domingo, 26 de outubro de 2008

Buscando a Vontade de Deus


Uma das perguntas mais freqüentes que ouvimos é “Como é que eu posso saber a vontade de Deus sobre ...”. Às vezes é uma questão de relacionamentos (namorar com esse, ou não; casar com aquele, ou não). Outras vezes a dúvida é em relação a emprego, mudança de cidade, escolha de carreira, etc. Às vezes tem-se bastante tempo para buscar a resposta. Outras vezes a resposta precisa ser encontrada numa questão de horas.

Seja qual for sua situação, há algumas dicas que podem ajudar. Vários anos atrás, perguntei a um homem de Deus como tomar uma decisão de entrar num seminário para me preparar para servir num ministério. Ele deu as seguintes dicas. Eu as elaborei um pouco mais com passagens bíblicas que mostram que há um fundamento para todas elas. Há apenas cinco. Eu as coloco aqui na esperança de que, havendo necessidade, possam lhe ajudar. Que Deus seja sempre seu guia.

1. Oração
Tiago 1:5-6 Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida. Peça-a, porém, com fé, sem duvidar, pois aquele que duvida é semelhante à onda do mar, levada e agitada pelo vento.

Deus promete dar sabedoria e discernimento a todos que pedem. Precisamos pedir a Deus. Precisamos pedir com fé. Antigamente eu orava muito quando precisava de uma resposta ou ajuda, e muito pouco quando estava tudo bem. Precisamos nos habituar a orar constantemente a Deus, para conhecê-Lo melhor. Quanto mais nós O conhecemos, melhor entenderemos a Sua vontade.

Parte da maneira como Deus se revela para nós não é apenas através de respostas momentâneas, mas, através de um contato prolongado e profundo. Procure melhorar seu relacionamento com Deus em oração e, surpreendentemente, você verá que as respostas dEle às suas dúvidas virão de forma cada vez mais tranqüila e natural.

2. A Palavra
Rom 12:1-2 “transformai-vos pela renovação da vossa mente”

Nossas mentes tendem a fazer decisões baseadas em modelos de pensamento, e valores anteriores à nossa conversão, ou seja em valores do mundo. Esses valores podem nos levar a decisões erradas. Só a mente renovada pela palavra de Deus pode fazer boas decisões.

Podemos procurar passagens que ensinam sobre a nossa dúvida quanto à vontade de Deus, ou passagens que nos dão princípios bíblicos para nos guiar. Em tudo, precisamos estar orando para Deus nos orientar.

3. A orientação do Espírito Santo
Salmos 143:10 “Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus, que o teu bondoso Espírito me conduza por terreno plano.

O Cristão tem o Espírito Santo como guia. Precisamos pedir a ajuda dEle. Ele provavelmente não falará em meu ouvido. Mas ele tocará em meu coração e operará em minha mente para me ajudar a conhecer a vontade de Deus.

4. Buscando Conselhos de Cristãos maduros
Prov. 12:15; (15:14; 18:15; 20:18) “O caminho do insensato aos seus próprios olhos parece reto, mas o sábio dá ouvidos aos conselhos.”

Em 1 Reis 12, Roboão, um dos filhos de Salomão, um dos homens mais sábios da Bíblia, ao em vez de escutar os conselhos dos anciãos de Israel, escutou seus jovens amigos, e assim dividiu ao povo de Israel. É mais sábio procurar uma pessoa com experiência e bom exemplo na vida Cristã. Este homem ou esta mulher geralmente terá melhores condições de nos indicar qual seria a vontade de Deus.

Você conhece algumas pessoas em cujas vidas você vê Jesus? Procure os conselhos destas pessoas. Novamente, ao invés de esperar para a hora decisiva, é melhor começar a desenvolver estas amizades bem antes. Assim, teremos mais confiança na orientação desses irmãos mais maduros.

5. Portas abertas
Atos 16:6-7 “E, percorrendo a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na Ásia, defrontando Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o permitiu.”

Paulo queria ir para a Ásia. Deus tinha outros planos. Deus fechou portas no caminho de Paulo. Paulo acabou indo a Filipos, onde uma igreja importante foi fundada.

Deus quer nos mostrar o caminho. Só Ele pode nos mostrar a direção certa. Salmos 25:4-5 “Faze-me, SENHOR, conhecer os teus caminhos, ensina-me as tuas veredas. Guia-me na tua verdade e ensina-me, pois tu és o Deus da minha salvação, em quem eu espero todo o dia.”

Se você quer seguir algum caminho, namorar ou casar com uma determinada pessoa, ou alcançar algum objetivo, se isto for a vontade de Deus, as portas vão abrir. Se não for, você pode forçá-las, mas pode depois vir a se arrepender devido ao que encontrar do outro lado daquelas portas. Esteja sempre atento para a vontade de Deus e para as portas abrindo ou fechando de acordo com Sua vontade.

E, lembre-se, é mais fácil saber o que uma outra pessoa realmente quer quando você conhece bem aquela pessoa. Certamente Deus irá revelar a vontade dEle para nós. Mas, quanto mais O conhecermos, mais claramente entenderemos e ouviremos Sua vontade. Por isso é bom desde já buscar conhecer cada vez mais a Deus. Deus te abençoe.

Para mais estudos e mensagens de Dennis Downing

sábado, 18 de outubro de 2008

A menina e a maçã


Naquela manhã o céu estava sombrio, enquanto esperávamos ansiosamente. Todos os homens, mulheres e crianças do gueto judeu de Piotrkow na Polônia foram arrebanhados em uma praça.

Espalhou-se a notícia de que estávamos sendo removidos. Meu pai havia falecido recentemente de tifo, que se alastrara através do gueto abarrotado. Meu maior medo era que nossa família fosse separada.

"O que quer que aconteça," Isidore, meu irmão mais velho, murmurou para mim, "não lhes diga a sua idade. Diga que tem dezesseis anos".

Eu era bem alto, para um menino de 11 anos, e assim poderia ser confundido. Desse jeito eu poderia ser considerado valioso como um trabalhador.

Um homem da SS aproximou-se, botas estalando nas pedras grossas do piso. Olhou-me de cima a baixo e perguntou minha idade.

"Dezesseis", eu disse. Ele mandou-me ir à esquerda, onde já estavam meus três irmãos e outros jovens saudáveis.

Minha mãe foi levada para a direita com outras mulheres, crianças, doentes e velhos.

Murmurei para Isidore, "Por quê?"

Ele não respondeu.

Corri para o lado da minha mãe e disse que queria ficar com ela.

"Não," ela disse com firmeza.

"Vá embora. Não me aborreça. Vá com seus irmãos".

Ela nunca havia falado tão asperamente antes. Mas eu entendi: ela estava me protegendo. Ela me amava tanto que, apenas esta única vez, ela fingiu não fazê-lo. Foi a última vez que a vi.

Meus irmãos e eu fomos transportados em um vagão de gado até a Alemanha.

Chegamos ao campo de concentração de Buchenwald numa noite, semanas após, e fomos conduzidos a uma barraca lotada. No dia seguinte recebemos uniformes e números de identificação.

"Não me chamem mais de Herman", eu disse aos meus irmãos. "Chamem-me 94938".

Colocaram-me para trabalhar no crematório do campo, carregando os mortos em um elevador manual.

Eu também me sentia como morto. Insensibilizado, eu me tornara um número.

Logo meus irmãos e eu fomos mandados para Schlieben, um dos sub-campos de Buchenwald, perto de Berlim.

Numa manhã eu pensei que ouvi a voz de minha mãe.

"Filho" ela disse suave mas claramente, "Vou mandar-lhe um anjo".

Então eu acordei. Apenas um sonho! Um lindo sonho!

Mas nesse lugar não poderia haver anjos. Havia apenas trabalho. E fome. E medo.

Poucos dias depois, estava caminhando pelo campo, pelas barracas, perto da cerca de arame farpado, onde os guardas não podiam enxergar facilmente. Estava sozinho.

Do outro lado da cerca, eu observei alguém: uma pequena menina com suaves, quase luminosos cachinhos. Ela estava meio escondida atrás de uma bétula.

Dei uma olhada em volta, para certificar-me de que ninguém me viu. Chamei-a suavemente em Alemão. "Você tem algo para comer?"

Ela não entendeu.

Aproximei-me mais da cerca e repeti a pergunta em Polonês. Ela se aproximou. Eu estava magro e raquítico, com farrapos envolvendo meus pés, mas a menina parecia não ter medo. Em seus olhos eu vi vida.

Ela sacou uma maçã do seu casaco de lã e a jogou sobre a cerca.

Agarrei a fruta e, assim que comecei a fugir, ouvi-a dizer debilmente, ""Virei vê-lo amanhã".

Voltei para o mesmo local, na cerca, na mesma hora, todos os dias. Ela estava sempre lá, com algo para eu comer - um naco de pão ou, melhor ainda, uma maçã.

Nós não ousávamos falar ou demorarmos. Sermos pegos significaria morte para nós dois.

Não sabia nada sobre ela, que parecia uma menina de fazenda, exceto pelo fato dela entender Polonês. Qual era o seu nome? Por que ela estava arriscando sua vida por mim?"

A esperança estava naquele pequeno suprimento, e essa menina do outro lado da cerca trouxe-me um pouco, como que nutrindo dessa forma, tal como o pão e as maçãs.

Cerca de sete meses após, meus irmãos e eu fomos abarrotados num vagão de carvão e enviados para o campo de Theresiensatdt, na Tchecoeslováquia.

"Não volte", eu disse para a menina naquele dia. "Estamos partindo".

Voltei-me em direção às barracas e não olhei para trás, nem mesmo disse adeus para a pequena menina, cujo nome eu nunca soube, a menina das maçãs.

Permanecemos em Theresienstadt por três meses. A guerra estava diminuindo e as forças aliadas se aproximando, muito embora meu destino parecesse estar selado.

No dia 10 de maio de 1945 eu estava destinado a morrer na câmara de gás, às 10:00 horas.

No silencioso crepúsculo, tentei me preparar. Tantas vezes a morte parecera pronta para me receber, mas de alguma forma eu havia sobrevivido. Agora, tudo estava acabado.

Pensei nos meus pais. Ao menos, pensei, nós estaremos nos reunindo.

Mas, às 08:00 horas ocorreu uma comoção. Ouvi gritos, e vi pessoas correndo em todas as direções através do campo. Juntei-me aos meus irmãos.

Tropas russas haviam liberado o campo! Os portões foram abertos. Todos estavam correndo, então eu corri também. Surpreendentemente, todos os meus irmãos haviam sobrevivido.

Não tenho certeza como, mas sabia que aquela menina com as maçãs tinha sido a chave da minha sobrevivência.

No local onde o mal parecia triunfante, a bondade de uma pessoa salvara a minha vida, dera-me esperança num lugar onde ela não existia.

Minha mãe havia prometido enviar-me um anjo, e o anjo apareceu.

Eventualmente, encaminhei-me à Inglaterra, onde fui assistido pela Caridade Judaica. Fui colocado numa hospedaria com outros meninos que sobreviveram ao Holocausto e treinado em Eletrônica. Depois fui para os Estados Unidos, para onde meu irmão Sam já havia se mudado. Servi no Exército durante a Guerra da Coréia, e retornei a Nova Iorque, após dois anos.

Por volta de agosto de 1957 abri minha própria loja de consertos eletrônicos. Estava começando a estabelecer-me.

Um dia, meu amigo Sid, da Inglaterra, me telefonou.

"Tenho um encontro. Ela tem uma amiga polonesa. Vamos sair juntos".

Um encontro às cegas? Não, isso não era para mim.

Mas Sid continuou insistindo e, poucos dias após, nos dirigimos ao Bronx para buscar a pessoa do seu encontro e a sua amiga Roma.

Tenho que admitir, para um encontro às cegas, não foi tão ruim. Roma era enfermeira em um hospital do Bronx. Ela era gentil e esperta. Bonita, também, com cabelos castanhos cacheados e olhos verdes amendoados que faiscavam com vida.

Nós quatro nos dirigimos até Coney Island. Roma era uma pessoa com quem era fácil falar e fácil de se estar junto.

Descobri que ela era igualmente cautelosa com encontros às cegas.

Nós dois estávamos apenas fazendo um favor aos nossos amigos. Demos um passeio na beira da praia, gozando da brisa salgada do Atlântico, e depois jantamos perto da margem. Não poderia me lembrar de ter tido momentos melhores.

Voltamos ao carro do Sid, Roma e eu dividimos o assento traseiro.

Como judeus europeus que haviam sobrevivido à guerra, sabíamos que muita coisa fora deixada sem ser dita entre nós. Ela puxou o assunto, "Onde você estava", perguntou delicadamente, "durante a guerra?"

"Nos campos de concentração", eu disse. As terríveis memórias ainda vívidas, a irreparável perda. Tentei esquecer. Mas jamais se pode esquecer.

Ela concordou. "Minha família se escondeu numa fazenda na Alemanha, não longe de Berlim", ela me disse. "Meu pai conhecia um padre, e ele nos deu papéis arianos."

Imaginei como ela devia ter sofrido também, medo, uma constante companhia. Mesmo assim, aqui estávamos, ambos sobreviventes, num mundo novo.

"Havia um campo perto da fazenda", Roma continuou. "Eu via um menino lá e lhe jogava maçãs todos os dias."

Que extraordinária coincidência, que ela tivesse ajudado algum outro menino. "Como ele era?", perguntei.

"Ele era alto, magro e faminto. Devo tê-lo visto a cada dia, durante seis meses."

Meu coração estava aos pulos. Não podia acreditar.

Isso não podia ser.

"Ele lhe disse, um dia, para você não voltar porque ele estava saindo de Schlieben?".

Roma me olhou estupefata. "Sim!".

"Era eu!".

Eu estava para explodir de alegria e susto, inundado com emoções. Não podia acreditar! Meu anjo.

"Não vou deixar você partir", disse a Roma. E, na trazeira do carro, nesse encontro às cegas, pedi-a em casamento. Não queria esperar.

"Você está louco!", ela disse. Mas convidou-me para conhecer seus pais no jantar do Shabbat da semana seguinte.

Havia tanto que eu ansiava descobrir sobre Roma, mas as coisas mais importantes eu sempre soube: sua firmeza, sua bondade. Por muitos meses, nas piores circunstâncias, ela veio até a cerca e me trouxe esperança. Não que eu a tivesse encontrado de novo, pois na minha mente eu jamais a havia deixado partir.

Naquele dia ela ela disse sim. E eu mantive a minha palavra. Após quase 50 anos de casamento, dois filhos e três netos, eu jamais a deixara partir.

Herman Rosenblat de Miami Beach, Florida.

domingo, 12 de outubro de 2008

Viver não é para amadores


Todos vivem em constante tensão. A vida é complexa, muitas vezes, paradoxal e plena de riscos. A vida não é um passeio despretensioso. Cada pessoa é responsável e ao mesmo tempo vítima das circunstâncias. Cada estrada que se escolhe conduz a novas bifurcações e cada decisão gera desdobramentos mil. Os poetas, os místicos e os filósofos já perceberam que se precisa de siso e responsabilidade na imensa e difícil aventura de viver. Cada instante é inédito e exige o máximo de cuidado.

Viver não é para amadores. Cada opção produz ondas, iguais às da pedra jogada no meio de uma lagoa. As decisões, semelhantes a círculos concêntricos, espalham-se e as marolas se dissolvem nas margens do lago. Na vida, porém, as conseqüências dos atos se alastram para sempre. Cada pessoa deve lembrar-se de que não tem o controle das conseqüências de suas escolhas, que repercutirão eternamente. Viver não é para amadores. Os pais infl uenciam os fi lhos, os fi lhos formam famílias e tanto as bondades como as maldades se reproduzirão. Crianças sofrem seqüelas por terem crescido em famílias disfuncionais, muitas oprimidas por mães castradoras, que não conseguem criar os filhos. Se cada pai soubesse a importância da paternidade na formação emocional e nos valores éticos de seus fi lhos, menos pacientes procurariam as clínicas psiquiátricas e menos penitenciárias seriam construídas.

Viver não é para amadores. Sem saber organizar os desejos, a vida pode se perder com projetos irrelevantes; sem dar sentido ao cotidiano, a vida patina no tédio. São necessários princípios, verdades e valores para direcionar a vida. As pressões do dia-a-dia destroem aqueles que não têm força para fazer escolhas responsáveis. Viver não é para amadores. Os indivíduos precisam uns dos outros, mas se arranham mutuamente. O próximo tanto pode ser fonte de alegria, como de frustrações. Quem tenta isolar-se para não passar por decepções, empobrece. Não é possível resguardar-se do amigo sem perder o viço. Só viverá bem quem não considerar o outro um inferno. O céu pertence aos que aprenderam a relevar as inadequações alheias. O longânimo tem chance de ser feliz.

Viver não é para amadores. A existência é imprevisível. Não há como se controlar a história ou situar os eventos futuros em qualquer lógica. Por mais que os religiosos prometam, os fi lósofos pretendam e os sociólogos estudem, a história não obedece aos trilhos do destino. De repente, sempre de repente, chega o improvável e nessa hora, precisa-se de coragem para não desistir. A viagem rumo ao futuro requer brios. Viver não é para amadores. Equilibrar o lazer e dever, ócio e trabalho não é fácil. Muito lazer produz tédio e muito dever, estresse. A preguiça acompanha o ócio e a fadiga o trabalho. O sábio avisou que há tempo para todas as coisas: “tempo para plantar e tempo para arrancar o que se plantou, tempo de cozer e tempo de rasgar, tempo de juntar e tempo de espalhar o que se juntou”. Portanto, só vive quem sabe transitar entre esses eventos tão contraditórios.

Viver não é para amadores. Depressão e riso, alegria e tristeza formam a história de cada um. Quem foge da tristeza acaba neurótico e vive em negação, sempre à procura de um mundo de ilusões. Quem não sabe rir termina inclemente; em busca de gente para povoar o seu purgatório.

Viver não é para amadores. O sofrimento do mundo é grande demais para ser evitado. Contudo, é preciso ter alegria para celebrar aniversários, casamentos e formaturas. Os que se blindam contra a dor universal podem se tornar cínicos; por outro lado, os que se martirizam, arriscam-se a serem inconseqüentes.

Viver não é para amadores. O tempo passa velozmente, carregando tudo e todos. A humanidade se angustia com a areia da ampulheta e com o pêndulo do relógio que não cessam de avisar que os dias do calendário são escassos. Alguns não percebem que jogam a vida fora com melindres bobos e com vaidades e megalomanias onipotentes. Eternizar cada instante se constitui o segredo da felicidade.

Viver, definitivamente, não é para amadores, portanto, “se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida.” Que ninguém se atreva a querer levar a vida só.

Ricardo Gondim

terça-feira, 7 de outubro de 2008

O Arbusto 'Espere um Pouquinho'


"O prudente vê o mal e se esconde; mas os insensatos passam adiante e sofrem a pena" (Provérbios 27:12).

Viajando pela Jamaica, um homem nota um curioso arbusto junto à margem de uma estrada. Seu companheiro de viagem lhe diz que os habitantes da ilha o chamam de "arbusto espere um pouquinho". Quando ele, por curiosidade, aproximou-se para verificar melhor aquela planta, suas roupas tocaram no arbusto e logo se sentiu preso pelos espinhos que se assemelhavam a anzóis. Quanto mais lutava para se libertar, mais se via emaranhado em seus espinhos. Apenas com a ajuda de seu companheiro de viagem ele conseguiu se livrar de seu desespero.

Satanás tem usado a mesma tática daquele arbusto para atrair os mais incautos e distraídos. Ele apresenta coisas novas, interessantes, até agradáveis aos olhos, despertando a curiosidade daqueles que ainda não assimilaram o ensino das Sagradas Escrituras que nos diz: "Sede prudentes..."

O arbusto do pecado seduz aqueles que estão no mundo em busca de aventuras e novidades. Geralmente se apresenta iluminado e convidativo, agradável e cheio de encantos, de aparência inofensiva mas ao mesmo tempo perigosa. Só depois de chegar bem perto é que a ingênua vítima, agora enredada por seus enganos, percebe que será muito difícil libertar-se daquela armadilha mortal.

Muitos pensam que aproveitar tudo aquilo que o mundo oferece não tem problema algum. No princípio sim, mas... "espere um pouquinho". Alguns enfatizam que bebem apenas socialmente e que jamais se embriagarão. É possível que no primeiro momento seja assim, mas... "espere um pouquinho". Outros colocam um cigarro na boca ou experimentam uma droga qualquer e garantem que não se deixarão viciar. Será? ... "Espere só um pouquinho".

A vingança, o "pagar com a mesma moeda", o "toma lá dá cá", são atitudes mesquinhas características daqueles que não experimentaram o verdadeiro amor de Deus.Quando isso acontece, aprendemos a seguir os ensinos do nosso Mestre e o Seu brilho não pode ser ofuscado por interesses menores e vaidosos.

Seja prudente e viva debaixo da proteção e direção do Senhor -- não se aproxime do arbusto do pecado. Só assim você não correrá nenhum risco.

Paulo Roberto Barbosa. Um cego na Internet!