia vir e livrá-lo. Seu patrão devia alimentá-lo melhor e seu pai jamais devia tê-lo deixado partir em primeiro lugar.

Ele deu aos porcos os nomes de cada um deles.

O fracasso convida a apontar o dedo e passar adiante a responsabilidade. A pessoa pode estar sem dinheiro, sem emprego e sem amigos, mas jamais estará sem alguém a quem culpar.

Às vezes é a família:
"Se meus pais tivessem levado mais a sério a sua tarefa..."
"Se meu marido não fosse tão egoísta..."
"Se meus filhos tivessem algum respeito por mim..."
"Se me tivessem ensinado a usar o peniquinho mais cedo..."

As vezes é o sistema:
"Ninguém pode tirar nota boa nesta escola!"
"Se me tivessem dado uma oportunidade igual, eu teria sido promovido."
"Este lugar está todo `arranjado'."
"Não há como alguém possa subir nesta vida."

Até mesmo a igreja já foi responsabilizada por algumas coisas.
"Oh, eu freqüentaria a igreja, mas você sabia que fui à igreja uma vez em 1958 e ninguém veio me visitar?"
"Aquele grupo de gente? Um bando de hipócritas."
"Tenho planos de voltar para a igreja. Assim que eu encontre uma que esteja ensinando a doutrina certa, abrigando todos os desabrigados, alimentando todos os doentes e dando prêmios de assiduidade, então voltarei."

Logo, você está certo e os demais errados. Você é a vítima e o mundo é o seu inimigo.

Uma segunda opção é a de continuar as brincadeiras, só que desta vez com um pouco mais de abandono.

Minha esposa tem um primo chamado Rob. Rob é um ótimo sujeito. Seu bom coração e sorriso amistoso o tornam querido de todos. Ele é o tipo de pessoa a quem você pode recorrer quando não pode apelar para mais ninguém.

Assim, quando as Bandeirantes precisaram de alguém que se fantasiasse de monstro numa festa para arrecadar fundos, quem foi que chamaram? Acertou. Rob.

Mas houve alguns problemas. Primeiro, ninguém previu que o dia da campanha estaria tão quente. Segundo, Rob não sabia que a fantasia seria tão grande. Terceiro, quem teria imaginado que os óculos de Rob embaçariam tanto que ele não conseguiria enxergar? Enquanto ele estava sentado no palco esperando sua vez de falar, o calor dentro da máscara cobriu-lhe os óculos de vapor. Ele não os podia limpar — as patas eram grandes demais para caber no buraco dos olhos.

Ele começou a ficar preocupado. A qualquer momento seria chamado para fazer uma palestra e não podia, nem mesmo, ver onde estava o palco!

Assim, sussurrou pedindo ajuda. A fantasia era espessa demais e seus apelos não foram ouvidos.

Ele começou a abanar as mãos. O que ouviu em resposta foram gritinhos de alegria das crianças. Acharam que ele acenava para elas!

Ao ouvir essa história, ri. . . e depois suspirei. Era conhecida demais. Pedidos de ajuda abafados atrás de rostos fantasiados? Medo escondido atrás de um sorriso pintado? Sinais de desespero confundidos com sinais de alegria?

Diga-me se isso não descreve o nosso mundo.

Desde que Eva costurou as folhas de figueira para cobrir Adão, temos estado a disfarçar as nossas verdades.

E ficamos melhor a cada geração.

A criatividade de Michelangelo não é nada se comparada à maneira como um homem calvo usa alguns poucos fios de cabelo. O mago Merlin ficaria espantado com a nossa capacidade de apertar uma cintura de lenhador em calças tamanho bailarina.

Somos mestres em disfarces. Carros são dirigidos para impressionar. Calças jeans são compradas para retratar uma imagem. Sotaques são adquiridos para esconder uma herança. Nomes importantes são mencionados. Pesos são levantados. Lorotas são contadas. Brinquedos são comprados. Conquistas são professadas.

E ignoramos a dor. E, com o tempo, o verdadeiro eu fica esquecido.

Os índios costumavam dizer que dentro de cada coração existe uma faca. Essa faca anda como a mão que marca os minutos num relógio. Toda vez que o coração mente, a faca gira um pouco. Ao girar, ela corta o coração. Ao girar, ela entalha um círculo. Quanto mais ela gira, mais amplo se torna o círculo. Após a faca ter girado uma volta completa, uma trilha foi recortada. O resultado? Nada resta da dor, nada resta do coração.

Uma escolha que o rapaz no chiqueiro dos porcos tinha era a de voltar ao baile de máscaras e fingir que estava tudo bem.

Ele podia ter recortado sua integridade até a dor desaparecer. Poderia ter feito o que fazem milhões de pessoas. Poderia ter passado toda uma vida no chiqueiro fazendo de conta que era um palácio. Mas não foi o que fez.

Algo lhe disse que esse era o momento da verdade e para a verdade.

Olhou na água. O rosto que viu não era bonito — enlameado e inchado. Ele desviou os olhos. "Não pense nisso. Você não é pior do que os outros. As coisas vão melhorar amanhã."

As mentiras antecipavam um ouvido receptivo. Sempre o haviam encontrado antes. "Não desta vez", murmurou ele. E mirou o seu reflexo.

- Quão baixo caí.

Suas primeiras palavras da verdade.

Ele olhou dentro dos próprios olhos. Pensou em seu pai. — Sempre disseram que eu tinha os seus olhos.

Podia ver a mágoa no rosto do pai quando lhe havia dito que estava de partida.

- Quanto devo tê-lo magoado.

Uma rachadura ziguezagueou através do coração do rapaz.

Uma lágrima pingou na poça. Outra logo se seguiu. Depois outra. Então o dique rompeu-se. Ele enterrou o rosto nas mãos sujas enquanto as lágrimas fizeram o que lágrimas fazem tão bem: limparam-lhe a alma.

Seu rosto ainda estava molhado quando ele se sentou perto do charco. Pela primeira vez em muito tempo pensou no lar. As lembranças aqueceram-no. Lembranças de risos em torno da mesa do jantar. Lembranças de uma cama quentinha. Lembranças de noites na varanda com o pai enquanto ouviam o som hipnótico dos grilos.

- Pai. Ele disse a palavra em voz alta enquanto olhava para si mesmo. — Costumavam dizer que eu era parecido consigo. Agora o senhor nem mesmo me reconheceria. Puxa vida, dei com os burros n'água, não dei?

Ele ergueu-se e pôs-se a andar.

A estrada que levava de volta ao lar era mais longa do que se lembrava. Na última vez que viajara por ela, seu estilo havia feito cabeças voltarem-se. Se fizesse cabeças se voltarem dessa vez, seria por causa do seu fedor. Suas roupas estavam rasgadas, o cabelo emaranhado, os pés pretos. Mas isso não o incomodava porque, pela primeira vez em todo um calendário de sofrimentos, ele estava com a consciência limpa.

Estava voltando ao lar. Voltava ao lar como um homem transformado. Não exigindo receber o que merecia, mas disposto a aceitar qualquer coisa que pudesse receber. "Dê-me" havia sido substituído por "ajude-me", e sua rebeldia havia sido substituída pelo arrependimento.

Voltou pedindo tudo, nada tendo para dar em troca. Não tinha dinheiro algum. Não tinha desculpa alguma.

E não tinha a menor idéia de quanto o pai havia sentido a sua falta.

Não tinha a menor idéia do número de vezes em que o pai se havia detido entre duas tarefas a fim de espiar pelo portão da frente a ver se enxergava o filho. O rapaz não tinha a menor idéia do número de vezes em que o pai havia acordado de um sono inquieto, ido ao quarto do filho e sentado na cama do rapaz. E o filho jamais teria acreditado nas horas em que o pai havia-se sentado na varanda, próximo da cadeira de balanço vazia, olhando, anelando por ver aquele vulto conhecido, aquele andar aquele rosto.

Enquanto o rapaz fazia a curva que levava à casa, ensaiava mais uma vez o que iria dizer.

"Pai, pequei contra os céus e contra ti."

Ele aproximou-se do portão e colocou a mão na tranca. Começou a levantá-la, depois se deteve. O plano de ir para casa subitamente parecia tolo. "O que adianta?", ele ouviu-se perguntando a si mesmo. "Que chance tenho?" Inclinou a cabeça, voltou-se e começou a se afastar.

Então ouviu os passos. Ouviu as batidas de sandálias. Alguém estava correndo. Ele não se voltou para olhar. É provavelmente um empregado vindo me afugentar ou meu irmão mais velho querendo saber o que estou fazendo de volta à sua propriedade. Começou a afastar-se.

Mas a voz que ouviu não era a voz de um empregado nem a voz do irmão; era a voz do pai.
- Filho!
- Pai?

Ele virou para abrir o portão, mas o pai já o tinha aberto. O filho olhou o pai parado na entrada. Lágrimas brilhavam em suas faces enquanto braços se estendiam do leste ao oeste convidando o filho a vir para casa.

- Pai, pequei... As palavras foram sufocadas enquanto o rapaz enterrava o rosto no ombro do pai.

Os dois choraram. Por uma eternidade, ficaram junto ao portão entrelaçados como se fossem um. As palavras eram desnecessárias. O arrependimento havia ocorrido, o perdão havia sido concedido.

O rapaz estava em casa.

Se existe uma cena nesta história que merece ser emoldurada, é a do pai com as mãos estendidas. Suas lágrimas comovem. Seu sorriso emociona. Mas suas mãos nos chamam ao lar. Imagine essas mãos. Dedos fortes. Palmas enrugadas com as marcas da vida. Abertas, estendidas como um largo portão, deixando a entrada como única opção.

Quando Jesus contou essa parábola do pai amoroso, pergunto-me, será que ele usou as mãos? Quando chegou a esse ponto na história, será que abriu os braços para ilustrar o que dizia?

Será que ele percebeu os pensamentos daqueles na audiência que estavam refletindo deste modo: "Eu jamais poderia ir para casa. Não depois da vida que tive"? Será que ele viu uma dona de casa olhar para o chão e um homem de negócios sacudir a cabeça como que a dizer: "Não posso começar de novo. Fiz uma embrulhada grande demais"? E será que ele abriu os braços mais ainda como que a dizer: "Sim. Pode, sim. Pode vir para casa"?

Se ele fez ou deixou de fazer isso aquele dia, não sei. Mas sei que o fez mais tarde. Ele estirou as mãos tanto quanto pôde. Forçou os braços a se abrirem tanto que doeu. E para provar que esses braços jamais se cruzariam e que essas mãos jamais se fechariam, ele fez com que fossem pregados abertos.

Ainda estão assim.

Essa história é popularmente atribuída a Harry Emerson Fosdick.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Dois pais, duas festas

Ontem à noite, levei a família à casa dos avós para comemorar o Dia de Ação de Graças. Depois de três horas, das seis que levaríamos durante toda a viagem, percebi que eu estava num laboratório teológico.

Um dia com o um carro cheio de crianças ensinará a você muito sobre Deus. Transportar a família de uma cidade para a outra é quase a mesma coisa que Deus nos transportar de nossa casa para a dele. E muitas das horas mais difíceis da vida acontecem quando o passageiro e o motorista discordam sobre o destino.

Uma viagem é uma viagem, seja o destino a mesa da refeição de ações de graças ou a mesa do céu. Ambas requerem paciência, um bom senso de direção e um motorista que saiba que a festa no fim da viagem vale a pena, apesar do sofrimento no meio do caminho.

O fato de que todos os meus viajantes tinham idade abaixo de sete anos, apenas contribuiu para enriquecer minha experiência de aprendizado.

Enquanto os minutos se transformavam em horas e nosso carro deslizava pelos montes, comecei a perceber que o que eu estava dizendo para minhas filhas possuía um tom familiar. Já havia escutado isso antes, e de Deus. De repente, o carro se transformou numa sala de aula. Percebi que eu estava fazendo, em poucos minutos, o que Deus fez durante séculos: encorajar aqueles viajantes que preferiam descansar, em vez de prosseguir a viagem.

Compartilhei a idéia com Denalyn e começamos a descobrir similaridades entre as duas viagens. Aqui estão algumas que notamos.

A fim de alcançar o destino, temos de dizer não aos pedidos.

Você pode imaginar o que aconteceria se um pai resolvesse atender cada pedido dos filhos durante uma viagem? Encheríamos nossa barriga com potes de sorvetes, um após o outro. Nossa prioridade seria pipocas e nosso itinerário mostraria um cardápio de comidas fast-food.

Vá para o Milk-Shake e vire à direita. Siga em frente até encontrar o Cheeseburguer. Siga em frente por mais 1.300 calorias e entre à esquerda na Pizza Gigante. Quando vir o Hot-Dog Especial, vire à esquerda na Coca-Cola e conte 5 lojas de conveniência. No sexto banheiro...

Pode imaginar o caos se um pai saciasse todos esses desejos?

Pode imaginar o caos se Deus resolvesse saciar todos os nossos desejos?

Não é uma palavra necessária para se levar numa viagem. O destino deve reinar sobre o Super Sundae Cremoso.

"Pois Deus não nos escolheu (ênfase minha) para sermos castigados, mas para sermos salvos por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.” [1]

Note o destino de Deus para a sua vida: salvação.

O principal desejo de Deus é que você alcance seu destino. Seu itinerário inclui paradas que encorajam sua jornada. Ele não se alegra com paradas que detêm você. Quando o plano supremo dele e o seu plano terreno entram em conflito, uma decisão precisa ser tomada. Quem está na liderança dessa viagem?

Se Deus deve escolher entre sua satisfação terrena e sua salvação divina, o que você esperaria que ele escolhesse?

Eu, também.

Quando estou no assento do motorista como pai das crianças, lembro-me de que sou o responsável. Mas quando estou no banco dos passageiros como um filho do meu Pai, eu me esqueço de que ele é o responsável. Esqueço que Deus está mais preocupado com meu destino do que com minha barriga (embora minha barriga não esteja tão ruim). E eu reclamo quando ele diz não.

Os pedidos que minhas filhas fizeram, ontem à noite, a caminho da casa da vovó, não eram maus. Não eram injustos, nem rebeldes. Na verdade, tomamos muito sorvete e refrigerante, mas a maioria dos pedidos era desnecessária.

Minha filha de quatro anos queria discutir sobre esse fato. Do ponto de vista dela, um outro refresco era indispensável para sua felicidade. Eu sei o que poderia acontecer, por isso disse não.

Um adulto de quarenta anos discutiria sobre o fato. Do seu ponto de vista, um novo chefe seria necessário para sua felicidade. Deus sabe o que poderia acontecer, por isso diz não.

Uma mulher de trinta anos discutiria sobre o fato. Do ponto de vista dela, aquele homem com aquela função e aquele nome era exatamente do que ela precisava para ser feliz. Seu Pai, que está mais preocupado com que ela chegue na Cidade dele do que no altar, diz:

— Espere mais alguns quilômetros. Há uma opção melhor mais a frente no caminho. — Esperar?! — ela protesta. Por quanto tempo tenho que esperar?

Isso nos leva à segunda similaridade entre as duas viagens.

Crianças não compreendem os conceitos de minutos e quilômetros.
— Estaremos lá em três horas eu disse.
— Quanto tempo é três horas? — perguntou Jenna. (Como você explica sobre horas para uma criança que nem sabe ler as horas?)
— Bem, dura aproximadamente como três episódios de Vila Sésamo — eu me arrisquei a explicar.
As crianças gritaram em uníssono:
— Três episódios de Vila Sésamo?! Isso vai durar para sempre!
E para elas duraram.
E para nós, também.

Aquele que "habita a eternidade"[2] -- colocou a si mesmo como cabeça de um grupo de viajantes que só murmuram: "Até quando, ó Deus, até quando?"[3]

Até quando vou ter de agüentar essa doença?

Até quando devo aturar meu cônjuge?

Até quando devo tolerar esse salário?

Você realmente quer que Deus responda? Ele poderia fazer isso. Ele poderia responder nos termos do aqui e agora, ou com a idéia de tempo que conhecemos:

— Mais dois anos agüentando essa enfermidade.
— Vai aturar o casamento para o resto da vida.
— As contas só acabarão daqui 10 anos.

Entretanto, Deus raramente faz isso. Sempre opta por medir o aqui e o agora com o e o então. E quando você compara essa vida com aquela vida, essa vida não dura.

"Como a sombra são os nossos dias na terra. "[4]
"À tua presença, o prazo da minha vida é nada."[5]
"Vocês são como neblina que aparece por um instante e logo desaparece. "[6]
"Quanto ao homem, os seus dias são como a relva; como a flor do campo, assim ela floresce; pois, soprando nela o vento, desaparece; e não conhecerá, daí em diante, o seu lugar. "[7]

— É uma viagem curta. — ofereci uma resposta melhor – Estamos quase lá.

Eu sei, pois já estive lá antes, já dirigi nessa estrada, já passei por esse território. Para mim, não é nenhum desafio. Ah, mas para as crianças, era uma eternidade.

Então, tentei uma outra abordagem:
— Pensem como será bom, — eu tentava melhorar — peru, molhos, torta... eu prometo a vocês que quando chegarmos lá, a viagem terá valido a pena.

Mas elas ainda resmungavam.

O que nos leva para a terceira similaridade.

Crianças não conseguem visualizar a recompensa.

Para mim, seis horas na estrada é um preço pequeno a pagar para comer o bolo de morango que minha mãe faz. Não me importo de dirigir porque sei o que é a recompensa. Tenho três décadas de ações de graças na barriga, literalmente. Enquanto eu dirigia, podia degustar o peru, ouvir as risadas à mesa, sentir a fumaça da lareira.

Podia suportar a viagem porque sabia o meu destino.

Minhas filhas tinham esquecido o destino. Além disso, elas eram jovens demais. As crianças esquecem facilmente. A estrada era estranha e a noite estava chegando. Elas não podiam ver para onde estávamos indo. Era a minha função, como pai, guiá-las.

Tentei ajudá-las a enxergar o que elas não estavam conseguindo ver.

Disse a elas como daríamos comida aos patos, como brincaríamos nos balanços, como elas passariam a noite com os primos. Falamos sobre dormir dentro daqueles sacos no chão e levantar tarde, uma vez que não tinham aula.

E parece que funcionou. Os murmurinhos diminuíram à medida que a visão delas se tornava mais clara, à medida que o destino se desdobrava.

Talvez foi assim que o apóstolo Paulo obteve motivação. Ele tinha uma visão bem clara da recompensa:

"Por isso nós não desanimamos. Pelo contrário, mesmo que o nosso corpo esteja envelhecendo, nosso ser interior vai se renovando dia a dia. Pois as nossas dificuldades são peque-nas e passageiras em comparação com a imensa e eterna glória que elas nos produzem. Nós não nos concentramos nas coisas que podemos ver, mas nas coisas que não podemos ver. Pois o que nós podemos ver é temporário, mas o que não podemos ver é eterno. "[8]

Não é fácil levar três crianças menores de sete anos para ver uma cidade que elas nunca viram. Mas é necessário.

Do mesmo jeito, não é fácil para nós vermos uma Cidade que nunca vimos antes, especialmente quando a estrada está ruim... a hora avançada... e os companheiros esperando para cancelar a viagem, parar e dormir em um hotel. Não é fácil fixar nossos olhos naquilo que é invisível. Mas é necessário.

Uma parte na passagem de 2 Coríntios, que acabamos de ler, me faz sorrir: "as nossas dificuldades são pequenas e passageiras".

Não teria considerado assim se eu fosse Paulo. Leia o que ele chamou de pequenas e passageiras, e acho que você vai concordar comigo:
• Estar preso;
• Ser açoitado cinco vezes;
• Encarar a morte;
• Ser fustigado com vara três vezes;
• Ser apedrejado;
• Naufragar três vezes;
• Ficar encalhado em alto mar;
• Ficar desprovido de casa;
• Estar em constante perigo;
• Ficar com fome e sede.[9]

Longos sofrimentos, talvez, aflições árduas e mortais, tudo bem. Mas, pequenas e passageiras dificuldades? Como Paulo descreve esses duros momentos intermináveis com essa expressão?

Ele nos conta o que podia ver: "imensa e eterna glória".

Posso falar francamente por alguns instantes?

Para alguns de vocês, a jornada tem sido longa. Muito longa e tempestuosa. Não M. jeito de minimizar as dificuldades que precisam encarar ao longo caminho. Alguns de vocês carregaram nas costas pesos que poucos de nós poderiam carregar. Despediram-se de velhos amigos, tiveram seus sonhos roubados, têm feito amizades que não podem suportar seu espírito, possuem cônjuges que não toleram sua fé, têm contas que passam muito além do seu ordenado e desafios maiores que suas forças.

Conclusão: você está cansado.

É muito difícil, para você, ver a Cidade em meio às tempestades. O desejo de virar para o acostamento da estrada e sair dela o agrada. Você deseja continuar, mas há dias em que a estrada parece tão longa...

Deixe-me encorajá-lo com um paralelo final entre a jornada da sua vida e aquela que minha família fez ontem à noite.

Vale a pena.

Enquanto eu escrevia, o jantar de Ação de Graças era finalizado. Minhas pernas estavam apoiadas na lareira e meu bloco de anotações, sobre elas.

Tinha a intenção de cochilar assim que terminasse o capítulo.

O peru havia sido atacado. Os restos mortais da pobre ave tinham sido devorados. A mesa estava limpa, as crianças dormiam e a família inteira estava feliz.

Enquanto sentávamos ao redor da mesa, ninguém comentou sobre a longa viagem até ali, ninguém mencionou os pedidos que não atendi, ninguém resmungou que meu pé continuara no acelerador, ao mesmo tempo que os coraçõezinhos estavam focalizados nos sorvetes.

Ninguém reclamou de chegar tarde.

Os desafios do dia anterior se dissiparam com a alegria daquele dia.

Era sobre isso que Paulo estava tentando explicar. Deus nunca disse que a jornada seria fácil, mas ele disse que a chegada valeria a pena.

Lembre-se disso: Deus pode não fazer o que desejamos, mas ele fará o que é correto... e melhor. Ele é o Pai do caminhar para frente. Confie nele. Ele o levará para casa, e os momentos difíceis da viagem se dissiparão com a alegria da festa.

Agora, se você me dá a licença, vou fechar meus olhos, pois estou um pouco cansado da viagem, e me parece muito bom descansar.

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segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Mulher Segundo o Coração de Deus


" E Débora, mulher profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele tempo".
Ela assentava-se debaixo das palmeiras de Débora, entre Ramá e Betel, nas montanhas de Efraim; e os filhos de Israel subiam a ela a juízo. E mandou chamar a Baraque, filho de Abinoão de Quedes de Naftali, e disse-lhe: Porventura o Senhor Deus de Israel não deu ordem, dizendo: Vai, e atrai gente ao monte Tabor, e toma contigo dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom; E atrairei a ti para o ribeiro de Quisom, a Sísera, capitão do exército de Jabim, com os seus carros, e com a sua multidão; e o darei na tua mão. Então lhe disse Baraque: Se fores comigo, irei; porém, se não fores comigo, não irei. E disse ela: Certamente irei contigo, porém não será tua a honra da jornada que empreenderes; pois à mão de uma mulher o Senhor venderá a Sísera. E Débora se levantou, e partiu com Baraque para Quedes " . ( Juizes 4, 2-8 ) Na ocasião em que estes acontecimentos ocorreram, o povo de Israel atravessava um momento muito difícil. Em virtude de suas falhas e descompromissos com Deus, tiveram a conseqüência de serem entregues nas mãos do inimigo, que neste caso era liderado por Jabim, rei de Canaã. O texto diz, no verso 3, que o povo estava sendo oprimido violentamente, então clamaram ao Senhor, ou seja, mais uma vez decidiram voltar-se a Deus, que tantas vezes os livrara com milagres e grandes prodígios.
Débora era juíza e também profetisa do Senhor, mulher a quem Deus usara poderosamente. Deus a instruiu para que chamasse a Baraque, que seria o homem que Deus usaria para dar vitória ao seu povo, porém, quando recebeu, através de Débora, o chamado para que fosse a batalha, Baraque lhe respondeu: Se fores comigo, irei; porém, se não fores comigo, não irei., Débora então lhe diz: Certamente irei contigo.
Se continuarmos acompanhando o decorrer do texto, notaremos que Débora acompanha Baraque e o Senhor garante a vitória a seu povo.
Mas por que será que Baraque só se dispõe a ir se Débora acompanhasse ? Não seria covardia de sua parte recusar ir a batalha sem a companhia de Débora, mesmo sendo ela uma mulher ?
Certamente estas são perguntas que surgem quando lemos este texto, porém existem respostas a elas. Débora, assim como outros profetas homens, tinha grande importância para o reino, certamente esta era uma mulher muito admirada, não pelos seus dotes físicos, inteligência ou riqueza, mas pela presença do Senhor em sua vida, que a colocava em posição de evidência; Baraque sabia disto e foi exatamente este o motivo que o levou a querer sua presença. Baraque sabia que Débora não lutaria com nenhum dos adversários, mas ele sabia também que aquele que estava com ela poderia derrotar qualquer exército e que a sua " simples " presença transmitiria a segurança que nem mesmo um exercito de um bilhão de homens dariam.
Débora certamente foi uma mulher muito falada, aliás, bem falada por sinal, infelizmente, hoje pouco vemos e ouvimos sobre mulheres assim, você, assim como eu, sabe que muitas mulheres, principalmente as que vemos na mídia, ganham notoriedade por representarem aquilo que está na cabeça de muitos homens, ao invés de fazerem o que está no coração de Deus.
Deus me levou a escrever a fim de dizer que mulher também pode ser usada por Deus. A bíblia diz que Deus sonda o coração, não o sexo. Se você é mulher, saiba que Deus te ama da mesma maneira que ama os homens e espera que você tenha um compromisso genuíno com ele. Ele tem interesse na sua realização e entende aquilo que só as mulheres pensam e sentem, contudo está mais interessado na sua salvação e naquilo que Ele pode torna-la.
Notamos que muitas vezes a bíblia refere-se ao ser humano ( homem e mulher ) como homem mas não diz que os do sexo masculino são mais ou menos queridos. Compreendo que em alguns casos pode até existir, na sociedade, uma certa ênfase na pessoa do homem, porém Deus não ama mais a um do que a outro, nem mesmo fez mandamentos diferentes, antes, usa e abençoa a qualquer um que o busca verdadeiramente.
Para se tornar um vaso nas mãos de Deus não é necessário a aprovação de fulano ou ciclano, basta ter um compromisso real e sincero com Deus - independente do sexo. Se, por acaso, uma porta se fecha aqui, Deus abre muitas outras ali, porque sua obra não pode parar pois grande é a ceara e poucos são os ceifeiros. Busque a Deus e descubra que além de uma boa esposa e mãe, você pode ser uma ótima serva do Senhor. Aceitando seus defeitos e qualidades
Porque as mulheres devem aceitar-se A pessoa somente consegue estar em paz consigo mesma, quando está contente com aquilo que tem e é. Somos pessoas com defeitos e qualidades, não há ninguém perfeito neste mundo, mas precisamos estar cientes de nossas qualidades e defeitos, nos aceitarmos como somos, para que possamos trabalhar nossas potencialidades e dificuldades, nos tornando cada vez melhores na presença do Senhor. Deus demonstrou um amor imenso pela sua criação, veja: “Pois, quando ainda éramos fracos, Cristo morreu há seu tempo pelos ímpios (Rm 5.6)”. Uma mulher torna-se filha do Rei através do novo nascimento, ao aceitar Jesus Cristo como seu único salvador, tendo seu velho eu crucificado, tornando-se nova criatura: “Sabendo isto, que o nosso homem velho foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado fosse desfeito, a fim de não servirmos mais ao pecado. Pois quem está morto está justificado do pecado. Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos (Rm 6.6-8)”. Veja o que Paulo diz sobre isso: “Pois o que faço, não o entendo; porque o que quero, isso não é prático; mas o que aborreço, isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. Agora, porém, não sou mais eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum. Com efeito, o querer o bem está em mim, mas o efetuá-lo não está. Pois não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse pratico. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim, que, mesmo querendo eu fazer o bem, o mal está comigo (Rm 7.15-21)”. A nova filha do Rei tem agora duas residências, uma no céu e outra na Terra. Antes de aceitar a Cristo ela não tinha escolha, deveria vestir o melhor possível o seu velho eu, com as roupas que o mundo ditava, tornando-se o mais apresentável possível. Algumas mulheres vivem dizendo “se eu fosse mais alta, mais magra, mais rica”, etc, mas isso tudo são atributos exteriores. Antes de preocupar-se com o mundo exterior deveria ver o que ela tem de melhor para oferecer a Deus e ao seu próximo, parando de buscar no outro a razão de sua infelicidade, ou do mundo externo a alegria do seu viver, pois com certeza não estará lá, somos seres únicos para Deus. “Pois, se alguém pensa ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo. Mas prove cada um a sua própria obra, e então terá motivo de glória somente em si mesmo, e não em outrem; porque cada qual levará o seu próprio fardo. (...) Não vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará. (Gl 6.3-5,7)”. A própria Bíblia é bem clara em dizer que somos os responsáveis por aquilo que nos acontece, nisso está incluído o livre arbítrio que Deus nos deu, então não adianta culpar os outros ou mesmo o inimigo por aquilo que nos acontece. Não que eu queria levar para uma teoria Deísta, onde Deus tenha criado as regras e apenas esteja regendo o universo, mas a Bíblia fala para não darmos lugar ao inimigo (Ef 4.27) e que aquele que é de Deus o maligno não o toca (Sl 91). Então não adianta culpar os outros pelos nossos fracassos ou derrotas, devemos descobrir as falhas em nós mesmos a fim de nos tornarmos seres humanos melhores a cada dia: “Não julgueis, para que não sejais julgados (Mt 7.1)” “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice (I Co 11.28).” Deus deu a cada ser humano um dom, que devemos utilizá-lo para descobrir a nossa missão, a nossa vocação e chamado. Esta deve ser a característica da serva do Senhor, não ficar se comparando aos demais: “pois não ousamos contar-nos, ou comparar-nos com alguns, que se louvam a si mesmos; mas estes, medindo-se consigo mesmos e comparando-se consigo mesmos, estão sem entendimento (II Co 10.12)”. Devemos ser imitadoras de Cristo, andando nos ensinamentos que Ele nos deixou: “Sede pois imitadores de Deus, como filhos amados (Ef 5.1)”. Pois a maior necessidade da mulher de Deus, deve estar na máxima proximidade de um relacionamento vital com o Senhor. “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes com temor, mas recebestes o espírito de adoção, pelo qual clamamos: Aba, Pai! O Espírito mesmo testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus (Rm 8.15-16)” Deus vê de outra forma a partir do novo nascimento: “A filha do rei está esplendente lá dentro do palácio; as suas vestes são entretecidas de ouro. Em vestidos de cores brilhantes será conduzida ao rei; as virgens, suas companheiras que a seguem, serão trazidas à tua presença. Com alegria e regozijo serão trazidas; elas entrarão no palácio do rei (Sl 45.13-15)”. Então mesmo que você não seja tão alta quanto gostaria, tão magra quanto deseja, não tenha o nariz ou a cor dos olhos da forma ou cor que sonha, você é muito especial para Deus, foi Ele que te criou para ser exatamente desta forma. E este Pai bondoso ainda nos deu o mesmo livre arbítrio, para que focalizando a si mesma através do seu Evangelho, possa enxergar a si mesma, perdoar os erros que cometeu contra si própria, aceitando as coisas que não pode mudar e melhorando aquilo que pode. Acima de tudo, renunciando a qualquer crença sobre si mesma que não esteja de acordo com as Sagradas Escrituras, ciente de que é protagonista de seu futuro, através do seu presente, sendo auxiliada por um Deus que tudo pode. Pois enquanto não reconhecer a sua nova identidade como Cristã, fatalmente ainda estará sujeita ao seu velho eu pecaminoso e imaturo, estando sujeita as modas e determinações deste mundo. Enquanto que tendo seu velho eu sobre controle, não necessitará que outras pessoas lhe digam o que você é, lhe dêem aprovação ou aceitação, alem de obter uma consciência de sua verdadeira integridade e identidade, estando sujeita a criticas destrutivas ou outras ameaças do inimigo para afastá-la de Deus, você permanecerá consciente de que é uma Serva do Senhor, com características únicas e o mal não te atingirá. Que Deus possa revelar a ti o que mais colocou de especial em seu ser, dando-lhe forças para enfrentar qualquer situação, construindo um futuro cada vez melhor para você. Casar é o sonho de toda mulher

Casar é o grande sonho de toda mulher! Começamos muito cedo a idealizar nossa vida de casada, nas brincadeiras de casinha,éramos verdadeiras donas de casa, cuidávamos do nossos maridos imaginário fazendo deliciosos bolos de barro na qual eles sempre gostavam. Éramos mãe de pelo menos 3 filhos, ( nunca dava para escolher só uma boneca para brincar ) , fazíamos questão de arrumar a casinha e enfeita-la com flores colhidas fresquinhas do quintal de casa, tudo na maior perfeição e em algumas vezes trabalhávamos fora, talvez como professora ( qual menina nunca quis ser professora?) , e mesmo assim conseguíamos dar conta de tudo . Incrível não? Desde criança em nossa pequena cabecinha, nos organizavamos e já tinhamos noção da principal função do casamento "servir". O que acontece , é que quando crescemos esquecemos das gostosas brincadeiras de casinha e então passamos horas enfrente ao msn, orkut, sala de bate papo, interagindo com pessoas a procura do grande amor de nossa vida, ou ainda, se já temos esse amor esquecemos de tudo e só nos importamos em viver esse avassalador " amor". Então, depois de descobrimos o suposto homem de nossas vidas e totalmente tomadas por esse sentimento tão gostoso, começamos a viver amor, respirarmos amor, comermos amor, falarmos de amor, porém não nos preparamos e nos treinamos para que esse amor seja real. Não estou dizendo que ser uma mulher apaixonada e romântica seja ruim mas deverá sempre existir um equilíbrio e principalmente alguns princípios que irão desenvolver em você maturidade para tornar seu sonho em realidade. "Se você sonha em casar , a primeira coisa que deve aprender é a servir !" O principio básico de um casamento é aprender a servir, e servir para algumas mulheres se tornou algo totalmente intediante. Hoje estamos em um século na qual as mulheres lutou tanto para terem direitos iguais com os homens e acabou querendo assumir o próprio papel do cabeça do lar . Cozinhar, passar, cuidar do marido, preparar um bom jantar, ter tempo com os filhos, limpar a casa, enfim servir ao seu lar tornou-se simplesmente segundo plano e a carreira profissional, a estética, o lazer ocuparam esse lugar.
Não acho que seja mal uma mulher ter um ótimo trabalho, com seu corpo em forma, e que cuide de sua aparência , mas na realidade acho muito melhor, muito admirável e a perfeita demonstração de amor aquela mulher que além de todas essas qualidades, consegue conciliar uma vida de servir bem ao seu lar ! É mediante a todo esse contexto que as mulheres solteiras, devem primeiramente saber se estão realmente prontas para casar ...afinal uma mulher virtuosa e comprometida com seu lar vive uma vida de intensa dedicação, e isso talvez não seja tão fácil quanto pareça . "Comece a servir a sua casa !" Você pensa então que poderá servir somente depois de casar ? Não! Aperfeiçoe isso para a sua vida, comece a servir dentro da sua própria casa. Pratique em como ser uma boa mulher primeiramente com seus pais.
Servir nossos pais talvez seja uma tarefa muito dificíl não é mesmo? Mas como poderá servir seu marido de você não servir a sua casa primeiro?
Por isso desenvolva hábitos saudáveis para sua vida, dedicando-se um tempo em seu próprio lar, ocupando-se em aprender com seus pais, seus irmãos principios fundamentais de como ser uma boa dona de casa, que no futuro serão de extrema importância para um casamento bem sucedido. " Plantas que dão semente de acordo com sua espécies, e arvores cujos frutos produzem sementes de acordo com sua espécie " ( Gênesis 1:12) Seria possível uma figueira produzir maçã? Claro que não !!! Seria possível uma menina que toda a sua vida de solteiro somente preocupou-se em satisfazer sua vontade e agradar a si próprio após a casar começar a servir ? Claro que não ! Primeiramente porque não é uma atitude de sua natureza, e seria muito difícil, essa mudança poderia trazer sofrimento, e frustração em seu próprio casamento. Porém se desenvolver frutos e princípios de uma boa mulher do lar, pronta a servir, a escutar, a ajudar ainda que seja solteira, quando realmente chegar o tempo de casar, simplesmente estará preparada , para iniciar um dos ministérios mais lindo chamado "casamento" na qual o seu papel é fundamental e seu amor e sabedoria a essência para que ele de desenvolva e dê bons frutos, e então se lembrará que tudo isso aconteceu por causa de uma semente que você plantou ainda quando era solteira e a regou simplesmente servindo aos outros.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Teste rápido para medir o nível de farisaísmo (só para evangélicos)

1. Quando toma conhecimento do pecado de um irmão, você:
a. Fica com nojo dele(a);
b. Fica ansioso(a) para espalhar a notícia;
c. Vai correndo entregar ao pastor;
d. Glorifica a Deus por que não foi você que pecou;
e. Nenhuma resposta acima.


2. Quando, por acaso, você conversa com um irmão:
a. Tenta convencê-lo de quanto você é espiritual;
b. Tenta convencê-lo de quanto ele é carnal;
c. Tenta contar como Deus te usou no último culto;
d. Tenta fazê-lo entender que a sua igreja tem mais poder que a dele;
e. Nenhuma resposta acima.


3. Quando lhe dão a oportunidade num culto, você:
a. Muda o tom da voz quando vai se apresentar, fica mais espiritual;
b. Saúda somente os santos com a “Paz do Senhor”;
c. Prega ou ensina sobre usos e costumes e sobre como o crente deve andar;
d. Fala logo em línguas estranhas, para impressionar a platéia;
e. Nenhuma resposta acima.


4. Quando passa por grandes tribulações, você:
a. Acredita que é por causa de algum pecado cometido;
b. Pensa que Deus não te ama;
c. Pergunta ao Senhor quanto é para ser curado;
d. Pergunta ao Senhor por que ele está zangado;
e. Nenhuma resposta acima.


5. Quando você peca:
a. Impossível! Sou nova criatura! Eu não peco nunca!
b. Não admito confessar, tenho medo do que vão pensar de mim!
c. Entrego logo a carteirinha de membro.
d. Aguardo, com certa ansiedade, a “mão de Deus” pesar sobre mim!
e. Nenhuma resposta acima.


6. Você crê que:
a. A salvação é pela graça, mas tenho que pagar o preço;
b. A salvação é pela graça, mas ser crente é difícil demais;
c. A salvação é pela graça, mas tenho que guardar a lei de Deus;
d. A salvação é pela graça, mas preciso fazer por onde entrar no céu;
e. Nenhuma resposta acima.


As letras A, B, C, D valem, cada uma, 2 pontos. A letra E vale "zero" pontos. Some e veja o nível de farisaísmo, abaixo:
1. De 2 a 4 pontos, você é um fariseu moderado;

2. De 6 a 8 pontos, você é fariseu;

3. Acima de 10 pontos você é aspirante ao Sinédrio.

4. Zero pontos: graças a Deus, você é crente mesmo!

Pr. Geraldo Magela

sábado, 16 de agosto de 2008

E DEUS CRIOU A MÚSICA

A música faz parte da criação de Deus. Acerca de tudo o que Deus fez, ele mesmo verificou que era muito bom. Portanto a música tem um papel especial no cumprimento do plano de Deus. A música, criação de Deus, carrega o propósito e intenção do Seu coração.

Nas Escrituras temos vários textos que ilustram o uso da música através dos tempos. Em Êxodo 15, Moisés canta ao Senhor por ocasião da libertação experimentada pelos israelitas: "Cantarei ao Senhor, porque triunfou gloriosamente...". Débora e Baraque também cantaram quando os filhos de Israel venceram o rei de Canaã (Juizes 5).
Davi, sem dúvida, foi a pessoa que melhor assimilou o sentido da música na sua relação com Deus. Como rei, ele instituiu turnos de cantores e também contribuiu com boa parte dos salmos, o hinário do povo judeu ao escrever 73 dos 150 totalizados na Bíblia.
Com música, Zacarias, pai de João Batista, profetizou o surgimento da "Salvação poderosa na casa de Davi..."- (Lucas 1:67-69).
A Bíblia nos leva a admitir, como bem disse Johan Sebastian Bach, um dos maiores autores que a humanidade já conheceu que "a música tem por finalidade glorificar a Deus e cumprir seus propósitos" (citação livre de J.S.Bach).
Deus tinha um propósito a cumprir por meio de Israel: enviar aquele que ia salvar "...o seu povo dos pecados"- Mateus 1:21. Tanto Davi como Zacarias profetizaram esse evento histórico, e isso através da música!
Davi afirmou:"...E me pôs nos lábios um novo cântico, um hino de louvor ao nosso Deus..."-Salmos 40:1-3, logo após experimentar o livramento de Deus. Em Efésios 1:9-10, lemos:" Desvendando-nos o ministério da Sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir Nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra".
Na Sua morte, Cristo reconciliou com Deus todas as coisas. É Deus, na sua graça, que coloca em nossos lábios uma nova música que expressa a melhor experiência que alguém pode ter: a nova vida em Cristo. Desta forma, como no princípio, o nome de Deus é homenageado por pessoas que agora, em Cristo, são novas criaturas (II Coríntios 5:17). Tudo se fez novo, inclusive a música:
" Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas; eis que faço coisa nova, que está saindo à luz; porventura não o percebereis? Eis que porei um caminho no deserto, e rios no ermo. Os animais do campo me glorificarão, os chacais e os filhotes de avestruzes; porque porei águas no deserto, e rios nos ermos, para dar de beber ao meu povo, ao meu escolhido, ao povo que formei para mim, para celebrar o meu louvor".- Isaías 43:18-21
Deus te abençoe!


Autor: Adhemar de Campos

domingo, 10 de agosto de 2008

Mudando a história de minha vida


Deus que mudar a história da minha vida! Ele vai marcar a minha vida!

Temos que marcar a nossa geração, fazer a diferença!!!

II Cr. 28:1-5, 22-27 Rei Acaz: “ ...não fez o que era reto perante o Senhor...” (vs.1)

- idólatra (vs.2);

- ofereceu seus filhos em sacrifícios aos deuses (vs.3);

- buscou auxílio de outros deuses no tempo de angústia (vs.23);

- fechou as portas da casa do Senhor (vs.24);

- Era um rei ruim, terrível, iníquo, soberbo e orgulhoso.

- Resultados de seu pecado – O Senhor humilhou Judá por causa de Acaz (vs.19) Na sua morte não foi enterrado junto com os reis de Israel e até hoje é lembrado nos livros de história dos reis de Judá e de Israel como um rei que marcou sua geração de maneira negativa e ruim (vs.26).

Depois da morte do rei Acaz, Ezequias, seu filho, reinou em seu lugar (vs.27). Quando Ezequias assumiu o lugar de seu pai, observamos 3 possibilidades que ele tinha:

A)Fazer as coisas igual ao seu pai

Conhecemos esses ditados: “Tal pai, tal filho”, “filho de peixe, peixinho é”. Isto acontece porque os pais são referências para os filhos. Muitos crescem como filhos marcados por erros que seus pais cometeram, muitos foram rejeitados, agredidos, estuprados, espancados, receberam palavras que produziram complexos e derrota, e etc. Como conseqüência, quando os filhos crescem, ou se tornam iguais aos seus pais, ou desejam ser diferentes deles.

B)Ser omisso

Restaurar problema dá trabalho!!! Os problemas precisam ser tratados! Muitos não querem tocar na “ferida”. Não podemos “maquiar” ou por “uma pedra em cima” do problema. Para sermos curados e restaurados precisamos tratar os problemas de frente, só assim seremos restaurados.

C)Mudar a história da sua vida – Como posso mudar a história da minha vida?

II Cr. 29

1) Olhando os bons exemplos! – “Fez ele o que era reto perante o Senhor, segundo tudo quanto fizera Davi, seu pai” (vs.1-2)

- Existem os maus exemplos, mas existem os bons exemplos pelos quais devemos seguir (Sl.1; Pv.1:10; I Co.15:33; II Co 6:14-18).

- significado de ímpio: ím – não, pio - santos

- Precisamos deixar de andar com maledicentes, fofoqueiros, murmuradores, criadores de contenda, etc, para andarmos com homens de Deus.

2) Fazendo mudanças hoje, agora! – “No primeiro ano do seu reinado, no primeiro mês...” (vs.3)

- Não podemos adiar! Precisamos fazer hoje o que precisa ser feito. Deus trabalha com pessoas que tomam decisões!

- Enfrente o problema, não fuja e o Senhor te concederá graça!

- Deus quer nos restaurar, mas precisamos dar um passo em fé.

- Restauração: Devolver ao estado original com melhores condições.

3) Abrindo as portas do nosso coração para que Deus as repare! – “...Abriu as portas da casa do Senhor e as reparou” (vs.3)

- “...Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo...” – Ap. 3:19-22



- Devemos permitir que o Senhor nos cure, nos limpe e nos restaure.

4) Não me envergonhando de quem sou! – “Trouxe os sacerdotes e os levitas, ajuntou-os na praça oriental e lhes disse...” (vs.4-5)

- Não podemos nos esconder, temos que assumir quem somos na frente de todos. “Não se pode esconder uma cidade edificada sobre os montes”.

- Ou somos de Deus e assumimos a nossa posição em Cristo, ou somos do diabo! Que o nosso estilo de vida fale mais alto que as palavras!!!

5) Fazendo aliança com o Senhor! – “...estou resolvido a fazer aliança com o Senhor...” (vs.10)

- Sou 100% do Senhor e tudo o que tenho pertence a Ele. Não troco o Senhor por nada! Posso perder tudo, dinheiro, carro, saúde, etc, mas não posso perder Sua Presença!

- Faço a vontade do Senhor porque tenho uma aliança com Ele, e sei que esta vontade é boa, perfeita e agradável para minha vida. Ou faço a vontade de Deus, ou do diabo – “ninguém pode servir a dois senhores”.

- Esta aliança deve ser vertical e horizontal, ou seja, ela se estende a minha família, a igreja, aos líderes, pastores e aos meus irmãos.

- A aliança se mede pelo serviço. Precisamos demonstrar a aliança que temos com Deus e com os irmãos sendo verdadeiros servos!

6) Sendo um adorador! – “...prostraram-se e adoraram” (vs.27-29)

- O Pai está buscando os verdadeiro adoradores! (Jo 4:22-24)

- Precisamos aprender a descer do nosso pedestal de orgulho para adorarmos verdadeiramente o nosso Deus!!! Deixemos os conceitos humanos e o orgulho de lado e adoremos verdadeiramente ao Senhor.

- Quando me prostro, em outras palavras estou dizendo: “me dobro diante daquele que é o Senhor da minha vida”.

Resultados da fidelidade do rei Ezequias: Houve perdão, restauração, alegria, benção, prosperidade e o triunfo sobre os inimigos (cap.29-32). Na sua morte, todo o Judá e Jerusalém lhe prestaram honras (cap.32:33). Ezequias foi alguém que marcou a sua geração de maneira positiva porque foi um rei bom, reto e verdadeiro perante o Senhor (cap.31:20).

Deus abençoe a todos
Ronaldo Bezerra
http://www.ronaldobezerra.com.br

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Conservar-se firme na presença de Deus

Texto base - Atos 17: 10-12: "E logo, durante a noite, os irmãos enviaram Paulo e Silas para Beréia; ali chegados, dirigiram-se à sinagoga dos judeus. Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim. Com isso, muitos deles creram, mulheres gregas de alta posição e não poucos homens."

• Receberam - Gg- dechomai - receber favoravelmente, dar ouvidos a, abraçar, tornar próprio de alguém, aprovar e não rejeitar, aprender, levar sobre si mesmo, agarrar, daquele que quando pega não larga, alcançar, lutar para obter...

• Avidez - sig. português - desejo ardente. Gg - prothumia - zelo, vida, entusiasmo, inclinação, disposição de mente, prontidão, voluntariedade.

• Examinando - Gg -anakrino - examinar ou julgar, investigar, verificar, analisar cuidadosamente, questionar.

• Todos os dias - constância.

A maneira como recebemos a palavra, ou seja, a disposição de coração e mente pode fazer uma grande diferença no resultado final. E uma outra característica que percebemos no texto está relacionada à constância. Lc 8:15

Algumas atitudes que nos ajudam a permanecer e crescer em Deus.

1. Ouvir e praticar a palavra - Mt 7:24; Jo 3:21;

2. Meditar na palavra - Sl 119:97; Js 1:8; Sl 1:2;

3. Guardar a palavra - Sl 119:11; Jo 14:21; Cl 3:16;

4. Vigiar e orar - Mc 14:38;

5. Buscar e pensar nas coisas do alto - Cl 3:1-2;

6. Ter sempre fome e sede de Deus - Mt 5:6; Lc 6:21;

7. Ter equilíbrio entre o conhecimento e o poder - Mt 22:29;

E com certeza buscar ser cheio do Espírito Santo (Ef 5:18-21), louvando, adorando, e perseverando em seu relacionamento com Deus.

Que Deus nos abençoe
Christie Tristão
http://www.vidanovamusic.com